Democracias mais avançadas contam com ampla licença para
exercer todas as formas da religião, o que se reflete nas riquezas.
A Universidade Mackenzie, em São Paulo, recebe
entre esta quinta-feira (3) e sexta-feira (4) o 3º Congresso Brasileiro de
Direito Religioso no auditório Ruy Barbosa. O evento, que conta com membros da
sociedade civil, filósofos, economistas, juristas e líderes religiosos, discute
a liberdade religiosa e como o direito a ela impacta a economia de um paísO
presidente do IBDR (Instituto Brasileiro de Direito e Religião), Thiago Rafael
Vieira, destacou a relevância do tema para o sucesso econômico das principais
democracias do mundo e como essa prática é fundamental para do desenvolvimento
do Brasil engrenar nos próximos anos— A importância da liberdade religiosa para
o desenvolvimento e para o florescimento humano. Sem a liberdade de crença e de
religião, as pessoas não têm ânimo para trabalhar, para empreender. Então, é
por isso que as maiores democracias do mundo possuem ampla liberdade religiosa
e é isso que nós vamos provar no nosso Congresso entre hoje e amanhã aqui na
Universidade Mackenzie.Um dos convidados do evento, o ex-prefeito do Rio de
Janeiro e bispo Marcelo Crivella enfatizou a importância dos aspectos
políticos, econômicos e culturais dos povos e destacou sua preocupação de que o
“direito da religião e da liberdade religiosa não se extravase, como vários
exemplos na história, para um retrocesso na evolução das sociedades”.— À medida
que o poder do Estado concede uma liberdade religiosa ampla, que inclui não
taxar a formação de patrimônio e a manutenção das atividades, coisa que no
Brasil não temos, que isso se extravase num dilúvio de conexões de cunho
fanático. Crivella compartilhou situações que experimentou no Congresso para
mostrar como o preconceito com a religião pode atrapalhar o futuro da nação.—
Eu sofri muito com isso na minha vida parlamentar por ser bispo de uma igreja
que cresceu muito. O tempo todo que eu falava, o que eu dizia, era considerado
sempre, por quem me ouvia, com críticas. Na sua forma de encontrar as soluções
pacíficas para as controvérsias e o dilúvio de ódio e paixões dos interesses
públicos, há uma cultura política e, à medida que há ali um religioso, parece
que qualquer contribuição vem com crítica pessoal e que vai ter influência na
próxima eleição ou imposição de convicções.Por isso, diz Crivella, esse tipo de
Congresso é fundamental para que a sociedade discuta e pense a liberdade
religiosa, “mas sempre com a base do amor, da compaixão, da misericórdia, dos
princípios sagrados do Evangelho”.O ex-prefeito do Rio destacou o papel do
bispo Eduardo Bravo, que também foi convidado para o Congresso, mas não pode
comparecer.— Foi meu colega missionário na África e trabalhou em
Madagascar num trabalho maravilhoso e, hoje no Brasil, conduz o Unigrejas, que
são convenções e mais convenções no Brasil inteiro reunindo pastores de
diversas denominações [...]. Por compromissos inesperados acabou não vindo, mas
me incumbiu de saudar a todos em seu nome.Liberdade religiosaCrivella disse que, no Parlamento, há
barreiras para concretizar a liberdade religiosa no Brasil porque alguns
membros do Congresso e do Executivo temem impactos na cultura e na economia.—
Minha experiência prática no Parlamento é que, cada vez que a gente busca
solidificar e sedimentar a liberdade religiosa, nós encontramos a preocupação
dos membros do Legislativo e do Executivo de que isso posso se reverter, mais à
frente, em ações que vão prejudicar a economia, a cultura, a política.O
ex-prefeito da capital fluminense lembrou que certa vez sugeriu uma ideia para
reformar a Lei Rouanet, mas recebeu críticas até do então apresentador Jô
Soares.“Eu me lembro que, quando eu tive uma iniciativa parlamentar para que a
Lei Rouanet contemplasse as reformas dos prédios históricos religiosos, eu fui
convidado ao programa do Jô Soares e ele me recebeu de maneira vamos dizer
assim: ‘Tá aqui um político louco, absurdo, quer tirar o dinheiro da cultura
para colocar na igreja dele’.Nesta quinta-feira, participam do encontro o
vice-ministro de Educação do Paraguai, Fernando Griffith; o chanceler da
Universidade Mackenzie, o reverendo Robinson Grangeiro;o presidente do IPM
(Instituto Presbiteriano Mackenzie), Milton Flavio; o presidente da AEE
(Associação Educativa Evangélica), Augusto Ventura; o ex-prefeito do Rio de
Janeiro, Bispo Marcelo Crivella; entre outras autoridades.O evento que termina
amanhã vai contar com a participação de grandes nomes do direito no país, como
Ives Gandra e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça.(
Fonte R 7 Noticias Brasil)
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