A oposição rejeita os resultados oficiais, alegando fraude e afirmando que o candidato opositor Edmundo González venceu com mais de 70% dos votos.
AVenezuela está em alta tensão
desde as eleições de domingo, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE)
declarou Nicolás Maduro como vencedor. A oposição rejeita os resultados
oficiais, alegando fraude e afirmando que o candidato opositor Edmundo González
venceu com mais de 70% dos votos. O país tem sido palco de várias manifestações
massivas, marcadas por uma repressão violenta das autoridades, resultando na
morte de pelo menos 11 pessoas e na detenção de cerca de 750 indivíduos até o
momento. Entre os
detidos estão três figuras importantes da oposição: Freddy Superlano, líder do
partido Vontade Popular e coordenador do movimento opositor Com a Venezuela, e
Rafael Sivira, coordenador juvenil do partido Causa R, ambos detidos em
Caracas, além de José Ramón Díaz, ex-presidente da Câmara Municipal de Marcano,
que foi preso na ilha de Margarita. Os tumultos têm gerado preocupação entre a
comunidade portuguesa residente na Venezuela. Em entrevista à agência Lusa,
Ermelinda Olim, uma portuguesa de 62 anos, expressou receio sobre a
possibilidade de perder acesso a medicamentos essenciais. "Se pudesse,
compraria medicamentos para três ou quatro meses, mas não tenho dinheiro
suficiente. Às vezes, tenho que priorizar e ir duas vezes ao mês à
farmácia", disse ela. O governo português também expressou preocupação,
com o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, afirmando que, até o
momento, não há relatos de portugueses em situações que comprometam sua
segurança. Preocupações com o Impacto dos Protestos no Dia a Dia Vários
portugueses expressaram à Lusa seu receio de que os protestos nas ruas das
cidades venezuelanas, em resposta aos resultados das eleições presidenciais,
possam se prolongar e afetar a vida cotidiana. Dúvidas Internacionais Sobre os
Resultados No cenário internacional, alguns países alinharam-se com a oposição
venezuelana, exigindo uma verificação transparente dos resultados anunciados
pelo CNE. A União Europeia (UE) declarou que não reconhecerá Maduro como
presidente legítimo até que os resultados sejam oficialmente verificados. O
Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, destacou a
necessidade de uma verificação independente dos resultados. O Peru, por sua
vez, reconheceu Edmundo González como presidente eleito, considerando a
declaração de vitória de Maduro como uma fraude. O ministro dos Negócios
Estrangeiros do Peru, Javier González-Olaechea, afirmou que essa posição é
compartilhada por diversos países e organizações internacionais. Em resposta,
Caracas rompeu oficialmente relações diplomáticas com Lima, citando as
"declarações desrespeitosas" do ministro peruano. A Venezuela também
ordenou a retirada do pessoal diplomático de outros países, como Argentina,
Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai. O secretário-geral
da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, acusou o regime de
Maduro de "manipulação fraudulenta" e "repressão",
desafiando o governo a aceitar a derrota caso se comprove a vitória da oposição
liderada por María Corina Machado. Enquanto isso, países como Rússia, Irã e
China congratularam Nicolás Maduro pela reeleição. O CNE anunciou a vitória de
Maduro com pouco mais de 51% dos votos, contra 44% do principal candidato
opositor, Edmundo González. A oposição, no entanto, afirma que as atas
eleitorais acessadas comprovam que González foi eleito com mais de 70% dos
votos.( Fonte Mundo ao Minuto Noticias )
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