Cenário econômico dificulta o cons umo das famílias e deve ocasionar em uma nova baixa do PIB no 4º trimestre de 2021.
O desempenho recente do consumo das famílias, segmento
responsável por dois terços (cerca de 65%) do PIB (Produto Interno Bruto)
brasileiro, se mostra insuficiente para impulsionar a economia brasileira no
quarto trimestre de 2021 e tirar o Brasil da situação de recessão técnica. A
percepção leva em conta o cenário econômico com inflação, desemprego e taxa básica de juros em
patamares ainda elevados. A combinação conta ainda com incertezas devido à disseminação da variante Ômicron do
coronavírus em território nacional. Para ter ingressado em 2022 distante da
recessão técnica, nome dado ao período com duas retrações trimestrais
consecutivas da economia, é necessário que a soma de todos os bens e serviços
produzidos no país tenha apresentado crescimento entre os meses de outubro e
dezembro. O crescimento no período ficou mais distante a partir do recuo de 5,8% produção industrial nos
últimos três meses do ano passado, na comparação com o já
negativo terceiro trimestre (-1,1%). Restam agora os dados relativos ao
agronegócio, à indústria e aos serviços para descobrir a situação econômica ao
final do ano passado.Diante da situação, o economista e sócio da BRA, João
Beck, afirma ser difícil acreditar em um resultado positivo os últimos três
meses de 2021. "As perspectivas já eram de queda meses atrás e ainda
saíram novos dados de desemprego, atividade da indústria e queda de
serviços", avalia ele. Piter Carvalho, economistas da Valor Investimentos,
observa que a sequência negativa da economia ocorre com a não
concretização do "consumo desenfreado" previsto com o avanço da
vacinação contra a Covid-19. "A Black Friday foi positiva, mais ainda teve
um desempenho abaixo do esperado. Em dezembro, o Natal também não foi tão bom
quanto os comerciantes desejavam", lamenta.Beck afirma ainda que a
recessão técnica foi uma escolha do BC (Banco Central) na tentativa de domar a
inflação, o que ocasiona no elevado nível de desemprego e não vai permitir que
o consumo salve a economia por um período. “O momento ainda é de retração de
toda a atividade e isso impacta a geração de empregos.”A explicação considera
que a elevação da taxa Selic é o instrumento de política monetária mais
utilizado para reduzir os preços. Isso acontece porque os juros mais altos
encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam outras
alternativas de investimento. A sequência recente de oito altas consecutivas elevou os juros básicos ao maior nível
em cinco anos.De acordo com o ICF (Indicador de Consumo das
Famílias), da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo), a intenção de consumo dos brasileiros encerrou 2021 com queda de
quase 10%, aos 71,6 pontos, menor nível de satisfação da história.A situação
pior dos consumidores também foi destacada pelo Monitor do PIB, da FGV
(Fundação Getulio Vargas), referente ao trimestre encerado no mês de novembro.
De acordo com a publicação, o segmento apresentou retração de 0,8% na
comparação com os três meses anteriores, salientando sua perda de força.( Fonte
R 7 Noticias Brasil)