Rússia impulsiona presença
militar por lucros na República Centro-Africana.
Moscou investe em apoio militar para
garantir acesso a riquezas naturais e influência crescente junto ao governo
local.
O envio
de novos instrutores militares da Rússia à República
Centro-Africana, no último dia 22 de dezembro, sinalizam uma
crescente influência de Moscou sobre o país africano, imerso em
conflitos armados desde 2013. O que ainda é obscuro, porém, são
os possíveis privilégios que aos russos recebem graças a essa participação. Forças
russas passaram a fornecer armas e apoio militar ao combalido Exército da
República Centro-Africana apesar da incapacidade do governo de fornecer
segurança à população, apontou o think tank conservador The Jamestown
Foundation, que estuda temas relacionados à segurança. O benefício
na troca tende a ser o lucro econômico, disseram analistas da organização. Como
o país africano é rico em recursos naturais – ouro, diamante, urânio e tipos
raros de madeira –, Moscou sai na frente de concorrentes, como a França,
para obtê-los apoiando o governo local com armas e estratégias militares. Desde
a deposição do ex-presidente François Bozizé,
por uma coalizão rebelde
de muçulmanos, em 2013, a República Centro-Africana vive conflitos
interreligiosos e interétnicos. De 2018 para cá, Moscou ativou seu mecanismo de
treinamento militar para o país africano e o Kremlin enviou instrutores para
“auxiliar as milícias e forças locais”.Organizações internacionais, porém,
afirmam que esses instrutores são membros do grupo mercenário ilegal Wagner
Group, que já foi vinculado a disputas armadas na Síria,
na Líbia e na Ucrânia.Informações apontam que os integrantes estão na capital
centro-africana, Bangui, e garantem proteção às elites políticas
locais. Eles também colaborariam com “mercenários ruandeses”, que
têm participação cada vez mais ativa no conflito.Reportagens da mídia estatal
apontam que a Rússia acelerou sua provisão de armamentos a Bangui em 2019. Uma
reportagem do portal russo Lenta registrou a
venda de carros de patrulha blindados em outubro de 2020. Um mês depois, outro
lote chegou ao país como parte de uma “grande reforma na segurança local”,
disse o jornal Gazeta. Apoio político O apoio político do Kremlin ao presidente Faustin-Archange
Touadéra foi perceptível quando Moscou enviou tropas para
“estabilizar o país” pouco depois das eleições que lhe deram um novo mandato,
no último dia 27 de dezembro. A tensão pré e pós-eleitoral forçou o
deslocamento de 55 mil civis, disse a ONU (Organização das
Nações Unidas). Agentes de Moscou já ocupam cargos privilegiados junto a
Touadéra. Um exemplo é Valery Zakharov, o “verdadeiro chefe” do aparato russo
em Bangui, conforme relatório da organização “The Africa
Report”. Assessor do presidente, Zakharov é um ex-membro do FSB (Serviço
de Segurança Interna da Rússia) e opera no campo diplomático entre os dois
países. Além dele, outros quatro russos de alta patente estão atualmente no
país africano. “O nosso trabalho é fazer com que o governo centro-africano
controle todo o seu território em um futuro próximo”, disse Zakharov em reunião
no Kremlin.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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