Presidente eleito convidou políticos investigados nas
operações Lava Jato e Zelotes, como Guido Mantega e Paulo Bernardo.
A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), escalou para o governo de
transição ex-ministros e políticos aliados do petista que
já foram presos ou denunciados por corrupção.Entre eles, está Guido Mantega,
ex-ministro da Fazenda e do Planejamento e ex-presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele vai compor o
grupo técnico de planejamento, orçamento e gestão da equipe de transição de
Lula. Em 22 de setembro de 2016, ele foi preso em uma das fases da operação
Lava Jato pela suspeita de ter pedido um pagamento de R$ 5 milhões ao
empresário Eike Batista. O dinheiro teria sido repassado a marqueteiros
do PT para quitação de dívida de campanha eleitoral da ex-presidente Dilma
Rousseff (PT) em 2010. Mantega acabou solto no mesmo dia, mas em 2018
virou réu na operação por corrupção e lavagem de dinheiro pela suposta edição
de medidas provisórias para beneficiar empresas do grupo Odebrecht.
De acordo com a denúncia, a Odebrecht teria disponibilizado R$ 50 milhões a
Mantega para que as MPs fossem assinadas. A investigação ainda não foi
finalizada. O ex-ministro também foi acusado de crimes na operação
Zelotes. Em 2016, o Ministério Público Federal (MPF) o denunciou por corrupção, advocacia administrativa tributária e lavagem
de dinheiro por uma autuação tributária imposta ao grupo
Cimento Penha no valor de R$ 57,7 milhões. De acordo com os procuradores, houve
manipulação da composição e funcionamento do Conselho Superior de Recursos
Fiscais, órgão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Em
seguida, ocorreu favorecimento indevido ao grupo comercial e, em troca, Mantega
e outros denunciados receberam vantagens indevidas. Em 2017, contudo, a
Polícia Federal concluiu o inquérito e não indiciou Mantega.À época de cada
caso, Mantega negou as acusações. Durante um depoimento em São Paulo afirmou
que não fez pagamentos via caixa dois da Odebrecht para a campanha da petista.
O advogado do ex-ministro, José Roberto Batochio, chegou a afirmar que o
cliente negou que teve qualquer tipo de reunião com o empresário Eike Batista
para falar sobre doações de dinheiro ou de pagamento de dívida. Paulo BernardoPara o grupo técnico
de comunicação, Lula chamou Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e das
Comunicações. Ele foi preso em
23 de junho de 2016 em uma operação que foi desdobramento
na Lava Jato por ter recebido ao menos
R$ 7 milhões de um esquema de corrupção, segundo o MPF. Paulo
Bernardo deixou a prisão seis dias depois.De acordo com as denúncias, o esquema
de repasses de propina vigorou durante cinco anos e começou depois que o
Ministério do Planejamento contratou, em 2009, uma empresa terceirizada para
controlar o sistema eletrônico do crédito consignado do Governo Federal.Segundo
as investigações, houve um direcionamento na contratação da empresa, que abriu
mão do seu faturamento, direcionando pagamentos de cerca de 70% para corrupção.
Em julho de