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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Márcio Correa suspende residência médica em hospital municipal de Anápolis por supostas irregularidades.

 

 Decreto determina que a Funev interrompa imediatamente o programa e todas as atividades educacionais no Hospital Municipal Alfredo Abrahão até que uma sindicância seja concluída e medidas sejam implementadas para assegurar a qualidade dos serviços.

Por meio de decreto publicado nesta segunda-feira, 20, no Diário Oficial do Município de Anápolis, o prefeito Márcio Corrêa (PL) suspendeu o Programa de Residência Médica do Hospital Municipal Alfredo Abrahão. De acordo com o decreto, a medida responde a uma série de denúncias que apontaram graves irregularidades na condução do programa, implementado na gestão anterior em parceria com a CHS João Paulo ll. Entre os problemas denunciados estão a desorganização interna, a falta de equipamentos essenciais na UTI, a ausência de supervisão adequada e a incapacidade de atender às exigências da Resolução nº 5 da CNRM. Tais falhas comprometeram tanto o aprendizado dos residentes quanto a segurança dos pacientes. O decreto determina que a Fundação Universitária Evangélica(Funev) interrompa imediatamente o programa e todas as atividades educacionais no Hospital Municipal Alfredo Abrahão até que uma sindicância seja concluída e medidas sejam implementadas para assegurar a qualidade dos serviços. A prefeitura garante que os residentes do hospital contarão com suporte técnico e administrativo, incluindo a possibilidade de transferência para programas regulamentados, como forma de minimizar os impactos durante a implementação das soluções. Segundo o decreto, a (OS) responsável pela unidade deverá garantir a continuidade dos atendimentos à população. A secretária de Saúde de Anápolis, Eliane Pereira dos Santos, afirmou que recebeu uma denúncia do Sindicato dos Médicos, que relatava irregularidades na residência médica do Hospital Municipal Alfredo Abrahão. Em resposta à denúncia, o prefeito da cidade publicou um decreto suspendendo as atividades da residência até que todos os problemas mencionados sejam esclarecidos. “Sabemos que não havia nenhum convênio ou contrato na nossa unidade contratualizada, apenas a residência médica”, explicou a secretária. FUNEV Esclarece Sobre a Gestão do Hospital Municipal Alfredo Abraão Procurada, a Funev esclareceu que não era responsável pela gestão da unidade à época das denúncias e destacou que os problemas apontados são de responsabilidade da antiga gestora. Confira a nota na íntegra: “A Fundação Universitária Evangélica – FUNEV, esclarece que assumiu a gestão do Hospital Municipal Alfredo Abraão em setembro de 2024, em decorrência de problemas que a unidade enfrentava.  Ressaltamos que a FUNEV não implementou qualquer programa de residência naquela unidade, sendo os programas ali existentes de responsabilidade da antiga gestora, conjuntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, que durante a transição, definiu que os programas continuariam rodando nas unidades municipais. Ressaltamos ainda, que os editas mencionados são do primeiro semestre de 2024, período que a gestão da unidade não era realizada pela FUNEV.  Destacamos que os problemas vinculados ao relatório da CNRM, também identificamos pela FUNEV no início de sua gestão, estão sendo gradativamente sanados, conforme plano de trabalho específico definido para esta finalidade, e que atualmente a unidade se encontra em cenário bem diferente, com todos os leitos de UTI funcionantes, com uma taxa de ocupação acima de 85%, funcionando com portas abertas, conforme definição da Prefeitura Municipal de Anápolis, e em plena realização de cirurgias de urgência e emergência, e eletivas. Esclarecemos que a FUNEV não participa ou participou de nenhum tipo de seleção dos residentes, visto que isso é prerrogativa da instituição responsável pelo programa. Os residentes atuam na unidade acompanhados dos preceptores, em estrita conformidade com a legislação federal e municipal que trata sobre o tema, assim como também realizam parte do programa em outras unidades de Goiânia e unidades privadas de Anápolis. A FUNEV reitera o compromisso com uma assistência de qualidade, e esclarece que seguirá na íntegra as condutas definidas no decreto municipal.Suspensão de Programa de Residência Médica em Anápolis gera incertezas entre os residentes Um residente, que preferiu manter o anonimato por medo de represálias, explicou ao Jornal Opção que os problemas mencionados no decreto relacionados à residência médica no município não estão vinculados à FUNEV, como foi erroneamente divulgado em um decreto recente. “Fizemos as denúncias no início do ano