Voltamos
à época das cruzadas. As famosas expedições militares e religiosas organizadas
pela Igreja na Europa Medieval, entre os séculos XI e XIII, com o objetivo de
reconquistar a Terra Santa, que estava sob domínio muçulmano, um fenômeno
histórico complexo e multifacetado que na sua essência, incentivava as “guerras
santas”, com o uso de força militar.
Elas ocorreram por mais de um século,
alimentando o fanatismo religioso, deixando um legado de ódio e intolerância,
gerando um ciclo de violência e vingança. As novas cruzadas vestem-se de uma
roupagem do bem, da luta contra o preconceito e defesa das minorias e dos
direitos humanos, algo realmente justo, mas infelizmente estão sequestrando
tais movimentos para pregar o ódio e fazer propaganda política. Muitos destes
guerreiros da Justiça Social, são fanáticos que se comportam como seita em
“movimentos identitários” espalhando ódio e transformando os outros em inimigos. Nos EUA,
ele é muito forte, em especial nas universidades. Dialogar com tais pessoal é
impossível. Raphael Tsavkko Garcia, fez uma análise jornalística muito
interessante sobre este assunto. Para ele, trata-se da “geração cry baby”, ou
“mimimi”, que busca “lugares seguros” e não aceita nada que os contradiga ou
“ofenda”, e infelizmente quase tudo os ofende. Qualquer tentativa de diálogo
encontra um muro de chavões e palavras de ordem vazias, como “lugar de fala”,
“protagonismo”, “apropriação cultural”. Mesmo em ambientes universitários que
deveriam ser espaços de diálogo torna-se impossível o contraditório e qualquer
ideia não identificada com os “justiceiros” será impedida. Assim ocorre uma
ditadura do saber. Os inimigos serão “enxotados” e quanto menos se discutir,
melhor. Os aliados são divinizados. A discussão está em torno de pessoas,
discordantes, não em torno de ideias. Cria-se um gueto do conhecimento. De um
radicalismo pulamos a outro. Um branco racista não é problemático apenas por
ser racista, o é por ser branco. O homem machista, da mesma forma, não é
problema por ser machista apenas, mas por ser homem. A vivência social se
transforma em guetos. Se
você não for do grupo, você é inimigo. Na tentativa (correta) de criticar
padrões, propõem novos padrões com o objetivo de se estabelecer a “nova” norma.
que pretende se transformar em uma coluna do bem e se tornar a regra do
coletivo iluminado. Leia também: Crise coletiva: Um labirinto de
desafios para os usuários do transporte de passageiros Diante desta
cruzada moderna, os ataques aumentam e amplia-se o abismo. O padre Fabio de
Mello cometeu o erro de usar o gênero incorreto para se referir a uma travesti.
Foi apedrejado e virou inimigo jurado de ativistas fanatizados mais preocupados
em atacá-lo por um erro ínfimo diante da grandeza de sua atitude e do poder que
ele tem enquanto aliado de uma luta. Os casos de ataques e agressões se
multiplicam, afinal, “todo homem é estuprador em potencial, todo branco é
racista e todo hétero é homofóbico.” Os justiceiros são incapazes de lidar com
a realidade. Ai daquele que cometer um erro “politicamente incorreto” que os
ofenda. Precisamos defender os grupos vulneráveis, e lutar pelos direitos
humanos. Devemos discutir os direitos de minorias, mas não precisamos dos
“haters”, demonstrando ódio ou hostilidade excessiva em relação a outras
pessoas, ideias ou coisas, principalmente na internet expressando suas opiniões
de forma negativa, agressiva e muitas vezes ofensiva, causando sofrimento ou
humilhando seus alvos. Pregadores do ódio prontos a execrar os que pensam de
forma diferente. “Posso não concordar com o que você pensa, mas defendo até o
último instante o direito de você pensar.” Esta frase atribuída a
Voltaire, significa que mesmo na discordância das ideias é fundamental entender
que a liberdade de pensamento e de expressão são consideradas direitos
fundamentais e essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade livre e
democrática e a base da democracia, A liberdade de expressão é um dos pilares
da democracia, permitindo que os cidadãos participem ativamente da vida
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