ONU: Painel aponta ‘total
ineficácia’ de embargo de armas da Líbia.
Incapacidade da Líbia de cumprir medidas prejudica civil, que ficam à
mercê de violações de direitos humanos.
ONU: Painel aponta ‘total
ineficácia’ de embargo de armas da Líbia.
Incapacidade da Líbia de cumprir medidas prejudica civil, que ficam à
mercê de violações de direitos humanos.
Saiba quais países aceitam a entrada livre de brasileiros.
Existem
restrições fortes em 117 nações e moderada em outras 100 para tentar frear o
contágio por covid-19 em seus territórios.
Com a pandemia da covid-19, as variantes do coronavírus identificadas no Brasil e o aumento desenfreado de casos em solo nacional, o acesso de brasileiros a outros países está cada vez mais restrito. E não importa se a viagem é a negócios, turismo ou sobre assuntos pessoais. Atualmente, apenas oito países do mundo têm restrições leves para a entrada de brasileiros em seus territórios. São eles: Afeganistão; Albânia;Costa Rica;Eslováquia;Macedônia do Norte;Nauru;República Centro Africana; e Tonga. Segundo levantamento do Skyscanner, site especializado na venda de passagens online, desses países com controle mais relaxado, somente Afeganistão e Macedônia do Norte não têm nenhum tipo de restrição. A Albânia não recebe voos do Reino Unido, Tonga e Nauru não recebem voos da China, e Costa Rica e Eslováquia exigem um resultado negativo de exame PCR para a entrada no país. A pesquisa mostra que: 100 países têm restrições moderadas para receber turistas vindos do Brasil e outros locais; e 117 estão com restrições fortes, que incluem, na maioria dos casos, fechamento de fronteiras para todos que não sejam cidadãos ou estrangeiros com residência fixa no país. Quarentena obrigatória Os países que permitem algumas entradas exigem quarentena obrigatória de 14 dias. Estão no primeiro grupo países latino-americanos como: Argentina; Bolívia; México; Europeus como a República Tcheca e a Ucrânia; e A maior parte dos países do Caribe e da África. Os destinos mais procurados pelos brasileiros, no entanto, estão todos na lista de restrições fortes, com as fronteiras fechadas para todos os estrangeiros sem visto de residência. São eles: Estados Unidos; e União Europeia: Portugal, França, Espanha, Alemanha; Japão; China; Austrália; e Nova Zelândia. ( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
ARTIGO: O USS Greeneville e a
presença anglo-americana no Atlântico Sul.
Pesquisador analisa a estratégia
de defesa conjunta dos EUA e do Reino Unido na região, que inclui as ilhas
Falkland.
Em 10 de Fevereiro de 2021, o Vice-Almirante Daryl Caudle da Marinha dos Estados Unidos, Comandante das Forças Submarinas do Atlântico, declarou que um submarino nuclear norte-americano, o USS Greeneville, esteve no Atlântico Sul e usufruiu de suporte aéreo das forças militares britânicas permanentemente baseadas nas Ilhas Malvinas (ou Falklands, para os britânicos), território reivindicado pela Argentina. Por meio de uma declaração oficial do Vice-Almirante, o Comando das Forças Submarinas do Atlântico reconheceu as ilhas como território ultramarino britânico, desviando-se da posição oficial de Washington. Apesar do apoio diplomático e militar dado ao Reino Unido durante a Guerra das Malvinas em 1982, os Estados Unidos declaram-se neutros na disputa territorial que permanece entre Londres e Buenos Aires. Assim, o episódio se insere em um histórico de presença de potências externas no Atlântico Sul que fragilizam iniciativas regionais de cooperação nas áreas de Defesa e Segurança. Após disputas entre Espanha e Reino Unido no século XVIII, e um posterior período de administração pela Argentina, o controle britânico sobre as ilhas foi estabelecido em 3 de janeiro de 1833, permanecendo de forma ininterrupta até 2 de abril de 1982, quando a Argentina, governada por uma Junta Militar, iniciou a invasão que desencadearia a Guerra das Malvinas/Falklands. O apoio dos Estados Unidos aos britânicos durante o conflito demonstrou que as prioridades estratégicas norte-americanas residiam no Reino Unido e na Otan (MELLO, 1996), fragilizando o acordo de defesa hemisférica com os Estados da região, o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), que postula a assistência recíproca em caso de ataque aos seus membros. A vitória do Reino Unido no conflito cimentou a presença territorial e iniciou a expansão da infraestrutura e da presença militar britânica no Atlântico Sul. Desde 1982, Londres mantém unidades militares dos três braços das forças armadas, incluindo uma presença naval permanentemente baseada nas Malvinas (UNITED KINGDOM, 2012). Ainda que os números totais tenham passado por uma redução após a abertura da base militar de Mount Pleasant nas ilhas (BEACH, 1986), uma das principais bases ultramarinas do país, as forças e a infraestrutura britânicas mantidas no Atlântico Sul continuaram a ser altamente avançadas, mesmo em períodos de austeridade no Reino Unido. No início dos anos 2010, período de tensões com a Argentina sobre o início da exploração de petróleo na Zona Econômica Exclusiva das Malvinas, o governo britânico realizou um dos maiores investimentos em seus territórios sul-atlânticos desde o conflito de 1982. A construção de um aeroporto de duplo propósito na ilha britânica de Santa Helena (ST HELENA, 2011), passou a fornecer ao Reino Unido o quarto aeródromo sob sua soberania na região ao passo que diminuiu o isolamento geográfico das Malvinas em relação à Londres, além de minimizar a dependência britânica da base militar na Ilha de Ascensão que abriga militares dos Estados Unidos e constitui parte do cinturão de possessões da potência europeia no Atlântico Sul. A soberania britânica sobre as Malvinas é tradicionalmente apoiada pelos integrantes da Comunidade das Nações, organização que reúne ex-colônias e domínios do Reino Unido (COMMONWEALTH OF NATIONS, 2012). Ademais, o Reino Unido possui laços próximos com a África do Sul e, principalmente, Serra Leoa, ambos membros da iniciativa regional que visa o estabelecimento de uma Zona de Paz e Cooperação no Atlântico Sul, a Zopacas. Acordos com a África do Sul permitem que as forças navais britânicas operando no Atlântico Sul, a Marinha Britânica ou Royal Navy e a Frota Real Auxiliar, utilizem a estrategicamente relevante base naval de Simon’s