passado, quando a CHS Aprendizagem, a OS responsáveis por gerenciar a unidade de saúde na gestão anterior, estava à frente. Essa situação gerou grande preocupação entre nós, pois temíamos distorções nas informações, o que poderia prejudicar tanto os residentes quanto a imagem do programa”, afirmou o residente. Segundo ele, a suspensão afeta diversos programas de especialização, não se limitando à medicina intensiva, mas também abrangendo áreas como ginecologia e obstetrícia, clínica médica, anestesiologia e cirurgia geral. Ele destaca que, com a mudança na gestão, o novo prefeito optou por suspender a continuidade do programa, justificando a decisão com a alegação de falta de estrutura para atender a todas as especialidades demandadas pelos residentes. O residente destacou que, apesar das dificuldades, muitos problemas relacionados à falta de equipamentos e insumos no hospital foram resolvidos desde a assunção da gestão do hospital pela Funev. “A Funev assumiu a gestão emergencial do hospital e muitos problemas de insumos e equipamentos melhoraram consideravelmente. Porém, o problema da residência médica não está relacionado diretamente ao funcionamento do hospital, mas à falta de convênios com outros hospitais que permitam a realização de rodízios necessários para a formação completa dos residentes”, afirmou. O residente relata que, apesar dos avanços no hospital, a unidade não possui as condições para oferecer toda a complexidade necessária para a formação dos médicos. “A UTI do Alfredo Abraão atende casos de baixa complexidade, como infecções e pneumonia. Porém, para formar um residente de medicina intensiva, é necessário que ele passe por rodízios em UTIs especializadas, como as de neurologia e cardiologia, que não existem aqui. A falta desses convênios com outros hospitais é um dos motivos que levou à suspensão do programa”, explicou. A suspensão, entretanto, não afeta o funcionamento do hospital, que continua atendendo pacientes normalmente, com leitos e serviços de saúde em pleno funcionamento. “O hospital não está paralisado. O que está sendo suspenso é apenas o programa de residência médica. Os pacientes continuam sendo atendidos, e não há prejuízo para eles”, esclareceu. Questionado sobre a presença de supervisores em cada uma das dez residências, a fonte relatou que, em algumas, havia supervisores, enquanto em outras não. “No início, a cirurgia geral ficou mais de um semestre com apenas um supervisor. Dessa forma, os residentes participavam somente das cirurgias realizadas por esse supervisor, que, inclusive, eram apenas intervenções pediátricas.” O residente informou ainda que, após algum tempo, outros supervisores foram incorporados. Entretanto, a OS deixou de realizar os pagamentos, o que forçou os supervisores a abandonarem suas funções. “Sempre enfrentamos o problema da falta de supervisores necessários”, destacou. Por fim, o residente mencionou que, se o município realmente optar por não continuar com o programa de residência médica, a Comissão Nacional de Residência Médica deverá realocar os 10 residentes em outras instituições, seja em Anápolis, Goiânia ou em outros estados. “A residência é um concurso público, então, se o programa for fechado aqui, seremos realocados, mas não perderemos a vaga”, concluiu. De acordo com ele, os alunos formularam denúncias tanto no Ministério Público quanto na Comissão Estadual de Residência Médica de Goiás (Cerem – GO), mas, até o momento, não obtiveram retorno. O residente esclareceu ainda que a suspensão não atinge somente a medicina intensiva, mas todas as residências. A decisão do novo prefeito ainda está sendo aguardada, e os residentes seguem em busca de esclarecimentos sobre os próximos passos da formação médica no município. Interpelado, o Ministério Público de Goiás confirmou ter recebido a denúncia feita pelos residentes no dia 15 de janeiro. O caso foi encaminhado à 9ª Promotoria de Justiça da comarca de Anápolis para análise, que ainda está em andamento. Segundo o MP, apenas após a conclusão dessa etapa será possível definir as medidas cabíveis. Enquanto isso, a Promotoria informou que não concederá entrevistas. A reportagem entrou em contato por e-mail com a CHS João Paulo II e com o Cerem-GO, porém, sem sucesso até o momento. Da mesma forma, o ex-prefeito de Anápolis, Roberto Naves, foi procurado, mas não se pronunciou. O espaço está aberto. Leia também: Prefeito de Anápolis acusa gestão passada de desvio de R$ 800 milhões da ponte estaiada para outras obras Vereadores de Anápolis movimentam primeiras semanas com 13 projetos de lei aprovados Conheça os cotados para líder de Márcio Correa na Câmara de Anápolis.(Fonte Jornal Opção Noticias GO)

 

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