Tempestade
chegou à Carolina do Sul nesta sexta-feira (30); presidente Biden diz que
reconstrução pode levar anos.
Após causar destruição na
Flórida, o furacão Ian perdeu força e chegou ao estado da Carolina do Sul como
um ciclone. Mais de 40 pessoas morreram, mas esse número pode aumentar nas
próximas horas.A tempestade atingiu as proximidades da cidade de Georgetown com
rajadas de até 140 km/h. O presidente Joe Biden disse que o furacão Ian
"provavelmente vai ficar entre as piores tempestades do país" e que
deve levar anos para a reconstrução das regiões atingidas. Segundo o Centro
Nacional de Furacões, a previsão é que o Ian enfraqueça à medida que segue para
o interior do país.As chuvas e os ventos começaram antes de sua chegada à
cidade histórica de Charleston, e nas redes sociais circulavam vídeos da cidade
de Myrtle Beach inundada. "Esta é uma tempestade perigosa, que trará
fortes ventos e muita água, mas o mais perigoso será o erro humano. Seja
inteligente, tome boas decisões, monitore seus entes queridos e mantenha-se a
salvo", tuitou o governador da Carolina do Sul, Henry McMaster. Na
Flórida, o dano material foi "histórico" neste estado do sudeste
americano, com inundações sem precedentes, segundo o governador Ron DeSantis.
Ian deixou ruas e casas alagadas e barcos que estavam atracados nos portos
esportivos ficaram espalhados pelo chão. Nesta sexta, em Kissimmee, não
muito longe de Orlando, as autoridades cruzaram as áreas inundadas em barcos
para resgatar os moradores presos em suas casas.Na Flórida "acabamos de
começar a ver o alcance da destruição", disse o presidente Biden em um
discurso. "É provável que esteja entre as piores (...) da história do
país".Até a manhã desta sexta, cerca de 1,9 milhão de pessoas permaneciam
sem eletricidade no estado, segundo o governador da Flórida.Mesmo assim, em
meio a árvores derrubadas e fachadas destruídas, um punhado de restaurantes e
bares reabriram no centro de Fort Myers. Dezenas de pessoas estavam sentadas em
mesas em um terraço debaixo de um sol radiante."Foi horrível, mas
sobrevivemos. O teto da nossa casa voou, uma grande árvore caiu sobre nossos
carros, nosso jardim inundou, mas fora isso, está tudo bem", disse Dylan
Gamber, de 23 anos, agradecendo à solidariedade reinante entre os vizinhos.Segundo
estimativas iniciais, a passagem do furacão Ian poderia custar às seguradoras
até 47 bilhões de dólares e afetará negativamente o crescimento dos Estados
Unidos, devido sobretudo aos cortes de energia, cancelamentos de voos e danos à
produção agrícola. Biden disse que pretende visitar a Flórida o quanto antes,
mas também o território americano de Porto Rico, devastado recentemente pelo
furacão Fiona.Ao mesmo tempo, prosseguiam as buscas por 17 pessoas
desaparecidas após o naufrágio, na quarta-feira, de uma embarcação de migrantes
perto do arquipélago dos Keys, no extremo sul da Flórida.Das 27 pessoas a
bordo, uma foi encontrada morta e outras nove foram resgatadas, informou a
Guarda Costeira. Entre elas estavam quatro cubanos que nadaram até a margem dos
Keys.Antes de devastar a Flórida, na terça-feira Ian varreu Cuba, onde deixou
ao menos três mortos e provocou um apagão generalizado. A lenta recuperação do
serviço elétrico em Cuba, onde a capacidade de geração de energia ainda era
insuficiente para atender à demanda, mantinha a tensão social em Havana nesta
sexta, após protestos noturnos em vários pontos da capital. A mudança climática
causada pelas atividades humanas está provocando eventos meteorológicos mais
severos em todo o mundo, segundo os especialistas.De acordo com uma análise
preliminar de cientistas americanos, divulgada nesta sexta, o aquecimento global
acrescentou 10% mais chuvas ao furacão Ian."A mudança climática não causou
o furacão, mas o tornou mais úmido", disse Michael Wehner, do Laboratório
Nacional Lawrence Berkeley, subordinado ao Departamento de Energia dos Estados
Unidos, um dos cientistas que participaram deste estudo.( Fonte R 7 Noticias Internacional)