Town para reabastecimentos e trabalhos de reparos (UNITED KINGDOM, 2017). Navios da Royal Navy que patrulham e garantem a soberania do Reino Unido nas Malvinas utilizam dessa base, reduzindo a necessidade de retorno frequente aos portos nas Ilhas Britânicas ou em Gibraltar. No caso de Serra Leoa, o país africano foi alvo de uma intervenção militar britânica no ano 2000, objetivando colocar fim à uma guerra civil. O alcance dos objetivos políticos e militares por meio intervenção marcou o retorno da presença militar do Reino Unido na África Ocidental. Serra Leoa defende a autodeterminação dos habitantes das Malvinas, apoiando assim a continuidade da presença britânica na região (MILLER 2012). As relações do Reino Unido com Serra Leoa e, em menor medida, com a África do Sul demonstram os limites da Zopacas. A organização regional, criada em 1986 por meio de esforços do Brasil e Argentina, tem como um de seus objetivos centrais a redução e eventual eliminação da presença territorial e militar “extrarregional” no Atlântico Sul (UNITED NATIONS ORGANIZATION, 1986). Entretanto, a pluralidade de interesses, ausência de maior institucionalização e coordenação de agendas, além da assimetria de poder relativo dos Estados membros em relação ao Reino Unido e aos Estados Unidos, reduzem expressivamente o peso geopolítico da Zopacas. Em 2008, Washington restabeleceu a IV Frota, responsável pela manutenção da presença naval norte-americana nas águas caribenhas e ao redor da América do Sul (DAWOOD; HERZ; LAGE, 2017), fortalecendo a presença do país no Atlântico Sul. Neste ponto, torna-se necessário destacar que os Estados Unidos possuem um contingente terrestre e aéreo permanente na Ilha de Ascensão, operando a base militar local em conjunto com o Reino Unido. Este sistema de disponibilização ou operação conjunta de bases em território britânicos não ocorre somente no Atlântico Sul, a Ilha de Diego Garcia no Oceano Índico é amplamente utilizada pelas forças de Washington desde a década de 1960. Assim, a presença do submarino nuclear USS Greeneville e as declarações do Comandante das Forças Submarinas do Atlântico ocorreram nesse contexto de tensões em que, apesar da pregada neutralidade em relação aos territórios britânicos, os Estados Unidos se beneficiam da presença ultramarina do Reino Unido. O apoio prestado ao USS Greeneville por componentes aéreos das forças britânicas nas Malvinas reforça a utilidade para Washington da manutenção do status quo na região. Além disso, como notado pela imprensa argentina, a presença desse submarino nuclear ocorreu poucos dias após o governo argentino cancelar atividades navais conjuntas com a Guarda Costeira dos Estados Unidos objetivando evitar desgastes com a China. Os exercícios envolviam treinamento de combate à pesca ilegal, sendo que esta prática possui na China a origem de crescente parcela das embarcações pesqueiras ilegais na costa Argentina e de outros país sul-americanos (ELGUETA, 2021).( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
Após atrasos, Egito promete
mudança para nova capital ainda em 2021.
Cairo deve deixar de ser a capital do
Egito até o final do ano para se mudar ao novo e tecnológico centro
administrativo.
Até o final de 2021,
o Egito deve mudar a
atual capital, Cairo, para uma nova cidade construída ao leste do país. Apesar
de atrasado, o projeto – considerado a “menina dos olhos” do presidente Abdel Fattah
al-Sisi – chama a atenção pelo forte uso tecnologia nas terras
até então inabitadas, informou a Reuters.
O porta-voz do governo do Egito, Khaled el-Husseiny, anunciou na quarta (17)
que todos os projetos já passaram de 60% da primeira das três fases até a
conclusão. Segundo ele, a transferência dos funcionários está prevista para
começar em julho. Já a inauguração da nova capital deve ocorrer no final do
ano. Na segunda-feira, o governo egípcio anunciou US$ 96 milhões em incentivos
para que funcionários selecionados já comecem a se mudar para a a chamada Nova Capital Administrativa. A obra
atrasou depois que os Emirados Árabes Unidos cortaram
parte do financiamento em 2015, logo após o anúncio do megaprojeto. À época, o
governo e os militares assumiram o custo de US$ 25 bilhões na construção, com a
garantia de empréstimos e financiamento estrangeiro. A pandemia também retardou
o processo, que envolve 168 quilômetros quadrados de obras. A nova capital
contará com universidades, instalações de lazer e um bairro diplomático a 45
quilômetros do Rio Nilo. Trabalhadores ainda dão os retoques finais à esplanada
de ministérios, que lembra uma sequência de templos faraônicos. Um amplo
complexo presidencial fica próximo aos dois prédios do Parlamento e a um templo
islâmico elevado. Uma torre de 385 metros está prestes a ser
concluída no distrito comercial, com conclusão prevista para 2023. Para o
lazer, um parque de dez quilômetros leva até uma mesquita gigante, ainda em
obras. Investimento tecnológico O governo egípcio investiu pesado na tecnologia
para a construção da nova capital. Centros de controle monitorarão a
infraestrutura e segurança de modo
eletrônico. Não haverá pagamento em dinheiro em espécie e todos os
telhados serão cobertos com painéis solares. Para cada habitante, serão 15
metros quadrados de área verde. A nova capital do Egito deve abrigar seus
milhões de pessoas. A segunda e terceira fases abordam as áreas residenciais –
um projeto que deve se estender por décadas. Ainda assim, o governo deverá
funcionar normalmente durante a execução, disse Husseiny. A alta tecnologia e
as possíveis oportunidades de negócios na nova capital do Egito já atraíram a China, que levou a sua
Companhia Estatal de Construção e Energia para operar nas obras, de acordo com
a Al-Jazeera.
Bancos chineses financiam 85% do projeto de US$ 3 bilhões, que inclui 20 torres
– incluindo a de 385 metros do Centro Administrativo. O prédio deve ser o mais
alto da África. Parceiros de longa data, Cairo e Beijing tendem a fortalecer
laços e garantir à China, maior parceiro comercial do Egito, uma maior influência
econômica sobre o país de 100 milhões de habitantes. O déficit
comercial dos egípcios com o gigante asiático chega a US$ 11
bilhões.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
Jornal russo ‘Novaya Gazeta’
relata ataque químico à redação em Moscou.
