Pessoas desesperadas
para fugir do Talibã tentam entrar no Irã, no Paquistão ou em países do centro
da Ásia.
Multidões
ansiosas para fugir do Afeganistão correram para as fronteiras do país enquanto
filas longas se formavam nos bancos nesta quarta-feira (1º), e o vácuo
administrativo existente desde que o Talibã assumiu o poder deixou doadores
estrangeiros incertos sobre como reagir a uma crise humanitária iminente. Leia também: Há
risco de a crise no Afeganistão evoluir para uma guerra mundial? A
milícia islâmica se concentrou em manter bancos, hospitais e o aparato
governamental funcionando depois que a retirada final das forças dos Estados
Unidos na segunda-feira (30) encerrou uma ponte aérea maciça para a retirada de
afegãos que ajudaram países ocidentais durante a guerra de 20 anos. Como
o aeroporto de Cabul está inoperante, esforços particulares para ajudar afegãos
temerosos de represálias do Talibã se concentraram em obter passagem livres
através das fronteiras com Irã, Paquistão e países do centro da Ásia. Em
Torkham, uma grande passagem de fronteira com o Paquistão pouco a leste da
Passagem de Khyber, uma autoridade paquistanesa disse: "Um número grande
de pessoas está aguardando a abertura do portão do lado do Afeganistão".Milhares
também se reuniram no posto de Islam Qala, na divisa com o Irã, disseram
testemunhas. "Senti que estar entre as forças de segurança iranianas
trouxe um tipo de relaxamento para os afegãos ao entrarem no Irã, na comparação
com o passado", disse um afegão de um grupo de oito que cruzavam. Mais de
123 mil pessoas foram retiradas de Cabul durante a ponte aérea liderada pelos
EUA depois que o Taliban dominou a cidade, em meados de agosto, mas dezenas de
milhares de afegãos em risco ficaram para trás. Só a Alemanha estima que entre
10 mil e 40 mil funcionários afegãos ainda trabalhando para organizações de
desenvolvimento do Afeganistão têm direito de ser levados para seu solo caso se
sintam ameaçados. O Talibã está conversando com o Catar e a Turquia sobre como
administrar o aeroporto de Cabul, de acordo com o ministro das Relações
Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, mas pode levar dias ou semanas para
que estas negociações sejam finalizadas. A fronteira terrestre do Uzbequistão
com o Afeganistão permanecia fechada, mas seu governo disse que auxiliará
afegãos em trânsito para a Alemanha pelo ar assim que os voos forem retomados. Em
uma resolução aprovada na segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações
Unidas pediu ao Talibã que dê passagem livre àqueles que desejam partir, mas
não mencionou a criação de uma zona segura, uma medida apoiada pela França e
outros.O Taliban ainda não instaurou um governo novo, nem revelou como pretende
governar — à diferença de 1996, quando um conselho de líderes foi formado horas
após a tomada da capital. ( Fonte R 7 Noticias Internacional)