Barragens e minas de carvão com
ônus ambiental entram na agenda da junta em Mianmar.
Após golpe de 1º de fevereiro, junta
militar de Mianmar anunciou projetos de barragem e deixou de fiscalizar minas
de carvão.
A
operação de barragens e minas de carvão de alto impacto ambiental já integra a
agenda da junta militar de Mianmar.
No dia 11, o general Min Aung Hlaing anunciou
que construirá a usina hidrelétrica de Hatgyi, um projeto polêmico que deve
interferir na paisagem e na biodiversidade de boa parte do estado de Karen, no
sul do país. “Aqueles que se opõem ao projeto por várias razões devem
compreender os benefícios”, disse ao Conselho da Administração do Estado, em
registro do site de notícias indiano Scroll In.
A estrutura da barragem seria construída sobre o rio Salween – o maior de fluxo
livre do sudoeste asiático. São quase 3,3 mil quilômetros do planalto tibetano
até o mar de Andaman, na fronteira birmanesa com a Tailândia. Quem deve
assumir a obra é uma empresa chinesa, também encarregada do projeto da
estrutura de Mong Ton, no Estado de Shan. Tanto as barragens de Hatgyi quanto
Mong Ton estão ainda em fase de planejamento. Executadas, inundariam terras
onde estão moradores deslocados pelo conflito no final da década de 1990. Só a
estrutura de Mong Ton forçaria o deslocamento de 60 mil pessoas. “Toda a
população de Karen se opõe à barragem. A paz acabou na área agora. Se
implementado, o projeto hidrelétrico fará com que o nosso povo sofra”, disse o
general do Exército Budista Democrático de Karen, Saw Kyaw, à revista
tailandesa “The Irrawaddy”.
A mineração de carvão abusiva também se tornou uma questão desde o golpe de 1º de
fevereiro. Entidades ambientais denunciaram ao jornal “South China
Morning Post”, de Hong Kong, que mineradoras têm invadido terras
privadas e se valem da turbulência para explorar locais antes restritos. “Sem
nenhuma autoridade governamental prestando atenção, muito menos regulamentando,
a mineração secou os mananciais locais e deixou a população com a água muito
mais poluída”, disse Sai Sam, morador da cidade de Tigyit. Deslocamento
forçado e energia poluente Para abrir uma usina de
carvão há 20 anos, muitos agricultores da etnia Pao tiveram de se mudar para
outras localidades. A saída, para muitos, foi transformar partes florestais em
terras agrícolas. Da mesma forma que antes, em meio a uma ditadura militar,
os civis não ousam se opor à ordem de recolocação. Mianmar mantém 17 depósitos
de carvão em
grande escala, com recursos que ultrapassam as 500 milhões de toneladas. A
maioria pertence ao tipo sub-betuminoso. Na prática, a qualidade inferior desse
carvão faz com que, em combustão, alcance emissões perigosas de óxidos de
enxofre e nitrogênio, dois gases altamente poluentes. Enquanto isso, os planos
hidrelétricos servem como uma saída para Mianmar lidar com o baixo acesso à
eletricidade. Hoje, quase 60% da população de 54 milhões de habitantes não têm
acesso à luz elétrica.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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