Funcionários sentiram um forte odor
na redação na manhã de segunda-feira (15); veículo é alvo de ameaças há anos.
Índia deve aumentar compra de
petróleo dos EUA após impasse com Arábia Saudita.
Transferência seria reflexo da
disputa entre Nova Délhi e Riad, que não aumentou a oferta de petróleo na
pandemia.
As
refinarias estatais da Índia devem cortar as importações de petróleo da Arábia Saudita e
aumentar as compras da commodity dos EUA,
disseram fontes ligadas ao assunto à Bloomberg nesta
quarta (17). A transferência seria uma resposta de Nova Délhi às crescentes
discordâncias com Riad após decisão da Opep (Organização
dos Países Exportadores de Petróleo) de não aumentar a oferta da matéria-prima.
O governo indiano era um dos patrocinadores dessa solicitação, que diminuiria o
preço do petróleo no mercado global. Ao menos quatro refinarias indianas teriam
sinalizado que não comprariam 10,8 milhões de barris em maio, apontou a Reuters.
Dados do governo indiano apontam que as importações dos EUA mais que dobraram desde janeiro e as
compras de petróleo saudita caíram
36% no primeiro mês do ano ante dezembro. A alta nos preços do
petróleo em 2020 forçou a Índia a insistir por um alívio nass restrições ao
fornecimento. A cúpula, porém, optou por estender a maioria dos cortes até
abril, impondo um novo aumento aos
preços globais.Nova Délhi culpou a Arábia Saudita pela decisão. No ano passado,
o ministro saudita de energia, Abdulaziz bin
Salman, sugeriu que a Índia buscasse em suas reservas estratégicas
“cheias de petróleo” e “comprasse mais barato”. Em resposta, o governo indiano
pediu que os refinadores diversificassem as fontes de petróleo e reduzissem a
“dependência do Oriente Médio”. Em fevereiro, a participação dos árabes nas
importações indianas teve a maior baixa em 22 meses. As estatais controlam
cerca de 60% da capacidade de refino do país, de cinco milhões de barris
diários. Juntas, elas importam uma média de 14,8 milhões de barris do petróleo
saudita por mês. Índia
busca alternativas Apesar de insistir na redução da
dependência do Oriente Médio, o ministro de petróleo da Índia, Dharmendra
Pradhan, buscou os Emirados Árabes Unidos para
fortalecer a “cooperação energética” bilateral nesta quarta-feira. Em
fevereiro, o emirado foi o quinto maior fornecedor de petróleo para a Índia.
Abu Dhabi integra o projeto para construir um complexo petroquímico que garanta
a extração de 1,2 milhão de barris diários na costa oeste indiana. A Índia é o
terceiro maior importador e consumidor de petróleo do mundo. Mais de 80% da
demanda doméstica de combustível vem do exterior.(Fonte A Referencia Noticias
Internacional)
Rússia impulsiona presença
militar por lucros na República Centro-Africana.
Moscou investe em apoio militar para
garantir acesso a riquezas naturais e influência crescente junto ao governo
local.
O envio
de novos instrutores militares da Rússia à República
Centro-Africana, no último dia 22 de dezembro, sinalizam uma
crescente influência de Moscou sobre o país africano, imerso em
conflitos armados desde 2013. O que ainda é obscuro, porém, são
os possíveis privilégios que aos russos recebem graças a essa participação. Forças
russas passaram a fornecer armas e apoio militar ao combalido Exército da
República Centro-Africana apesar da incapacidade do governo de fornecer
segurança à população, apontou o think tank conservador The Jamestown
Foundation, que estuda temas relacionados à segurança. O benefício
na troca tende a ser o lucro econômico, disseram analistas da organização. Como
o país africano é rico em recursos naturais – ouro, diamante, urânio e tipos
raros de madeira –, Moscou sai na frente de concorrentes, como a França,
para obtê-los apoiando o governo local com armas e estratégias militares. Desde
a deposição do ex-presidente François Bozizé,
por uma coalizão rebelde
de muçulmanos, em 2013, a República Centro-Africana vive conflitos
interreligiosos e interétnicos. De 2018 para cá, Moscou ativou seu mecanismo de
treinamento militar para o país africano e o Kremlin enviou instrutores para
“auxiliar as milícias e forças locais”.Organizações internacionais, porém,
afirmam que esses instrutores são membros do grupo mercenário ilegal Wagner
Group, que já foi vinculado a disputas armadas na Síria,
na Líbia e na Ucrânia.Informações apontam que os integrantes estão na capital
centro-africana, Bangui, e garantem proteção às elites políticas
locais. Eles também colaborariam com “mercenários ruandeses”, que
têm participação cada vez mais ativa no conflito.Reportagens da mídia estatal
apontam que a Rússia acelerou sua provisão de armamentos a Bangui em 2019. Uma
reportagem do portal russo Lenta registrou a
venda de carros de patrulha blindados em outubro de 2020. Um mês depois, outro
lote chegou ao país como parte de uma “grande reforma na segurança local”,
disse o jornal Gazeta. Apoio político O apoio político do Kremlin ao presidente Faustin-Archange
Touadéra foi perceptível quando Moscou enviou tropas para
“estabilizar o país” pouco depois das eleições que lhe deram um novo mandato,
no último dia 27 de dezembro. A tensão pré e pós-eleitoral forçou o
deslocamento de 55 mil civis, disse a ONU (Organização das
Nações Unidas). Agentes de Moscou já ocupam cargos privilegiados junto a
Touadéra. Um exemplo é Valery Zakharov, o “verdadeiro chefe” do aparato russo
em Bangui, conforme relatório da organização “The Africa
Report”. Assessor do presidente, Zakharov é um ex-membro do FSB (Serviço
de Segurança Interna da Rússia) e opera no campo diplomático entre os dois
países. Além dele, outros quatro russos de alta patente estão atualmente no
país africano. “O nosso trabalho é fazer com que o governo centro-africano
controle todo o seu território em um futuro próximo”, disse Zakharov em reunião
no Kremlin.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
ONU: Unicef condena ataque no
Níger que matou 58 pessoas.
