Estrutura será criada no Aeroporto Internacional de Confins em MG.
O governo federal anunciou nesta terça-feira, 28, que vai montar um
posto de acolhimento humanitário para receber os brasileiros deportados dos
Estados Unidos da América (EUA). A unidade vai funcionar no Aeroporto
Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas
Gerais, que é o terminal para onde os voos fretados pelo governo
norte-americano estão sendo destinados ao longo dos últimos anos. A decisão foi
tomada durante reunião, no Palácio do Planalto, coordenada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, com a participação de diversos ministros e integrantes
das Forças Armadas. “Conversamos com o presidente e fomos autorizados a iniciar
as tratativas para estabelecer, em Confins, um posto de atendimento
humanitário, tendo em vista que poderemos ter mais voos [de deportação]
previstos. Toda nossa expectativa é trabalhar para garantir que famílias não
venham separadas e que esses passageiros tenham boas condições de água,
alimentação e temperatura [da aeronave], que me parece que foi a coisa mais
prejudicial no processo desse [último] voo”, afirmou a ministra dos Direitos
Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, em declaração a jornalistas no Palácio do
Planalto, após a reunião. A mobilização do governo ocorre dias após um voo de
deportação com 88 brasileiros, oriundo dos EUA, ter sofrido uma série de
problemas, com passageiros algemados o tempo inteiro, relatos de agressões por
parte dos agentes americanos, privação de comida e de acesso a banheiro, além
de problemas técnicos que prejudicaram o funcionamento do ar-condicionado e
obrigaram a aeronave a fazer paradas não previstas. Em uma dessas conexões, em
Manaus, na última sexta-feira, 24, a Polícia Federal determinou que as algemas
fossem retiradas e os passageiros acabaram sendo embarcados em outro avião
enviado pela Força Aérea Brasileira (FAB), por determinação do presidente Lula,
até o destino final, na capital mineira, onde chegaram no sábado, 25. Esta foi
a primeira leva de brasileiros deportados desde a posse do presidente Donald
Trump, que prometeu tolerância zero com a imigração ilegal no país. “Estamos
agora trabalhando para encontrar soluções e formas adequadas para que cheguem
ao Brasil os brasileiros repatriados, mas dentro da atenção absoluta ao
respeito aos direitos humanos, as condições necessárias de viagem e atenção
necessária aos passageiros nesses voos”, destacou o ministro das Relações
Exteriores, Mauro Vieira. Segundo explicou, por meio dos canais diplomáticos, o
Itamaraty vai procurar o governo norte-americano para padronizar as operações
de deportação com tratamento digno. Ontem, 27, o encarregado de negócios da
Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, se reuniu com
autoridades do Itamaraty para prestar esclarecimentos sobre os procedimentos
dessa última deportação. Em média, ocorrem de 12 a 14 voos de deportação de
brasileiros dos Estados Unidos por ano, de acordo com informações do próprio
governo federal. Como a maioria dos cidadãos deportados é oriunda de Minas
Gerais, o Aeroporto Internacional de Confins passou a ser o terminal de destino
usado nessas operações. A ideia do governo federal é estabelecer, no posto de
atendimento humanitário do aeroporto, diversos serviços de acolhimento,
incluindo políticas de inclusão no mercado de trabalho, informou a ministra
Macaé Evaristo. Não há previsão de quando essa unidade estará em funcionamento
no local. Leia também: Comissão deve cobrar embaixada dos EUA por deportação de
brasileiros Fonte
Jornal Opção Noticias GO
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