ONG denuncia que país vive a pior onda de execuções desde 2008, com média de nove enforcamentos por dia; maioria dos casos está ligada ao tráfico de drogas e a condenações por homicídio.
Pelo menos 1.000 pessoas condenadas à morte foram executadas no Irã desde o início de 2025, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (23) pela ONG Iran Human Rights (IHR), que denuncia uma “campanha de massacres” nas prisões do país.O número já supera o recorde de 975 execuções registrado em 2024 e é o mais alto desde que a entidade, com sede na Noruega, começou a monitorar os casos em 2008. Apenas na última semana, foram pelo menos 64 execuções — uma média de nove enforcamentos por dia. A ONG ressalta, porém, que os dados provavelmente estão subestimados devido à falta de transparência das autoridades iranianas. Organizações de direitos humanos vêm acusando o regime do aiatolá Ali Khamenei de intensificar execuções em escala inédita nos últimos anos, em meio aos protestos de 2022 e 2023 contra o governo e à guerra de 12 dias contra Israel em junho. “Nos últimos meses, a República Islâmica lançou uma campanha de massacres nas prisões iranianas. Sem uma reação internacional séria, a dimensão desse massacre cresce a cada dia. As execuções arbitrárias e em massa, sem garantias de julgamento justo, configuram crimes contra a humanidade”, disse o diretor da IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam. Segundo a ONG, cerca de 50% das execuções estão ligadas ao tráfico de drogas, 43% a condenações por homicídio, 3% a acusações de segurança nacional (como rebelião armada, “corrupção na Terra” e “inimizade contra Deus”), 3% a casos de estupro e 1% a espionagem em favor de Israel. O Irã ocupa hoje a segunda posição mundial em número de execuções, atrás apenas da China, de acordo com entidades como a Anistia Internacional. O relatório foi divulgado enquanto o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, participa da Assembleia-Geral da ONU em Nova York, em um momento em que Teerã enfrenta a retomada de sanções econômicas por causa do seu programa nuclear.(Fonte Mundo ao Minuto Noticias)
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