Aumento da violência armada no Sahel Central já afeta sobrevivência e
desenvolvimento dos jovens da região.
Maior luta do primeiro negro campeão de boxe
foi contra o racismo.
No Dia da Consciência Negra, campeão mundial Jack
Johnson simboliza luta pela identidade, em época de intenso racismo nos EUA no
início do século 20.
O debate sobre a consciência
negra, celebrada nesta sexta-feira (20), ganhou visibilidade hoje em dia. Mesmo
assim, muitos cidadãos negros ainda sofrem grandes dificuldades para se
inserir, diante de uma resistência muitas vezes velada, mas preconceituosa, de
setores da sociedade. Imagine, então, as dificuldades de um negro, poucos anos
após a abolição da escravidão nos Estados Unidos, em uma sociedade que em grande parte era opressora e abertamente racista. Com pouco estudo, mas muita
consciência, o filho de escravos Jack Johnson, nascido em Galveston (Indiana)
em 31 de março de 1878, desafiou os dogmas da intolerância de muitos americanos
ainda revoltados por perderem privilégios com a derrota da Guerra de Secessão
(1861-1865). Johnson lutou, literalmente, e, como boxeador, soube resistir às
pancadas daquela guerra aberta, muito mais fortes e dolorosas do que nos
ringues. "O racismo nos Estados Unidos é estrutural e permeia a fundação
da sociedade moderna, que, por um lado, privilegia a liberdade suprema por via
do desenvolvimento econômico e da democracia enquanto processo político, mas
ainda não conseguiu encarar a questão da democracia racial de forma mais
profunda", afirma Marília Carolina de Souza, professora de Relações
Internacionais da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), em São
Paulo. Na infância, após permanecer apenas cinco anos na escola, Johnson teve
de trabalhar como estivador, para sustento da família. Já praticado na
antiguidade, inclusive entre os sumérios (4500 a.c a 1900 a.c), o boxe era um
esporte comum durante a Grécia Antiga, mas, após um período de desaparecimento,
voltou no século 18, principalmente no Reino Unido, por causa da Revolução
Industrial. E da consequente urbanização. Dos colonizadores ingleses, o esporte
chegou aos Estados Unidos. No contexto de Johnson, o boxe era um instrumento de
demonstração de força e coragem, em um mundo com leis ainda instáveis, bem como
direitos e relações sociais.Desde jovem, Johnson se inseriu no esporte e,
obstinado, o transformou em profissão. E, além da busca da ascensão social, o
jovem alto e forte via no boxe (termo provavelmente originário do holandês,
boke, pancada) uma forma de firmar a própria identidade negra. Tornou-se,
assim, o símbolo de toda uma luta, encampada décadas depois por Muhammad Ali
(1942-2016), antes conhecido como Cassius Clay. "Tudo o que ocorria nos
ringues e ao redor de Jack Johnson tinha consequências nas ruas. A cada vitória
sua, e não foram poucas, havia protestos violentos de cunho racista. Por este
motivo, além de sua incrível capacidade de superação e de se manter com o
cinturão por um longo tempo, havia também a capacidade de saber, também para
além daquele momento histórico, que o ringue, naquela época, significava força
para as lutas que enfrentava fora dele", observa Marília. Sua primeira
luta de repercussão ocorreu em 1901, quando o pugilista, peso-pesado, perdeu
para o competente Joe Choynski que, apesar de não ter sido campeão mundial,
derrubou o futuro campeão, James Jackson Jeffries. Mas como o boxe era proibido
no Texas, onde aconteceu o combate, Johnson e Choynski foram presos. Na prisão,
Choinsky se tornou técnico de Johnson, percebendo que lhe faltava técnica,
apesar do grande pontecial. Ficaram amigos. Desafio pelo título Mesmo com o trabalho em conjunto com seu treinador, que era
branco, Johnson sofreu com o preconceito e não conseguia desafiar os campeões
mundiais, pelo fato deles se recusarem a lutar contra um negro. Ele insistiu,
em uma época em que era considerado um perigoso atrevimento tal tipo de
desafio. Depois de se tornar o "campeão mundial dos negros" vencendo
John Haines, Hank Griffin, Frank Childs e Denver Ed Martin, Johnson desafiou o
campeão mundial dos pesos-pesados, James Jeffries, que se negou a lutar contra
ele. Foram anos de tentativas, a última bem-sucedida, após ele seguir o campeão
mundial Tommy Burns, indo até o Reino Unido e depois para a Austrália, onde
finalmente se realizou o combate e Burns foi derrotado. Diz a lenda que Burns
só aceitou participar do combate contra o pugilista afro-americano por causa do
cachê de 30 mil dólares. Na iminência de Burns ser nocauteado, a organização
interrompeu a luta no 14º assalto, inclusive com intervenção policial, mas não
havia como tirar o título de Johnson, o novo campeão mundial dos pesados, e o
primeiro negro a conquistar o título. A partir de então, houve uma obsessão
entre os brancos em reconquistar o cinturão, no que se chamou de "A Grande
Esperança Branca", expondo o intenso conflito racial da época. E assim,
Philadelphia Jack O'Brien, Tony Ross, Al Kaufman e até mesmo o campeão mundial
dos pesos-médios, Stanley Ketchel, que se dispôs a vencer Johnson, foram
derrotados. Foi quando Jeffries decidiu sair da aposentadoria, aceitando lutar
contra o grande campeão negro, em combate que atraiu mais de 20 mil pessoas ao
ringue em Reno, Nevada, em 4 de julho de 1910, dia da comemoração da
Independência dos Estados Unidos. "Vou participar dessa luta apenas pelo
simples objetivo de provar que um homem branco é melhor do que um negro",
disse Jeffries. Segundo o Washington Post, o escritor Jack London conclamou
Jeffries a "remover aquele sorriso dourado do rosto de Jack Johnson".
