Boris Johnson pede calma em onda
de protestos na Irlanda do Norte.
Confrontos ganharam força na capital
Belfast e reacendem antigo conflito sectário no país, que é parte do Reino
Unido.
A agitação em Belfast, na Irlanda do Norte, nesta quarta (7),
terminou com ônibus incendiados e ataques à polícia. Em resposta via Twitter, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu “calma” e sinalizou
“profunda preocupação” com os protestos. As manifestações ganharam força na
semana passada, quando sindicalistas discordaram da decisão da polícia de não
processar líderes do partido nacionalista Sinn Fein. Os polítivos participaram
de um funeral no ano passado, desrespeitando o lockdown imposto para diminuir o contágio pelo novo coronavírus, o
que gerou indignação. A quebra das restrições para a contenção da Covid-19, somada ao descontentamento com as
novas barreiras comerciais entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido
após a saída definitiva da UE (União Europeia),
em janeiro, impulsionaram a violência nas ruas. Os protestos violentos desta
quarta-feira ocorreram na área de Shankill Road, uma das principais rodovias a
oeste de Belfast. O local fica próximo ao “muro da
paz”, que separa a comunidade do reduto nacionalista irlandês de Falls Road,
onde também há manifestantes. A divisão foi construída para evitar confrontos
após 30 anos de violência sectária na Irlanda do Norte. A
disputa envolveu sindicalistas favoráveis à permanência da província no Reino
Unido contra nacionalistas católicos que defendiam a inclusão
do território à República da Irlanda. Fotos e vídeos divulgados pela CNN mostram jovens atirando projéteis e
bombas de gasolina nos dois lados do muro. O parlamentar do DUP (Partido
Democrático Unionista), Sammy Wilson, pediu que Johnson “rasgasse o acordo que
quebrou o Reino Unido e todas as promessas feitas à Irlanda do Norte”.
Brexit impulsionou divisão Uma das condições do acordo da Sexta
Feira Santa é manter a fronteira aberta entre a Irlanda do
Norte, parte do Reino Unido, e a República da
Irlanda, independente e integrante da UE. O Brexit,
porém, exigiu a introdução de controles alfandegários para os portos
norte-irlandeses. Sindicalistas acusam Londres de traição.
Em março, a coalizão de sindicalistas LCC (Conselho das Comunidades Legalistas)
retirou seu apoio ao Acordo de Belfast, solução pacífica de
1998. “Não voltaremos até que nossos direitos sejam restaurados e o protocolo
[do Brexit] garanta acesso irrestrito a bens, serviços e cidadãos em todo o
Reino Unido”, diz o documento acessado pela BBC. O
Sinn Fein, por sua vez, culpa o DUP por alimentar as tensões ao se opor aos novos acordos comerciais.
O Serviço de Polícia da Irlanda do Norte afirmou que a violência parte de
“elementos criminosos” e o chefe de polícia já ameaçou entregar o cargo.( Fonte
A Referencia Noticias Internacional)
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