Jornais, rádios e emissoras de
televisão são alvo nos distritos que passaram a ser controlados pelo grupo
jihadista.
O
ressurgimento do Taleban como governo paralelo no
Afeganistão tem sido particularmente prejudicial à imprensa independente local.
Dezenas de jornais, rádios e emissoras de televisão foram fechados desde que o
grupo jihadista passou a conquistar território, na esteira da evacuação das
tropas dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico
Norte). As informações são do site local Gandhara.
A situação remete a um passado não muito distante, de quando o Taleban governou o
país até 2001 e baniu a imprensa independente. Os veículos de mídia ressurgiam
com força no período posterior, mas agora voltam a ser alvo nos distritos em que
os extremistas assumiram o controle, em meio à mais recente ofensiva contra
forças do governo. Quando o fechamento não ocorre por imposição dos
talibãs, os próprios veículos optam por encerrar atividades, temendo
represálias. Há registros de ao menos 12 jornalistas mortos no país neste ano,
a grande maioria pelos extremistas. E muitos profissionais tiveram que deixar
suas casas em regiões controladas. Entre os poucos veículos que sobrevivem, a
ordem é não transmitir qualquer tipo de programação musical nem vozes
femininas. E apenas conteúdo ligado à propaganda do Taleban é
permitido, como boletins sobre as ações do grupo e mensagens religiosas
islâmicas. A rádio Nawbahar Balkh, no distrito de Balkh, é um dos veículos
agora controlados pelo Taleban. Apenas dois dos 18 profissionais que
trabalhavam na emissora permanecem. Os demais fugiram com medo da violência.
“Aqueles que ficaram foram forçados a transmitir conteúdo do Taleban, que usa a
emissora para fazer propaganda contra o governo“,
conta um ex-funcionário que deixou a região. A Rádio Sedaye Kokcha, no distrito
de Jurm, no norte do país, conseguiu sobreviver, mas teve que se adequar às
normas talibãs. “Atualmente, estamos transmitindo programas agrícolas, de saúde
e literários, mas estamos censurando programas musicais”, diz o diretor Nasir
Ahmad Akhgar. “E apenas homens trabalham na estação agora”. Em áreas sob seu controle,
o Taleban também proibiu smartphones e redes sociais, impedindo assim o acesso
a informações independentes. Há relatos de pessoas que foram agredidas por
jihadistas por postarem comentários críticos no Facebook. Segundo dados do
Ministério da Informação e Cultura do Afeganistão, ao menos 35 meios de
comunicação fecharam desde que o Taleban iniciou sua ofensiva em 1º de maio.
Outros seis veículos privados de mídia passaram para o controle dos jihadstas.
( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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