Pela própria identidade Jeffries, que nunca havia caído em combate, foi
implacavelmente derrotado, tendo sido derrubado duas vezes, para o desgosto da
multidão, que pedia o encerramento antecipado da luta. O resultado incendiou o
país. Conflitos raciais, com barricadas e protestos nas ruas se espalharam por
mais de 50 cidades, deixando pelo menos 25 mortos. O negro havia mostrado que a
cor da pele jamais é motivo para tornar alguém pior, ou melhor. Johnson, alçado
ao estrelato, acumulou uma fortuna com o boxe. Usava dentes de ouro e se tornou
dono de boate. Excêntrico e apreciador de champanhe gostavam de passear com um
leopardo de estimação. No palco, não escondia seus dons artísticos. O Post
lembrou uma história em que, certa vez, ao ser parado por um guarda por excesso
de velocidade, Johnson deu uma nota de 100 dólares, para pagar a multa de 50.
Alertado pelo policial, ele respondeu que pretendia acelerar acima do limite
também na volta. Nem a fama, porém, o livrou das perseguições. Ele nunca abriu
mão de sua identidade. Chegou a ficar um ano preso, por ter se apaixonado por
Lucille Cameron, uma moça branca de 18 anos. Lucille foi uma de suas três
esposas, entre 1912 e 1924. Johnson foi detido algumas vezes, uma delas por
transportá-la e atravessar outro estado. A mãe dela, F. Cameron-Falconet, o
denunciou por sequestro à polícia de Chicago. "A busca pela 'esperança
branca' não teve sucesso, preconceitos foram se acumulando contra mim, e certas
pessoas injustas, ressentidas porque eu era campeão, decidiram que, se não
podiam me pegar de um jeito, pegariam de outro", desabafou Johnson na
ocasião. Ele morreu em 10 de junho de 1946, na cidade de Raleigh (Carolina do
Norte), aos 68 anos. Lutou até os 60, após ter perdido o título para Jess
Willard, em 1915, no 26º assalto (numa luta de 47 assaltos). Para Marília, o
legado de Johnson está aí presente, em movimentos como o "Black Lives
Matter", que emergiram após recentes incidentes, como o da morte do
cidadão negro George Floyd, asfixiado por um policial branco, em 25 de maio
último, em Mineápolis. "Se hoje, a luta racial ainda está presente no dia
a dia norte-americano, imagine no início do século 20, quando todos os direitos
dos negros eram negados e Jack Jonhson sequer era considerado um legítimo
cidadão", diz. A professora completa.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
França interfere no Líbano e busca recuperar poder no Oriente Médio.
Indicação de
novo primeiro-ministro libanês remete aos tempos em que França e Reino Unido
redesenharam a região, após a Primeira Guerra.
A indicação do diplomata Mustapha Adib como primeiro-ministro do Líbano, na segunda-feira (31), sob influência da França, foi mais um evidente exemplo da configuração do Oriente Médio após a Primeira Guerra Mundial. Adib se reuniu em Beirute com o presidente francês Emmanuel Macron. Ele foi escolhido após o governo anterior renunciar por causa da explosão no porto de Beirute, no início de agosto. Neste modelo, há uma tipo de controle indireto. Em vez de se enraizarem nos próprios países, administrando-os diretamente, potências europeias como a França e o Reino Unido, historicamente, buscaram livrar-se da pressão e ficar apenas com as vantagens deste tipo de domínio. A solução encontrada foi a tentativa de conceder aos países desta área conflituosa uma espécie de "independência controlada". Com o tempo, porém, fatores internos, como a briga pelo poder entre etnias locais, e externos, com a ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética, depois Rússia, passaram também a influenciar o jogo político, esvaziando o objetivo inicial. Mas resquícios deste domínio europeu ainda predominam, exemplificados nas últimas interferências francesas na política libanesa. A ingerência vem sendo retomada principalmente desde 2018, quando o então primeiro-ministro Saad Hariri, sentindo-se ameaçado pelo Hezbollah, renunciou e foi para a Arábia Saudita, depois retomando a função. Na ocasião, Macron recebeu Hariri no palácio presidencial do Eliseu para uma reunião que ajudou a fortalecer a base do primeiro-ministro. Além da tentativa de pacificar o Líbano, este papel de mediador, para o governo da França, o impulsiona a se manter no jogo de poder na região, na qual ela vinha perdendo força, apesar de seu forte vínculo cultural com a sociedade libanesa, que em grande parte fala o idioma francês. França e Reino Unido, desde o esfacelamento do Império Otomano, que controlava a região até o fim da Primeira Guerra, viam nesta parte do Oriente Médio uma posição estratégica e riqueza petrolífera. Ambas, inclusive, já interferiam na região desde o século 19, nos prenúncios da industrialização e da busca de mão de obra e fornecedores baratos. Em 1842, após conflitos violentos entre drusos e maronitas, franceses e britânicos aproveitaram para apoiar os grupos locais.Ganharam, assim, terreno por aquelas áreas, mesmo com o Império Otomano tendo formalmente o controle do que antes era apenas denominado como Síria (a Grande Síria, que englobava o Líbano). Os franceses deram apoio aos maronitas no norte e os ingleses apoiaram os drusos no sul. Sangrentos conflitos se sucederam, enfraquecendo o poderio otomano, que, já sem recursos e infraestrutura, via seu domínio se esfacelar. Foi um passo inicial para uma nova configuração do Oriente Médio, que iria se desenhar a partir de 1918, quando o fim da guerra deu início a novas disputas. Disputa territorial O Acordo Sykes-Picot, assinado em 1918 por França e Reino Unido combinava, em vez da plena autonomia, uma divisão daquele cobiçado Oriente Médio entre os dois governos. A informação foi vazada pela Rússia, inimiga na Primeira Guerra, e acabou fazendo com que ingleses e franceses perdessem a confiança das populações árabes. O jeito, então, foi buscar governos que atendessem aos interesses das duas nações europeias e, ao mesmo tempo, conseguissem manter sob controle as populações. A Conferência de San Remo ratificou o acordo Sykes-Picot. Pela divisão, os ingleses continuaram com o controle da província otomana da Mesopotâmia (hoje Iraque) e da parte sul da província otomana da Síria (Israel, Palestina, Síria e Jordânia). Para a França, foi destinada outra parte da Síria do império otomano (o atual Líbano e a província de Hatay, hoje parte da Turquia). Os ingleses não deixaram os franceses ocuparem a parte setentrional da então Palestina (hoje Israel), argumentando que a Declaração Balfour (que prometia conceder aos judeus o direito a um Estado na refião) lhes dava legitimidade sobre a área. O interesse maior era competir com os franceses, que iriam controlar o oleoduto de Mossul, no controle do oleoduto de Haifa, o que deu aos ingleses o mandato sobre a Palestina. Iniciou-se, então, uma disputa velada entre França e Reino Unido que instigou muitas revoltas de árabes contra judeus. O interesse francês era financiar combatentes árabes para alimentarem a instabilidade da região e obter ganhos territoriais, já que as fronteiras ainda não estavam estabelecidas. Membros de famílias poderosas locais, então, barganhavam o poder. A divisão dos países acabou ocorrendo com base em interesses da França e do Reino Unido. Grupos ligados a Faiçal, por exemplo, filho do xerife de Meca, derrotaram franceses na região mas, no momento em que este iria assumir o trono da Síria, acabou expulso pela própria França. Os ingleses, então, para compensá-lo, ofereceram o controle da região ao redor de Bagdá e ele foi proclamado rei de um novo país, o Iraque. Seu irmão, Abdullah, passou a comandar a recém-criada Jordânia. A ideia de a França e Reino Unido manterem militares nestes locais e governá-los diretamente, portanto, estava para caducar, em função da revolta das populações contra a presença de ambos. Seria mais fácil, então, interferir à distância. Mas, com o tempo, disputas locais acabaram por desviar a prioridade destes novos governantes em atender os desejos das potências que, por outro lado, abriram mão da perda de poder direto para, pelo menos, ajudá-los a se manter no cargo. Algo semelhante ao que acontece hoje com o sírio Bashar al-Assad e seu protetor maior, a Rússia. E a rotina do Oriente Médio prossegue atendendo muito mais aos interesses de governos aliados a potências ou a grupos que predominam pela violência.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
Do nevoeiro à pandemia: a Rainha Elizabeth já viu de tudo.
