O Reino Unido, Austrália e Canadá juntam-se, assim, a Portugal, que vai também hoje proceder o reconhecimento oficial do Estado da Palestina, durante uma cerimônia que se realizará em Nova York.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou neste domingo que “o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”. O anúncio foi feito pouco depois de Canadá e Austrália também declararem o mesmo.“Hoje, para reacender a esperança de paz para palestinos e israelenses, e de uma solução de dois Estados, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”, afirmou Starmer em um vídeo divulgado nas redes sociais. Ele defendeu que o país “está agindo para manter viva a possibilidade de paz e de uma solução de dois Estados”. “Isso significa um Israel seguro e protegido, juntamente com um Estado palestino viável — neste momento, não temos nenhum dos dois”, explicou, acrescentando que o momento de reconhecer a Palestina “chegou”. Starmer revelou que se reuniu com famílias britânicas de reféns do grupo Hamas em Gaza e viu “a tortura que sofrem todos os dias”, pedindo a libertação imediata deles.E completou: “Nosso apelo por uma solução genuína de dois Estados é exatamente o oposto da visão odiosa do Hamas. Essa solução não é uma recompensa para o Hamas”. O primeiro-ministro britânico já havia declarado, em julho, que Londres reconheceria o Estado da Palestina caso Israel não assumisse uma série de compromissos, incluindo a implementação de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Canadá e Austrália também anunciam reconhecimento do Estado Palestino “O Canadá reconhece o Estado da Palestina e oferece sua parceria na construção da promessa de um futuro pacífico tanto para o Estado da Palestina quanto para o Estado de Israel”, anunciou o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, em comunicado. Quase ao mesmo tempo, a Austrália fez o mesmo anúncio, reconhecendo “as aspirações legítimas e de longa data do povo palestino a um Estado próprio”, conforme declaração conjunta do primeiro-ministro Anthony Albanese e da ministra das Relações Exteriores, Penny Wong. Esses países se juntam a Portugal, que também fará neste domingo o reconhecimento oficial do Estado da Palestina, durante uma cerimônia em Nova York. A declaração será feita pelo ministro das Relações Exteriores, Paulo Rangel, na missão de Portugal junto à ONU, às 15h15 locais (20h15 em Lisboa). O anúncio ocorrerá ainda antes da conferência desta segunda-feira, organizada pela França e pela Arábia Saudita na sede das Nações Unidas, sobre a solução de dois Estados. Vale destacar que cerca de três quartos dos 193 países-membros da ONU já reconhecem o Estado Palestino, proclamado pela liderança palestina no exílio em 1988. Netanyahu alerta que “criação de Estado Palestino colocaria existência de Israel em risco” Enquanto diversos países reconhecem a Palestina, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a criação de um Estado Palestino colocaria em risco a existência de Israel e prometeu combater esses apelos na Assembleia Geral da ONU. “Teremos de lutar na ONU e em todos os outros fóruns contra a propaganda enganosa contra nós e contra os apelos pela criação de um Estado Palestino, que colocaria em risco nossa existência e constituiria uma recompensa absurda ao terrorismo”, declarou. “A comunidade internacional ouvirá nossa posição sobre esse assunto nos próximos dias”, disse Netanyahu antes de uma reunião do Conselho de Ministros, segundo a agência France-Presse (AFP). Israel mantém uma ofensiva militar de larga escala na Faixa de Gaza em resposta ao ataque do Hamas em outubro de 2023. O grupo extremista controla o enclave desde 2007. O ataque do Hamas deixou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns. Desde então, mais de 65 mil palestinos foram mortos na Faixa de Gaza, onde Israel enfrenta acusações de genocídio e de usar a fome como arma de guerra. Israel nega tais acusações, mesmo após a ONU declarar, em agosto, que o norte da Faixa de Gaza enfrenta fome — algo inédito no Oriente Médio.(Fonte Mundo ao Minuto Noticias)
Nenhum comentário:
Postar um comentário