Senadores homenageiam povos
indígenas e alertam para violação de direitos.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), prestou homenagem aos povos indígenas do Brasil, cujo dia foi
comemorado nesta terça-feira (19). Assim como outros senadores, ele fez um
pronunciamento durante a sessão em Plenário, ressaltando a importância da data,
criada em 1943. Para Rodrigo Pacheco, o Brasil se destaca
mundialmente como referência na questão indigenista. “Abrigamos a maior
concentração de povos indígenas isolados do mundo. Criamos um órgão destinado
exclusivamente a defesa e promoção de seus direitos, a Funai [Fundação Nacional
do índio], e alçamos ao patamar constitucional o direito original desses povos
sobre as terras que tradicionalmente habitam. Fato que contribuiu para o
crescimento da população indígena a partir de então”, afirmou. Pacheco
destacou, contudo, que o país ainda possui uma dívida considerável para com as
populações indígenas.— Não deixamos de reconhecer a necessidade de maior
proteção estatal aos povos originários desta terra, cuja causa, no mais das vezes
anda atrelada a questões ambientais, sociais e de saúde pública. São
necessárias políticas públicas que protejam e fortaleçam os direitos das
populações originárias - observou . Segundo o parlamentar, sentido o
Senado Federal vem buscando constantemente aproximar sua relação com a Funai e
as representações indigenistas de modo a garantir apoio a sua missão
institucional de proteger as terras e povos indígenas.— Quanto mais se
fortalece esta instituição mais se fortalece a luta desses povos. Por fim consideramos
que a data de hoje deve ser respeitada como motivo de reflexão sobre os valores
culturais dos povos indígenas e a importância da preservação e respeito aos
seus valores — finalizou.PronunciamentosDurante a sessão plenária, vários
outros senadores e senadoras também se pronunciaram sobre a data e o que ela
simboliza. Paulo Paim (PT-RS) louvou a luta e a resistência
dos povos indígenas em defesa da vida, da igualdade de direitos e do respeito a
sua identidade e suas terras. Afirmou, no entanto, que o cenário atual
brasileiro é gravíssimo, com invasões de grileiros, garimpeiros e madeireiros
em terras indígenas. Paim defendeu diligência da Comissão de Direitos Humanos
do Senado para investigar denúncias em terras yanomâmis.Confúcio Moura (MDB-RO) lembrou da manifestação de
cerca de 4 mil indígenas na semana passada em Brasília e defendeu a votação no
Congresso de pauta de reivindicação dos povos indígenas. Já o senador Paulo
Rocha (PT-PA) pediu que os parlamentares barrem projetos que prejudicam povos
indígenas. Ele citou como exemplo o PL
191/2020, em análise na Câmara dos Deputado, que regulamenta a mineração em
terras indígenas.Leila Barros (PDT-DF) falou em crimes contra os
povos indígenas do Brasil, e que o Governo Federal vem patrocinando um desmonte
e um esvaziamento dos órgãos que tratam das questões indígenas. “A Funai, por
exemplo, que deveria proteger e promover os direitos indígenas, hoje — todos
nós sabemos — carece de recursos humanos e financeiros”, afirmou.Fabiano Contarato (PT-ES) defendeu os povos
originários dizendo que não são selvagens ou atrasados, são povos tradicionais
dizimados por uma "política de extermínio". Nilda Gondim (MDB-PB) denunciou que o Dia dos Povos
Indígenas é marcado pelos ataques do garimpo e disse que eles nunca foram tão
massacrados. "A realidade vivida hoje por cerca de 900 mil indígenas das
305 etnias do Brasil é absurdamente cruel: invasões violentas, paralisação das
demarcações, contaminação de suas terras e águas pelo mercúrio dos garimpeiros
e abandono na agonia da pandemia. Esse é o cenário que expõe atualmente o
indígena ao genocídio", afirmou.Mecias de Jesus (Republicanos-RR) disse que sempre
defendeu a causa indígena e apresentou projeto (PL 2.603/2019) para federalizar a oferta da
educação escolar indígena, delegando responsabilidade à União para sua
manutenção e seu desenvolvimento. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) relatou experiências
positivas junto aos povos indígenas à época de seu mandato (2005-2012) como
prefeito de Campo Grande (MS) e quando exerceu exclusivamente a atividade
médica no estado. Para a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), o Congresso
Nacional não pode admitir a legalização do garimpo em terras indígenas, nem a
adoção da tese do marco temporal. Ela considera a exploração mineral nesses
termos “injusta, perversa e desumana”. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) destacou que o dia de hoje
vai além de uma data de homenagem “aos povos originários do Brasil”: é um
momento que se presta a um ato simbólico de luta por garantias de direitos e e
contra o desrespeito e o preconceito sofrido por esses brasileiros.(Fonte:
Agência Senado)
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