No mundo
ocidental, ela é a única que se manteve no poder em um país durante tantas
décadas, testemunhando a História.
Faz 68 anos. Em 9 dezembro de 1952, chegava ao fim o grande nevoeiro de Londres. O fenômeno levou à morte 12 mil pessoas, após uma frente fria chegar e, por causa da inversão térmica, aprisionar na atmosfera o carvão de baixa qualidade usado na época pelas indústrias e também pela população, em função das baixas temperaturas. Os hospitais ficaram lotados e aqueles cujos sistemas respiratórios eram mais sensíveis, tal qual ocorre hoje com a covid-19, pereceram. A jovem Elizabeth II, rainha que assumira o trono em fevereiro daquele ano, acompanhou tudo do Palácio de Buckingham, num momento em que se deparava com o desafio de lidar com seus anseios humanos e familiares, abrindo mão deles em função das exigências da realeza. Tudo pode ser visto por dois ângulos. Há aqueles que criticam a monarquia britânica, acusando-a de hipócrita, de autoritária, de controladora dos verdadeiros sentimentos, de retrógrada, de opulenta. Por outro lado, não mais poder sair de casa quando bem entender, opinar sobre qualquer assunto, ter responsabilidades em relação a diferentes pensamentos, ter a obrigação de seguir regras milenares, não pelo autoritarismo, mas por uma organização necessária, tira do monarca aquela aura de estar acima dos outros. Pelo contrário, no fundo, ele se torna, por tempo indeterminado, um servidor de algo maior. Elizabeth teve sorte. Deu seus primeiros passos na relação política com o Reino Unido tendo Winston Churchill como interlocutor. O primeiro-ministro, no país, é sempre um consultor e, ao mesmo tempo, um seguidor da monarquia. Churchill, naquele momento, vivia o epílogo de sua carreira política. Estava sombrio, bem diferente do homem sarcástico e vigoroso que praticamente comandara os aliados na vitória na Segunda Guerra. Mas, ainda, como aquele craque veterano, tinha seus lampejos e contribuía com sua experiência e visão. Pois Elizabeth teve o privilégio de contracenar com Churchill em seus últimos momentos. Em troca, presenteou o velho político com a possibilidade de ver o país entrar em uma nova era. Mesmo com toda sua tradição, a monarquia acaba se moldando às mudanças de cada tempo. É assim que ela caminha, entre a flexibilidade e a rigidez. Foi assim que Elizabeth foi coroada, cresceu e envelheceu. Entre o amor de mãe e a missão que lhe foi conferida. Aprendendo a aproveitar os momentos íntimos da família como algo precioso e praticamente oculto. Tal qual os de uma mulher comum. No poder, ela viu Churchill morrer, em 1965, e acompanhou o histórico funeral do líder, que abarrotou as ruas de Londres como a passagem de reis em sua carruagem. Outro líderes, de outros países, também assumiram suas funções, governaram e morreram enquanto ela reinava: Dwight D. Eisenhower; John F. Kennedy; Lyndon B. Johnson; Richard Nixon; Gerald Ford; Ronald Reagan e George Bush. Ela acompanhou fases democratas e republicanas. Viu o nascer da causa dos negros, a luta de Martin Luther King e de Nelson Mandela, até Barack Obama se eleger e ter sido substituído pelo opositor Donald Trump, outro que teve seu ciclo encerrado. Enquanto ela prosseguia. Elizabeth foi amadurecendo enquanto acompanhava como líder os conflitos no Oriente Médio, rejubilando-se com a derrota de Gamal Abdel Nasser na Guerra de Suez, em 1956, vendo Golda Meir ser uma das pioneiras na luta pela igualdade de gênero enquanto governava Israel, acompanhando os governos de David Ben- Gurion, Levi Eshkol; Menachem Begin; Yitzhak Rabin; Shimon Peres; Yitzhak Shamir; Ehud Barak; Ehud Olmert e Binyamin Netanyahu. Observou à distância as turbulências na França nacionalista de Charles de Gaulle, a busca da integração europeia promovida por Valéry Giscard d'Estaing, a ascensão do socialismo com François Miterrand, a volta da direita com Jacques Chirac, o surgimento de Emmanuel Macron. Do palácio, acompanhou a ascensão do liberalismo com Margareth Tatcher, a busca da terceira via com Tony Blair, o trabalhismo de John Major, o populismo de Boris Johnson. Viu a Alemanha ser reconstruída com Konrad Adenauer, Willy Brandt e sua política de integração entre o Leste e o Oeste europeus em meio à Guerra Fria, Helmut Kohl e Angela Merkel. Após ser contemporânea de Joseph Stálin, Nikita Kruschev, Leonid Brejnev, testemunhou a maior parte da Guerra Fria até a dissolução da União Soviética com Mikhail Gorbatchov. Devia se manter estupefata com a dituadura na China, desde os tempos de Mao Tse-tung até a regidez política e o liberalismo econômico de Deng Xiaoping, que hoje por lá vigoram. Muitas pessoas comuns também viram tudo isso, é verdade. Mas ela, no mundo ocidental, é a única que se manteve no poder em um país. Na minha existência comum, enquanto o Brasil ganhava Copas, Pelé surgia e se despedia, Maradona encantava o mundo e recentemente morria, Sócrates fundava a Democracia Corintiana, o Brasil entrava e saía da ditadura, Tancredo era eleito e morria quase na véspera de assumir, e os governos Sarney, Itamar, Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma se sucediam, antes de Bolsonaro, ela estava lá. Como monarca. Mas, no fundo, eu tinha a sensação de que se tratava de uma pessoa comum. Cheia de restrições, por causa de sua função. E, por isso, de frustrações. Na última terça-feira, o Reino Unido começou a vacinação contra a covid-19, mais um capítulo dessa passagem da rainha. Os idosos serão vacinados primeiro. Ela está na lista, mas não terá prioridade. Todo o equilíbrio e contenção da monarquia acabam tendo apenas o sentido de permanência e de identidade. Necessários a qualquer um, dentro de suas condições sociais e econômicas. Elizabeth então se revelou a pessoa comum da qual, por mais que os trajes e a coroa disfarcem, é impossível escapar. Bem antes desta série, The Crown. À espera de uma solução para a pandemia. E na expectativa de também ser imunizada.Tive, então, a certeza de como todos nós, nobres e plebeus, somos tão parecidos. E tão reais.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
