General morreu de causas naturais, aos 97 anos. Ele foi
chefe de órgão que espionava pessoas que não apoiavam o regime militar.
O general reformado do Exército Newton Cruz, que chefiou o
extinto SNI (Agência Central do Serviço Nacional de Informações) durante a
ditadura militar, morreu nesta sexta-feira (15), aos 97 anos de idade. A
informação foi confirmada pelo Comando Militar do Leste. Cruz estava internado
no Hospital Central do Exército, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e
morreu de causas naturais. O velório dele deve acontecer neste domingo (16). O
general ficou à frente do SNI entre 1977 e 1983. O órgão era considerado um
instrumento de repressão da ditadura militar, pois perseguia e espionava
pessoas opositoras ao regime e jornalistas. Enquanto
era chefe do SNI, o general foi acusado de ter ligação com a morte do
jornalista Alexandre von Baumgarten, em outubro de 1982. Meses antes da
morte, o jornalista havia escrito um dossiê no qual revelava um suposto caso de
esquema de lavagem de dinheiro entre empresas privadas e o SNI. No documento,
Baumgarten dizia que estava jurado de morte por Cruz.O general sempre negou
envolvimento na morte do jornalista, mas dizia saber a identidade de quem
assassinou Baumgarten, embora nunca tenha revelado o nome do suposto assassino.
Cruz chegou a ser indiciado pela Polícia Civil, mas foi absolvido em júri
popular. RiocentroEm 2014, a Justiça Federal
aceitou uma denúncia do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro contra
Newton e cinco pessoas devido ao envolvimento deles em um atentado a bomba no
Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 30 de abril de
1981, ainda durante a ditadura, em um show para comemorar o Dia do Trabalhador. Naquele
dia, uma bomba explodiu do lado de fora do Riocentro. Dois militares teriam
tentado plantar bombas no local do show, mas uma delas explodiu antes, matando
um sargento. Na época, o governo culpou radicais de esquerda pelo ataque. Para
a Comissão Nacional da Verdade, o atentado foi uma "ação articulada do
governo".Newton foi acusado pelos crimes de homicídio doloso tentado
(duplamente qualificado por motivo torpe e uso de explosivo), associação
criminosa armada, transporte de explosivo e crime de favorecimento pessoal.Ao
aceitar a denúncia do MPF, a juíza federal responsável pelo caso considerou que
os delitos se configuravam como crimes contra a humanidade e, por isso, eram
imprescritíveis, segundo o direito internacional.O caso foi levado ao Superior
Tribunal de Justiça, onde a 3ª Turma da Corte negou os argumentos do Ministério
Público e definiu que nenhum dos acusados poderia ser levado a julgamento
porque os delitos que eles supostamente teriam cometido já estavam prescritos.Outro
episódio que marcou a carreira do militar foi um bate-boca com o jornalista
Honório Dantas, em 1983. Durante entrevista à imprensa, o general manda Dantas
calar a boca e o empurra. Dantas sai de perto e narra a situação com o gravador
ligado. Gritando, Cruz parte em direção ao jornalista, que acaba sendo detido
por outros militares que acompanhavam a cena.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
Nenhum comentário:
Postar um comentário