A repórter Shireen Abu Aqleh, de 51 anos, foi
assassinada na última quinta-feira (11), na Cisjordânia, enquanto trabalhava.
A representação da Autoridade Palestina no
Brasil vai realizar um protesto, nesta sexta-feira (13), contra o assassinato
da jornalista do canal Al Jazeera Shireen Abu Aqleh. O ato será
às 10h30, no Setor de Embaixadas Norte, em Brasília. A repórter foi morta a
tiros, supostamente por um militar do Exército de Israel, na última
quarta-feira (11), quando cobria uma operação no campo de refugiados palestinos
de Jenin, na Cisjordânia.Shireen, uma palestina cristã que também tinha
cidadania estadunidense, era uma figura de destaque no serviço da emissora em
língua árabe. Outro jornalista da Al Jazeera, o produtor Ali Al Samudi, também
ficou ferido no episódio. A emissora com sede no Catar afirmou que a
profissional de 51 anos foi assassinada "deliberadamente e a sangue
frio". O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, afirmou que
"provavelmente" a correspondente foi morta por tiros de palestinos."Segundo
as informações que reunimos, parece provável que palestinos armados, que
abriram fogo sem discernimento, são responsáveis pela morte infeliz da
jornalista", declarou.O produtor da Al Jazeera que ficou ferido disse que
não havia palestinos armados na área no momento da morte de Abu Aqleh. Um
fotógrafo da AFP no local afirmou que a repórter usava o colete de imprensa
quando foi atingida. Ele disse que as forças israelenses atiravam na área e que
viu o corpo da repórter da Al Jazeera no chão. O Exército israelense
confirmou que uma operação estava em curso durante a manhã no local, um reduto
de grupos armados palestinos no norte da Cisjordânia, mas negou ter atirado
contra jornalistas. "[O Exército] certamente não ataca
jornalistas", afirmou um comandante militar israelense à AFP. A Al Jazeera
pediu à comunidade internacional que responsabilize Israel pela morte
"intencional" da correspondente."Em um assassinato flagrante que
viola as leis e normas internacionais, as forças de ocupação israelenses
mataram a sangue frio a correspondente da Al Jazeera nos territórios
palestinos", afirmou o canal.O ministro israelense das Relações
Exteriores, Yair Lapid, disse que o país deseja participar na
"investigação sobre a triste morte da jornalista Shireen Abu
Aqleh"."Os jornalistas devem ser protegidos nas zonas de conflito, e
temos a responsabilidade de chegar à verdade", acrescentou.O embaixador
dos Estados Unidos em Israel, Tom Nides, escreveu no Twitter que está
"muito triste com a morte da jornalista estadunidense e palestina Shireen
Abu Aqleh" e pediu "uma investigação completa sobre as
circunstâncias" do ocorrido.A morte da jornalista aconteceu quase um ano
depois de um ataque aéreo israelense que destruiu o edifício em Gaza onde
ficavam os escritórios da Al Jazeera e da agência de notícias Associated Press.Israel
afirmou, na época, que a torre abrigava escritórios de membros importantes do
movimento islamita palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, território sob
bloqueio israelense.A morte da jornalista ocorreu em um momento de tensão
crescente entre israelenses e palestinos. Desde 22 de março, Israel foi alvo de
vários ataques, que provocaram a morte de pelo menos 18 pessoas.Dois ataques
foram executados por árabes israelenses e quatro por palestinos, incluindo três
jovens de Jenin, onde o Exército israelense intensificou as operações nas
últimas semanas.O ministro das Relações Exteriores do Catar, Lolwah Al Khater,
afirmou no Twitter que a correspondente recebeu um tiro no rosto, e classificou
o ato de "terrorismo de Estado israelense".A Autoridade Palestina
chamou a morte da jornalista de "execução" e disse que esse caso faz
parte do esforço israelense para esconder a "verdade" sobre sua
ocupação da Cisjordânia.Uma fonte do grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza,
afirmou à AFP que a morte foi um "assassinato premeditado".( Fonte R
7 Noticias Brasília)