Vírus são desafios milenares na 'guerra' com humanos.
A própria
essência parasita dos vírus remete a uma ideia de "anti vida", muito
antes do surgimento da atual pandemia da covid-19.
Entre pântanos, florestas de samambaia e répteis, a vida na Terra ainda se iniciava e os vírus já existiam. Tiveram origem, ainda que isso continue suscitando debates, provavelmente ao mesmo tempo que os seres mais primitivos. Ou pouco depois. E quando o Homem surgiu, os vírus já estavam entre nós. "Os vírus fazem parte da natureza, são microrganismos que representam um grupo extremamente importante de patógenos dentro da nosologia humana", afirma a infectologista Silvia Regina Julian, especialista com título da Sociedade Brasileira de Infectologia. Nosologia é a ciência que trabalha com a definição das patologias. A história humana, portanto, pode ser considerada uma série de superação de pandemias. Muito antes da atual quando, apesar dos recursos tecnológicos, a vacina contra a covid-19 ainda não foi implementada. Vírus e modernidade, desde os primórdios, têm uma forte relação. A própria essência parasita do vírus remete a uma ideia de "anti vida". Qual a função, afinal, deste elemento cuja estrutura básica é composta somente de dois componentes, um ácido nucléico (DNA ou RNA) e um envoltório feito de proteínas? Alguns também têm um envoltório, denominado envelope, feito de gordura e fósforo.A função, neste caso, é criar vida em função de outro organismo. Mesmo com códigos genéticos próprios (DNA e RNA), o vírus depende de outro corpo para se manifestar. Colocar o seu próprio código genético e se reproduzir. Ainda há um debate sobre a condição dos vírus. Muitos acreditam que, por não possuírem células em sua composição, o que os impossibilita de sobreviver sem um hospedeiro, eles não podem ser considerados seres vivos. A modernidade impacta quando, a cada mudança de era, os seres humanos costumam ser infectados por vírus. "Na realidade, pouco se conhecia dos vírus. Durante muitas décadas, as doenças causadas por vírus foram relegadas a um papel secundário em relação às doenças causadas por outros patógenos. Isto se deveu, em grande parte, ao fato dos vírus requererem estrutura laboratorial mais complexa para o diagnóstico", observa a dra. Silvia. Existem vírus que são permanentes, mas muito menos agressivos, como os da herpes, que entraram em contato com ancestrais de humanos há mais de 80 milhões de anos. Todas as pessoas estão infectadas por um tipo de vírus da herpes, mas a grande maioria desenvolveu uma tolerância que evita maiores prejuízos. A própria palavra vírus sofreu mutações. Na época do Império Romano, tinha o significado de "veneno", no latim. Esquecida por um tempo, voltou a ser usada a partir do século 16 no Norte da Inglaterra, para identificar os germes "venenosos" que infectavam humanos. Mas o tom restrito do termo ganhou amplitude quando o cientista holandês Martinus Beijerinck, em 1898, passou a usar a denominação para doenças misteriosas causadas por este microrganismo. Tido como o "Pai da Virologia", Beijerinck chegou à definição de vírus ao estudar a doença do mosaico do tabaco, percebendo que esta tinha como causa um organismo menor do que a bactéria. Futuras gerações A tendência parasitária dos vírus, porém, intriga os cientistas, por tais microrganismos não serem totalmente "anti vida". Apesar de todo o caráter destrutivo. Os vírus têm a característica de modificar o próprio material genético para se reproduzirem, muitas vezes desafiando o material genético do ser humano. Para se defender, leva um tempo até que o organismo humano produza anticorpos que, possivelmente, estarão presentes em gerações futuras. Neste sentido, o vilão do momento, está contribuindo para uma imunidade nas décadas seguintes, segundo muitos especialistas. O homem atual, com isso, é reflexo de uma série de vírus que atuaram na história. Nem por isso, tentar derrotá-lo deixa de ser extremamente necessário. A própria Ciência tem essa função, sempre em busca de uma vacina que também contribuirá para uma melhor qualidade de vida. Já nesta geração. Nesta guerra entre humanos e os vírus, são os parasitas que acabam sendo usados como um instrumento para a própria evolução da vida. "Ao longo da história, houve necessidade do desenvolvimento de técnicas de cultivo celular, de microscopia eletrônica e de biologia molecular para que se documentasse a presença de vírus", completa a dra. Silvia. Por tal linha de raciocínio, o combate a eles, assim, passa a ser encarado como um desafio indispensável e permanente. Não só para o futuro, mas também no presente.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
Palhaços Sem Fronteiras alegra rotina em campos de refugiados.
