Comissão do Esporte vem
realizando debates sobre as diversas modalidades olímpicas.
O presidente da Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos (CBDA), Luiz Fernando Coelho, afirmou que a entidade saiu
de um cenário de terra arrasada em 2019, após ter passado os dois anos
anteriores com ocorrências como o impeachment do presidente da entidade,
dirigentes sendo presos e problemas burocráticos com a federação internacional
de natação. O planejamento dos desportos aquáticos para a próxima Olimpíada foi
discutido pela Comissão do Esporte da Câmara na terça-feira (24). O debate
sobre o chamado ciclo olímpico Paris 2024 contou com a participação de
representantes de entidades de modalidades aquáticas como natação, nado
artístico, maratona aquática e polo aquático, além do Ministério do Esporte. A
CBDA passou por intervenções judiciais, tinha dívidas de todo tipo, inclusive
trabalhistas, e nenhuma medalha na Olimpíada de 2016. Luiz Fernando destacou
que a CBDA hoje é líder em ranking de transparência e prestação de contas. A
confederação, que estava em último lugar em governança, melhorou em uma escala
internacional que tem no máximo 20 pontos. “Estamos em 18. A gente vai chegar lá. E
para isso a gente obtém um benefício de 30 mil dólares, que será aplicado
integramente nas federações. E a gente crê que, em breve, vamos ter um fruto”,
disse. Poucos recursos Apesar da governança, o vice-presidente
da CBDA, Renato Cordani, afirma que, financeiramente, os esportes aquáticos não
estão tão bem, se comparados ao atletismo. “Apesar dessas dificuldades
todas, dentro da piscina, a nossa confederação tem tido resultados muito bons.
A nossa seleção feminina de polo aquático foi campeã do sul americano. Aqui o
nosso Cauã Pereira nos saltos ornamentais, ele teve o melhor resultado olímpico
da história da plataforma. São 100 anos de plataforma e agora em Tóquio o Cauã
ficou em décimo lugar”, informou. O secretário nacional de Alto Rendimento da
Secretaria Especial do Esporte, Bruno Souza, elogiou a atual gestão da
CBDA. “A gente espera que continue evoluindo para que essa preparação bem
curta para Paris possa já surtir efeitos e tenho certeza que surtirá, porque a
natação do Brasil merece", disse. Gestão e resultados Na
opinião do comentarista de natação Alexandre Pussieldi, não há como separar os
resultados do processo de gestão, porque grandes resultados com má gestão serão
pontuais, não serão repetidos. “Há a necessidade de que haja a gestão que
está sendo feita, mesmo com alguma herança da terra arrasada, e o processo de
resultado acontecendo. E essa união da boa gestão com bons resultados é que vai
dar sustentabilidade para o esporte”, observou. Os avanços foram reconhecidos
pelo atleta de polo aquático e integrante da Comissão Nacional de Atletas da
CBDA, Rudá Franco, que destacou o portal de transparência da
confederação. “Isso é para mim uma das coisas mais importantes que mudou
na CBDA. Quanto ao polo aquático, acredito que para esse ciclo de 2024 ainda é
muito difícil se classificar através do pré-olímpico aquático. Acredito que a
melhor maneira de se classificar para a Olimpíadas seja pelos jogos
Pan-Americanos, apesar de ter Canadá e EUA como grandes rivais, que investem
muito no esporte aquático", afirmou. Rudá sugeriu começar a pensar no
ciclo para 2028 porque, como o Pan-Americano será nos Estados Unidos, eles já
têm a vaga já como país sede e abriria a segunda vaga para o Brasil. "Esse
seria o ciclo mais interessante para o polo voltar de novo aos Jogos
Olímpicos”, observou. Medalhas Com a medalha de ouro de Ana
Marcela Cunha na maratona aquática dos jogos olímpicos de Tóquio, realizados em
2021, o Brasil chegou a 17 medalhas em provas de natação. São 2 ouros, 4 pratas
e 11 bronzes.Nadador e ex-atleta olímpico, o deputado Luiz Lima (PL-RJ) afirma
que os resultados alcançados nos últimos anos, especialmente após a destinação
de recursos públicos das loterias, podem ser melhorados no próximo ciclo
olímpico.“A gente não aproveitou uma imagem como Edvaldo Valério, primeiro
negro a representar o Brasil, a ganhar medalha, a gente teve César Cielo,
campeão olímpico, que também deveria ter sido muito mais bem aproveitado, e
recentemente nós temos a Ana Marcela. Então, cabe a cada confederação destinar
parte do seu recurso na promoção do seu próprio produto”, disse o deputado.As
próximas audiências públicas da Comissão do Esporte sobre o ciclo olímpico
Paris 2024 vão reunir representantes de entidades de vôlei (7/6) e judô (9/6). Fonte:
Agência Câmara de Notícias Reportagem – Luiz Cláudio Canuto Edição – Roberto
Seabra
Nenhum comentário:
Postar um comentário