Olena Yahupova, natural de Kiev e residente nos arredores da central nuclear de Zaporijia, contou que sua prisão ocorreu no dia 27 de fevereiro de 2022, logo após a invasão russa. Ela descreveu a entrada de tanques russos marcados com a letra "Z" em sua região.
A ucraniana Olena Yahupova, de 52 anos, foi
presa e torturada durante seis meses por militares russos sem saber o motivo e,
posteriormente, libertada sem qualquer explicação. Agora, Yahupova busca levar
ao mundo o relato das atrocidades que sofreu e testemunhou durante sua prisão,
denunciando o que descreve como "genocídio russo".Em entrevista
durante um debate em Lisboa sobre o conflito russo-ucraniano, intitulado
"Unseen Civilians - A Global Call For Peace" (Civis Invisíveis - Um
Apelo Global pela Paz), Yahupova compartilhou detalhes de sua experiência como
ex-prisioneira nas mãos de militares russos, soldados chechenos e membros do
serviço secreto FSB. Prisão e tortura sem explicação
Olena Yahupova, natural de Kiev e residente nos arredores da central nuclear de
Zaporijia, contou que sua prisão ocorreu no dia 27 de fevereiro de 2022, logo
após a invasão russa. Ela descreveu a entrada de tanques russos marcados com a
letra "Z" em sua região. Após ser capturada, Yahupova foi levada a
uma delegacia onde sofreu torturas físicas e psicológicas. "Amarraram
minhas mãos e pés com fita adesiva e me deixaram em posição inclinada. Jogavam
garrafas de água cheias na minha nuca, causando feridas graves. Fui asfixiada
com um saco plástico e ameaçada de morte diversas vezes", relatou. Além
disso, Yahupova contou que as prisioneiras eram ameaçadas de serem entregues a
soldados chechenos para serem violentadas e usadas como mão de obra escrava.
"Creio que não houve uma única mulher que não tenha sido violada",
afirmou. Trabalho forçado e fuga
após quatro meses de tortura, Yahupova e outras mulheres passaram mais dois
meses cavando trincheiras e construindo abrigos para soldados russos, sendo
alvo constante de violência sexual. "O abuso era considerado algo normal
naquela situação", relatou. Yahupova conseguiu fugir com outros
prisioneiros, percorrendo a pé o caminho até a fronteira com a Estônia. Dos 18
prisioneiros que tentaram a fuga, apenas quatro conseguiram chegar à Ucrânia.
"Não sei o que aconteceu aos outros, muitos ainda devem estar escondidos
em casas abandonadas nas áreas ocupadas", lamentou. Yahupova expressou sua
esperança na vitória ucraniana, dizendo: "Tiraram minha casa, meu
trabalho, meus pertences, as fotos dos meus filhos. Quase me tiraram a vida,
mas acredito que vamos vencer esta guerra". Leia Também: Comunidade ucraniana em Nova Iorque pede ao mundo que "não
desvie olhar".(Fonte Mundo ao Minuto Notícias)
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