ONU: Pandemia nos atingiu como um
tsunami, conta jornalista na Índia.
Repórter Anshu Sharma, das Nações
Unidas relata o trauma de ter a família toda infectada em meio à disparada da
Covid-19.
Uma jornalista da Índia está
vivendo de perto o drama do que ela chama de “tsunami” do novo coronavírus em
seu país. Anshu Sharma trabalha na ONU News em Hindi, em Nova Délhi. Em suas
redes sociais, ela relata o “pânico” que sentiu ao ter sua família infectada e
ao ver tantas pessoas morrerem da doença. Segundo agências de notícias, mais de
200 mil pessoas perderam a vida para a Covid-19 numa
nação que lidera a lista global em número de novos casos de contaminação por
dia. Anshu contou que quando o vírus chegou à Índia, em março de 2020, muitos
não entendiam a gravidade da doença. A repórter indiana lembra que começou a
observar o impacto da pandemia pelo Sul da Ásia como profissional, mas tudo
mudou quando um membro da família morreu por causa de um atraso no tratamento
gerado pelo sistema de saúde fortemente atingido. Anshu relatou o
desespero vivido pela família, que tentava consolar outros, em pleno isolamento social. A repórter descreve esse
período como um momento de testes. Em setembro de 2020, ela decidiu visitar a
mãe já idosa e um irmão numa outra cidade. E apesar de todas as precauções e
cuidados, o pior ocorreu: todos foram diagnosticados com a pandemia e levaram
duas semanas lutando contra o vírus. Com medo, ela acordava durante a madrugada
e checava as camas na casa. A jornalista descreve aqueles dias como uma luta
diária e uma ansiedade sem fim. O único consolo foi a recuperação, na quarentena, e o fato de ninguém ter que ser
internado no hospital e enfrentar um risco maior. Primo
na Nigéria Ao mesmo tempo em que aumentavam os
casos da pandemia e a angústia em casa, um primo da jornalista estava na
Nigéria sem poder retornar à Índia. Com a mobilização da família, em julho, ele
conseguiu ser liberado, mas teve que ficar de quarentena num hotel por duas
semanas. Com febre, foi levado às pressas ao hospital. Mesmo antes de os
médicos conseguirem emitir um diagnóstico, o primo dela morreu por falência
múltipla dos órgãos. Segundo o hospital, ele morreu de malária. Logo depois, um outro membro da
família seria contaminado com o Covid. A jornalista afirma que a pandemia deixou
a mente dela num estado terrível por causa das incertezas típicas da doença.
Segundo ela, a Covid leva a um jogo malvado da mente que afeta a saúde física e
psicológica. Anshu fala que durante este tempo ela pôde refletir no real valor
da vida e o que realmente conta: viver a vida inteiramente e passar tempo com
os entes queridos. A jornalista indiana lembra que no ano passado, os casos
começaram a cair dando a entender que o país tinha vencido a pandemia. VacinaçãoE enquanto chegavam os elogios do mundo sobre a forma como a
Índia respondia à emergência, a nação com mais de 1,3 bilhão de habitantes,
começava a se preparar para a maior campanha de vacinação do mundo. Mas antes
que tudo isso se concretizasse, apareceu uma segunda onda da Covid-19 tomando
os indianos de surpresa. O número de novas infecções começou a subir de 1000
por dia para mais de 300 mil. Era como se um tsunami tivesse arrastando o país.
Quando três outros parentes foram contaminados, o coração de Anshu Sharma
disparou. Ela conta que viveu uma série de emoções. Primeiro: raiva consigo
própria por ter descuidado das medidas de
proteção, baixando a guarda nas semanas anteriores. Ao mesmo tempo,
ela esperava que os anticorpos da primeira vez em que se contaminou pudessem
protegê-la. Condolências Atualmente,
muitos estados e cidades da Índia estão sob toque de recolher para tentar
conter o avanço da pandemia. Ela diz que as redes sociais estão dominadas por
histórias trágicas da pandemia e que tem as mãos cansadas de escrever tantas
mensagens de condolência.O
sistema de saúde indiano está sobrecarregado e pedidos desesperados por camas
de UTI, cilindros de
oxigênio e injeções inundaram a internet. A jornalista afirma
que a pandemia colocou seu país natal de joelhos. E ao olhar para tantos
indianos, ela começa a ver que sua história pessoal não é nada na frente do
sofrimento de seus compatriotas. No início, os pacientes de Covid-19 estavam
sendo tratados como “intocáveis” e rejeitados pela sociedade. Mas agora, as
pessoas começaram a se ajudar. Os vizinhos se apoiam, donos de mercados
estão entregando comida a quem precisa, e lugares de culto se transformaram em
centros de isolamento para compensar a falta de leitos nos
hospitais. Várias comunidades estão coletando doações para comprar
oxigênio. Existe, segundo a jornalista da ONU News, um senso de solidariedade e
de compaixão. Se a primeira onda da pandemia separou a família, talvez a
segunda tenha aproximado as pessoas. Nenhum lar na Índia escapou dos efeitos da
pandemia. Segundo ela, a Índia e os indianos esperam agora uma luz no fim do
túnel.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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