Rússia promete ‘defender’
separatistas pró-Moscou no leste da Ucrânia.
Entrada do governo Putin de forma
direta no conflito seria “não um tiro no pé, mas no rosto”, ameaçou
representante.
A
Rússia anunciou nesta sexta (9) que pode “defender” militantes separatistas
pró-russos no leste do Ucrânia caso ocorra uma ofensiva do governo de Kiev para
manter a integridade do território. “Tudo depende do tamanho da conflagração”,
afirmou Dmitry Kosak, representante do governo russo. A informação é da rede
britânica BBC.Uma
entrada do governo de Vladimir Putin de forma direta no
conflito poderia simbolizar “o começo do fim” para a Ucrânia e “não um tiro no
pé, mas no rosto”, ameaçou o oficial.A promessa russa vem poucos dias após
representantes do Reino Unido, dos EUA,
da UE (União Europeia) e da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico
Norte) manifestarem apoio ao governo da Ucrânia em razão das investidas russas
contra o leste do país, que vive desde 2014 um conflito separatista capitaneado
por insurgentes pró-Moscou. O secretário-geral
da Otan, Jens Stoltenberg, manifestou nas redes sociais na segunda (6) seu
“compromisso” com a Ucrânia e “séria preocupação” quanto às movimentações
militares russas no país. A resposta russa veio na sequência, via Dmitry Peskov, porta-voz do
presidente Vladimir Putin: “Duvidamos muito que isso [a manifestação de
Stoltenberg] vai ajudar a Ucrânia a resolver seu problema doméstico. Do nosso
ponto de vista, só vai piorar a situação”, afirmou. No sábado (4), foi a
vez do representante europeu para a diplomacia, o catalão Josep Borrell, que
também prometeu apoio aos ucranianos. O primeiro-ministro inglês Boris Johnson também fez declarações públicas a
respeito da situação ucraniana na último domingo (5), quando telefonou a
Zelenskiy para oferecer seu apoio contra os russos. Ao
premiê, o chefe de Estado da Ucrânia afirmou que as investidas russas seriam
“um sério desafio à segurança da Ucrânia, dos Estados-membros da Otan e toda a
Europa”, além de pedir maior retaguarda na região.
Já os norte-americanos pediram uma explicação para o que veem como
“provocações” na fronteira leste ucraniana. As investidas seriam uma forma de
intimidação e os EUA apoiariam “a soberania e a integridade territorial da
Ucrânia em face da agressão em curso”, segundo a alemã Deutsche Welle.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy havia conversado com o presidente
norte-americano, Joe Biden, na sexta (2). Tensão na fronteira O mais recente imbróglio entre a Rússia e a Ucrânia
começou no fim de março, quando o Exército russo movimentou tropas para as
proximidades da fronteira como parte de um “exercício”, segundo oficiais de
Moscou. Analistas consultados pela RFE (Radio
Free Europe) indicam que a manobra russa seria uma forma de “testar o
compromisso do presidente norte-americano” em relação ao país. Para o
pesquisador russo Pavel K. Baev, do Instituto de Pesquisa pela Paz
Internacional, em Oslo, na Noruega, a tentativa de fomentar o conflito na
fronteira leste da Ucrânia seria “uma escolha do Kremlin, no contexto da
transformação do regime de Putin em um Estado policial autocrático.” Em uma
pensata para o think tank The Jamestown
Foundation, Baev observa que o governo buscaria no exterior uma nova
crise que serviria de cortina de fumaça contra a tímida recuperação econômica
russa em meio à pandemia, a inflação dos alimentos que persiste mesmo com
controles estatais de preços, e o aumento da pobreza. “Começar uma guerra real
agora seria certamente um excesso por parte do Kremlin no momento, mas a subida
de tom consciente de Moscou nessa situação representa mais um passo nesse
terreno acidentado que é essa determinação de mostrar postura política e fingir
musculatura”, afirma o pesquisador. O presidente ucraniano pede uma nova rodada
de sanções contra os russos e a avaliação sobre o ingresso de seu país na
aliança militar. O governo Putin, que vê a Ucrânia como parte fundamental de
sua zona de
influência, já se opôs à adesão ucraniana à Otan e ao envio de
tropas ocidentais para a região. A crise russo-ucraniana vive seu ponto mais
baixo desde o mais recente cessar-fogo, em julho de 2020. Desde 2014, quando a
guerra de baixa intensidade começou após a derrubada do presidente Viktor
Yanukovych, aliado do Kremlin, 13 mil pessoas já morreram. Entre as demandas
dos grupos pró-Moscou estão maior autonomia nas
regiões de Donetsk e Lugansk, de maioria étnica russa. Há evidências de que os
russos patrocinam a insurgência por meio de auxílio militar e diplomático.(Fonte
A Referencia Noticias Internacional)
Nenhum comentário:
Postar um comentário