Servidores pedem
reposição de 20%; nas redes sociais, o presidente da República diz que não há
dinheiro para reajustes.
Representantes de servidores federais criticaram,
durante debate na Câmara dos Deputados, a falta de negociação para a
recomposição salarial de 19,99% em razão da inflação acumulada de 2019 a 2021. Segundo o
noticiário, o Executivo buscou aval dos demais Poderes para uma correção geral,
ainda não oficializada, de 5%.A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço
Público da Câmara reuniu dirigentes de 20 entidades de servidores do Executivo,
do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público nesta terça-feira (24)
para discutir o assunto. O governo não participou da audiência. No debate, o
representante do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais
(Fonasefe), Sérgio Ronaldo, disse que o Ministério da Economia trata o assunto
apenas pela mídia. “Não tem essa de 5% garantidos, o que temos, na verdade, é a
falta de respeito do governo com a classe trabalhadora”, criticou. Para o
presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado
(Fonacate), Rudinei Marques, a situação é inusitada. “Não temos uma mesa de
negociação, estamos no meio da pandemia, mas queremos uma palavra firme que
diga qual é a política salarial do governo. Até agora não sabemos”, ressaltou. Marques
lembrou que alguns segmentos estão em greve, como o Banco Central e o Tesouro
Nacional. Já servidores e médicos peritos da Previdência Social encerraram
paralisação de quase dois meses na segunda-feira (23), mediante a promessa de
envio ao Congresso Nacional de uma proposta para as categorias. Custo e
fonte do reajuste No governo Bolsonaro, lembrou a economista Mariel
Angeli, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), os salários da maioria dos servidores não tiveram correção. A
reposição reivindicada agora, de 20%, representaria R$ 65 bilhões anuais; os 5%
indicados pelo governo, R$ 16 bilhões. O presidente Jair Bolsonaro disse, na
semana passada, por meio de redes sociais, que não há dinheiro para reajustes e
que, caso venham a ser implementados, dependerão de cortes orçamentários, em
decorrência do teto de gastos. “Se me disserem de onde eu tiro, dou 10%, 15%,
20% a todos os servidores”, afirmou o presidente. Segurança pública
Para o deputado Paulo
Ramos (PDT-RJ), os servidores da segurança pública são os mais
insatisfeitos, pois receberam a promessa de aumentos diferenciados. “Além de
não conquistar direitos, o setor da segurança pública, no Brasil inteiro,
federal e estadual, perdeu direitos, então está se sentido traído”, afirmou.Ramos
e o deputado Rogério
Correia (PT-MG) sugeriram e comandaram o debate. “O governo está destruindo
o Estado”, criticou Ramos. Para Correia, os dirigentes demonstram estar unidos.Os
deputados Alice Portugal
(PCdoB-BA), Erika
Kokay (PT-DF) e Vicentinho
(PT-SP) apoiaram os servidores durante a reunião. Fonte: Agência Câmara de
Notícias Reportagem – Ralph Machado Edição
– Natalia Doederlein
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