Membro do COI é preso por suspeita de venda ilegal de ingressos no Rio
Patrick Hickey foi preso em hotel na Barra da Tijuca e também hospitalizado.
Segundo a polícia, a empresa foi criada para fazer parte do esquema.
A polícia do Rio prendeu na manhã desta quarta-feira (17) o irlandês Patrick Hickey, membro do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI). Patrick foi preso por suspeita de facilitar ação de cambistas, marketing de emboscada e formação de quadrilha, como mostrou o Bom Dia Rio. Ele passou mal, teve de receber atendimento médico e foi encaminhado para o hospital Samaritano da Barra.
Segundo o delegado Ricardo Barbosa, titular da delegacia de Defraudações, a empresa foi criada com o objetivo de integrar o esquema fraudulento. "A Pro 10 foi criada para ser uma ponte para os esquema da THG" , afirmou. ainda segundo ele, a Pro 10 desviava os ingressos para a THG, e a THG, praticando um cambismo fantasiado de programa de hospitalidade, revendia esses ingressos por um alto valor.
O mandado de prisão foi expedido pela juíza Mariana Chu, do Juizado de Torcedores e de Grandes Eventos do Tribunal de Justiça do Rio. Outros três mandados, contra os executivos Ken Murray, Michael Glynn e Eamon Collins, também foram expedidos.
De acordo com Barbosa, alguns dos ingressos apreendidos eram do Comitê Olímpico da Irlanda. A THG já foi indicada pelo Comitê Olímpico Irlandês para a a olimpíada de 2012 e para os jogos de Inverno de Sochi, na Rússia, em 2014. A empresa, no entanto, não foi autorizada na ocasião para revender os ingressos. O esquema de repasse da Pro 10 para que a THG vendesse os ingressos em programas de hospitalidade, segundo o delegado, começou a partir de então.
"Esses ingressos não poderiam ser vendidos, porque o comitê da Irlanda deveria avisar ao comitê organizador para que os ingressos fossem redirecionados: tirando o nome do comitê e botando o nome do país, para que aí esses ingressos pudessem ser vendidos", explicou.
Patrick Hickey também é presidente do Comitê Olímpico da Irlanda e foi preso em um hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Segundo a Delegacia de Defraudações, o Comitê Olímpico da Irlanda contratou a empresa Pro 100 para vender ingressos da Olimpíada naquele país. Os ingressos foram repassados à empresa THG, que já está sendo investigada e teve pelo menos um diretor preso: Kevin James Mallon.
A empresa é controlada pelo empresário inglês Marcus Evans teve a prisão pedida na última quinta-feira (12), juntamente com outros três diretores da mesma empresa. Evans é inclusive dono do time de futebol Ipswich Town, da segunda divisão inglesa.
Venda a 8 mil dólares
A empresa THG chegou a vender ingressos para a abertura da Olimpíada por mais de U$ 8 mil, mas nenhum dos que pagou pelo ingresso conseguiu assistir à cerimônia: Kevin James Mallon foi preso na tarde do dia 5 de agosto, em um hotel também na Barra da Tijuca.
A THG foi a empresa responsável pela venda oficial de ingressos para a Olimpíada de 2012, em Londres, mas não estava credenciada para repassar ou vender entradas para os Jogos do Rio. A THG comprou os ingressos por meio da empresa Cartin, que estava credenciada para essas operações.
"Chegamos a um hotel na Barra da Tijuca, no qual essa empresa [THG] entregaria os ingressos aos compradores e os levaria ao Maracanã. Lá, os policiais agiram", explicou o delegado que comandou a operação.
Os 20 compradores que estavam no hotel foram levados à Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio, e Kevin James foi preso em flagrante. Em seguida, a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão, com o qual 781 ingressos oficiais foram recuperados.
"Eram ingressos muito qualificados, para as cerimônias de abertura e encerramento", disse Barbosa. Segundo ele, os compradores das entradas são considerados apenas testemunhas no caso.(fonte G1)
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