Na Índia, polícia processa
jornalistas que pediram investigação do assassinato de um muçulmano.
Idoso muçulmano teve tortura e morte
registrada em vídeo por grupo que o obrigou a cantar cânticos hindus.
A
polícia de Uttar Pradesh, Estado ao norte da Índia, abriu uma
investigação contra três jornalistas e um portal de notícias após a publicação
de reportagens e denúncias referentes ao assassinato de um muçulmano no início
de junho. Um documento oficial convocou os profissionais a responderem
alegações de que teriam disseminado “ódio e inimizade”, reportou a agência
catari Al-Jazeera.
Outros três membros do Congresso – todos muçulmanos e opositores do partido
governante BJP – foram autuados por tuitar sobre o caso. O assassinato de Abdul Samad Saifi, um
muçulmano de 72 anos, na cidade industrial de Ghaziabad, em 5 de junho,
despertou uma forte comoção no país. O homem teria sido morto após horas de
tortura. Um vídeo divulgado na redes sociais registrou toda a ação. Homens o forçaram
a cantar saudações hindus e convocar grupos hindus de extrema direita, que têm
a minoria muçulmana da Índia como alvo frequente. Os homens ainda cortam a
longa barba do idoso com uma tesoura. A polícia de Uttar Pradesh,
porém, negou que o ataque tenha sido motivado por intolerância religiosa.
Oficiais afirmaram que o ataque ocorreu porque o idoso “vendeu um amuleto que
não funcionou” ao grupo. A família de Saifi contesta essa versão. Intolerância
religiosa As autoridades alegam que os jornalistas
circularam o vídeo “sem verificar ou indagar a veracidade” e ainda deram um
“ângulo coletivo” para incitar o conflito entre as comunidades
religiosas da região. “Queriam perturbar a ordem pública”,
teria dito um chefe de polícia. Os três profissionais são muçulmanos. Em
comunicados distintos, o órgão EGI (Grupo de Editores da Índia), o Comitê para
Proteção do Jornalistas, o IPI (Instituto da Imprensa Internacional) e a RSF
(Repórteres Sem Fronteiras) condenaram a perseguição aos repórteres. A divisão entre
muçulmanos e hindus é histórica na Índia. No país, os muçulmanos são vítimas de
preconceito, preteridos em empregos e alvos de todo tipo de barreira para
alcançar a independência econômica e social.( Fonte A Referencia Internacional)
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