EUA suspendem envio de ajuda militar à Ucrânia após embate entre Trump e Zelensky. Líderes europeus se mobilizam para garantir apoio a Kiev.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou a suspensão do envio de assistência militar à Ucrânia, que enfrenta um conflito com a Rússia há três anos. A decisão foi confirmada nesta segunda-feira (3) por um funcionário da Casa Branca à agência AFP e também divulgada pelos jornais Washington Post e New York Times.A medida ocorre dias após um confronto verbal entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Sala Oval da Casa Branca. O desentendimento ganhou novos contornos quando, no domingo (2), Zelensky afirmou que um acordo para encerrar a guerra com a Rússia ainda estava "muito, muito distante". Trump rebateu, dizendo que o ucraniano "não quer a paz". Após o anúncio da suspensão da ajuda militar, um porta-voz do governo dos EUA explicou que a decisão tem caráter temporário e que a assistência está sendo reavaliada. "Estamos fazendo uma pausa e revisando nossa ajuda para garantir que ela esteja contribuindo para uma solução de paz", disse a fonte à AFP. A relação entre Trump e Zelensky tem se tornado cada vez mais tensa. Durante a cúpula de líderes europeus realizada em Londres no domingo, Zelensky declarou que espera manter o apoio americano, apesar das recentes divergências com o presidente dos EUA. "Acredito que a Ucrânia tem uma parceria forte com os Estados Unidos e que essa colaboração se manterá", afirmou o líder ucraniano. Entretanto, Trump criticou duramente a postura de Zelensky, declarando que os EUA "não vão tolerar isso por muito mais tempo". Na reunião de Londres, líderes de 18 países da União Europeia e da Otan discutiram estratégias para fortalecer a segurança europeia e a defesa da Ucrânia. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reforçou que a Europa precisa agir com mais rapidez para demonstrar capacidade de autodefesa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também destacou a necessidade de um fortalecimento militar do continente. "Precisamos nos rearmar urgentemente", alertou. Discussão na Casa Branca e fracasso em acordo de mineração A tensão entre os governos de Washington e Kiev se agravou na última sexta-feira (28), quando Trump e seu vice, JD Vance, confrontaram Zelensky durante um encontro na Casa Branca. O encontro, que deveria oficializar um acordo para a exploração de recursos minerais ucranianos e discutir uma proposta de cessar-fogo com a Rússia, acabou se transformando em uma troca de acusações. Trump exigiu que Zelensky demonstrasse mais gratidão pelo apoio financeiro e militar oferecido pelos EUA desde o início da guerra. O presidente ucraniano, por sua vez, insistiu na necessidade de garantias de segurança caso um cessar-fogo fosse firmado. "Isso é crucial. É sobre isso que queremos falar", argumentou Zelensky. Trump não escondeu sua irritação e alertou que os EUA poderiam retirar completamente o apoio à Ucrânia. "Você está brincando com a Terceira Guerra Mundial", disparou o republicano, insinuando que Zelensky havia se colocado em uma posição vulnerável diante da Rússia. Após a discussão acalorada, o acordo de mineração foi descartado e a coletiva de imprensa planejada para anunciar a parceria foi cancelada. Fontes indicam que Zelensky foi aconselhado a deixar a Casa Branca imediatamente após o desentendimento. Líderes europeus saem em defesa da Ucrânia O episódio colocou Zelensky em uma posição delicada no cenário internacional. Com o apoio americano em risco, o presidente ucraniano se aproximou de países europeus dispostos a negociar um acordo de paz. Chefes de Estado da França, Espanha, Portugal e Polônia, além da presidente da União Europeia, manifestaram solidariedade ao líder ucraniano após a reunião. Enquanto isso, os Estados Unidos seguem pressionando para que a Ucrânia aceite um cessar-fogo nos termos propostos por Trump.(Fonte Mundo ao Minuto Noticias)
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