Refugiados no Brasil veem
futuro por meio de educação, saúde e esporte.
20 de junho marca
Dia Mundial do Refugiado
Juntos,
nós curamos, aprendemos e brilhamos. O lema desta edição do Dia Mundial do
Refugiado, celebrado hoje (20), realça a educação, a saúde e o lazer como
importantes instrumentos de integração. Neste ano, a data busca chamar atenção
para uma série de problemas enfrentados por aquelas pessoas que, por algum
motivo, foram forçadas a mudar de país: dificuldades para encontrar um médico,
para colocar seus filhos na escola, para desfrutarem momentos de distração. O
Dia Mundial do Refugiado foi designado pela Organização das Nações Unidas (ONU)
para homenagear os refugiados em todo o mundo e estimular a mobilização social
e política para a garantia de seus direitos. É também uma ocasião para promover
a empatia e a compreensão com essa população. No Brasil, foi organizada uma programação que inclui oficinas, exposições,
saraus, seminários, entre outros. São atividades virtuais e presenciais que
irão dar visibilidade para diversas histórias como as de Fiorella Ramos,
Marifer Vargas e Lexandra Arrieta, venezuelanas de diferentes faixas etárias. A
reposta humanitária brasileira à população de refugiados é uma referência internacional positiva
para o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), agência
vinculada à ONU.Nascida no município de Antonio Díaz, no norte da Venezuela, a
indígena warao Fiorella Ramos fez da promoção à saúde seu projeto de vida. Ela
obteve apoio para se formar médica na Universidade de Havana, em Cuba, e mais
tarde, após voltar ao seu país, ampliou sua formação em um internato no Hospital
Universitário Ruiz y Páez, na cidade de Bolívar. Sua vida começou
a mudar tempos após ela ter assumido um cargo de diretora em um hospital
público na cidade de Guasipati, a cerca de 450 quilômetros da fronteira entre
Venezuela e Brasil. Ali, teve desavenças com autoridades governamentais
envolvendo políticas públicas para acesso a medicamentos. Retirada da função,
chegou a trabalhar na iniciativa privada, mas a deteriorização das condições
econômicas a fez decidir deixar seu país em 2019: atravessou a fronteira e
chegou a Pacaraima (RR), indo em seguida para Boa Vista.Foram 17 dias dormindo
na rua e se alimentando graças à ajuda de um irmão que também abandonou a
Venezuela e já se encontrava em um abrigo na capital de Roraima. Fiorella foi
uma das principais lideranças da ocupação Ka’Ubanoko, ajudando na conquista de
vários benefícios para migrantes em situação de rua. O movimento se iniciou com
cerca de 150 venezuelanos, indígenas em maioria. Com o apoio de organizações
católicas e humanitárias, o grupo obteve acesso a alimentação e a serviços
básicos. No ano passado, Fiorella se mudou para um abrigo em Boa Vista e foi
contratada como monitora de saúde. "Atuo no auxílio à parte primária do
atendimento. Sou médica, mas ainda não posso exercer no Brasil porque preciso
primeiro revalidar meu diploma", explica. Para Fiorella, a saúde é
fundamental no acolhimento aos refugiados indígenas e fator de integração,
porém exige que os profissionais atuem respeitando diferenças culturais.( Fonte
Portal Forte News*)