Grupo é um
braço do Médicos Sem Fronteiras e tem feito apresentações em locais de
conflitos e guerras, na busca de levar esperança às pessoas.
O que faz uma pessoa sobreviver em um campo de refugiados? Para quem está de fora, é difícil se colocar no lugar de alguém que foi obrigado a fugir de seu país, esteve perto da morte e se depara com a permanente insegurança para si e para seus familiares. Fora a falta de comida. A falta de infraestrutura. A falta de um motivo para sorrir. Idealizado pelo espanhol Tortell Poltrona, o Palhaços sem Fronteiras surgiu justamente para realizar a façanha de transformar em alegria a dura realidade de quem vive essa situação. Nem que seja uma alegria momentânea. O brasileiro Márcio Ballas, artista e palhaço com experiência internacional, viu de perto essa magia se manifestar. Em uma de suas primeiras experiências, foi o mais jovem membro da comitiva do Palhaços sem Fronteiras, ao lado de profissionais ingleses, belgas e franceses, que se apresentou na fronteira com a Albânia, para refugiados da Guerra do Kosovo, em 1999. Aos 46 anos, Ballas, nascido na capital paulista, nunca se esquece dessa passagem. Enquanto fala, deixa transparecer nas palavras a emoção que ainda permanece nele. Missão cumprida, nesse sentido. Afinal, se ela se manifesta nele, é um sinal de que até hoje também está presente naqueles que, em situação tão dramática, precisavam se alimentar do sorriso vindo de uma palhaçada. Que, também ato de amor, funciona como uma carícia. Ou um beijo. "Ouvi falar do Palhaços Sem Fronteira quando estava estudando para clown (palhaço), na França. Falei: 'nossa, nem sabia que isso existia'. Na época não havia internet. Então fui lá, bati na porta e disse, 'Oi, sou do Brasil, sou um palhaço brasileiro e quero muito viajar com vocês'. Alguns meses depois eles me convidaram para minha primeira viagem, para os campos dos refugiados kosovares e fizermos uma jornada de duas semanas lá." Foi uma situação completamente inusitada. No meio da vastidão cercada de montanhas, eles foram surgindo lá de longe, cortando o silêncio da estrada e a monotonia da vida em um campo de refugiados. "Um campo de refugiados é um grande acampamento, com várias barracas. As pessoas ficam esperando pela sorte, pelo destino. Não acontecem muitas coisas lá, às vezes chegam médicos, mantimentos. Imagine o que é, de repente, chegarem duas vans com caras estranhos, com trancinhas, desembarcando bolas de malabares, trapézio! Isso muda toda a rotina. Já a chegada é uma novidade. As pessoas falam 'opa, o que é isso?' Vão estranhando e vão olhar ver o que está acontecendo." E o que se passa na cabeça de alguém que tem a obrigação de ser engraçado em um ambiente complicado deste tipo? Ballas mostra que o palhaço nada mais é do que um espelho do ser humano, em sua luta diária para superar seus próprios fantasmas: o medo, a sensação de fragilidade. E, como bom palhaço, ou humano, ele soube transformar tudo isso em gargalhadas sinceras. "Fazíamos dois campos de refugiados por dia, era muito impressonante. Fiquei muito impressionado, nunca tinha ido e digo que estava com muito medo: eu era o mais novo da turma; os refugiados só falavam albanês, bem diferente de francês, inglês, espanhol e, por fim, estávamos no meio da guerra." Aos poucos eles foram fazendo a montagem do espetáculo. Ballas conta que o fato de a preparação ser aberta já é uma atração, com os artistas se maquiando em público."O espetáculo na verdade começa desde a nossa chegada. O momento em que a gente chega já é um evento e alguma coisa incrível já começa a acontecer." A apresentação Então, como dizem os americanos, "It´s show time!" ( É a hora do show!). "Eu estava com muito receio. Seria possível criar em um lugar assim? Será que vão rir, gostar, entender? E a gente fez um show que tinha poucas palavras, muitos sons e as pessoas gostaram muito, ficaram muito encantadas, batiam muita palma no final. Ficaram lá e me deixaram muito emocionado. Foi algo muito especial, a primeira vez em que me apresentei em um local tão dificil, sem estrutura. Não tinha luz, não tinha nada. Só o humano conversando com o humano." No fim, os palhaços deram o protagonismo para as pessoas dos campos. "No final a gente falava para eles fazerem algo em troca. Era o momento deles serem protagonistas. Em alguns dos campos eles dançaram danças típicas, em outros ensinaram músicas para a gente, em outros convidaram para irmos às barracas e fizeram um chá e pequenas comidinhas. Era uma hora muito bonita porque era a hora da troca, fomos lá mostrar o que sabíamos fazer, mas eles também tiveram essa oportunidade." Outra viagem de Ballas foi para Madagascar, na África. Lá o grupo fez espetáculos em favelas, em lugares "muito muito muito pobres", em prisões para crianças, de 12,13,14 anos, que "foi algo muito forte". Mas eles conseguiram colorir, pelo menos por um tempo, um lugar tão cinza, como ele conta. Um hábito do Palhaços Sem Fronteiras, que ainda atua e ampliou há dois anos suas atividades para o Brasil, é deixar um nariz de palhaço, como presente, para cada uma das pessoas nestes campos. Ballas, que continua a atuar no ramo brasileiro do grupo, conta a razão desta atitude. "Fazíamos uma grande roda e distribuíamos os narizes. Era um momento muito bacana e emocionante, porque todos colocavam o nariz e ficava todo mundo igual. Um monte de palhaços de diversas partes do mundo, olho no olho. Era uma maneira de deixar alguma coisa com eles lá. Assim, depois, eles poderiam se lembrar desse momento, brincar com esse momento, fazer algo com o nariz, brincar com o nariz. Era uma maneira de deixar alguma esperança, alguma fagulha lá para eles, depois que a gente fosse embora."( Fonte R 7 Noticias Internacional)
Um vídeo gravado por uma testemunha mostra o momento do incidente e a tentativa de resgate. J eniffer Soares Martins, de 28 anos, morreu...