Anápolis fez a diferença
DIÁRIO DA MANHÃ
Foto:Reprodução
Por: Manoel Vanderic
A onda de manifestações que assola o País, com foco inicial em protestos contra aumentos da tarifa do transporte coletivo, evoluiu para temas variados, maioria de caráter político. O que aconteceu em Anápolis, na tarde do sábado-22, fez a diferença: protestos contra tudo e contra todos, mas praticamente nenhuma manifestação pertinente ao sistema de transporte coletivo urbano, a não a reivindicação de gratuidade para os estudantes.
É o que confirma a varredura de filmagens da passeata, que começou no cruzamento das avenidas Goiás e Brasil e se estendeu até as avenidas São Francisco, Pinheiro Chagas e Santos Dumont, no Bairro Jundiaí. Não mais que dez pessoas, entre mais de três mil manifestantes - os organizadores calculam cinco mil - pediram mudanças no transporte coletivo. A tentativa isolada de invasão do Terminal Urbano por um pequeno grupo de manifestantes não recrudesceu.
Durante todo o percurso da passeata, nenhuma violência, nenhuma baderna, nenhuma depredação e nenhuma prisão. O balanço positivo define o perfil ordeiro da população e retrata, sobretudo, os altos índices de satisfação popular com o transporte coletivo.
Os números indicam que menos de 1% dos anapolinos participaram das manifestações e entre estes não mais que 0,33% protestaram contra o transporte coletivo. Projetado para o universo da população de cerca de 350 mil habitantes, o percentual de insatisfeitos com os serviços da TCA é praticamente nulo. A população blindou a instituição, que sai fortalecida da onda de protestos.
Ao completar 50 anos, a empresa é destaque nacional pela qualidade de seus serviços, garantida pelo uso de tecnologias de ponta e por outros diferenciais, como equipe de excelência, frota moderna e bem cuidada, e ações de responsabilidade sócio-ambientais.
Única cidade do mundo com sistema troca-linha inteiramente controlado por computador, projeto que está sendo pesquisado pela TCB para implantação no Distrito Federal, Anápolis foi pioneira da acessibilidade (plataformas para o embarque de cadeirantes) e do biodiesel no Centro-Oeste. A frota ativa de 220 ônibus da TCA possui tecnologia SBE – bilhetagem eletrônica de última geração, com carregamento a bordo.
Apesar do processo licitatório, que se encontra paralisado na Justiça, a empresa investe no projeto do Passe Temporal, que permitirá o segundo embarque gratuito fora do Terminal Urbano, em qualquer ponto da cidade. Ao embarcar no Conjunto Filóstro, por exemplo, o operário poderá descer na Avenida Brasil e tomar outro ônibus, rumo ao Daia, sem pagar nova passagem.
Mais um referencial de tecnologia, que consolida Anápolis na vanguarda de um serviço essencial para a qualidade de vida da população e segurança das empresas. Transporte coletivo de qualidade é vetor de desenvolvimento econômico e gerador de emprego. A criação de corredores de ônibus, pela Prefeitura, resultará em redução do tempo das viagens e em melhoria para o trânsito.
No meio onda de manifestações, eclode a crise de mercado do setor de transportes públicos urbanos, provocada pela perda de clientes e arrocho tarifário, quando a inusitada redução do preço das passagens, proposta pelas empresas, através da desoneração de custos, via redução de impostos, finalmente deve sair do papel. Atenuante para a crise das manifestações, sem embargo das vantagens que a medida trará para todos, inclusive para o governo, que vai arrecadar mais com o aquecimento do setor.
Nos últimos anos, a TCA também foi afetada pela crise, mas não deixou de crescer nem de otimizar o atendimento. Os acontecimentos de sábado comprovam que a população local está satisfeita com o seu transporte coletivo, ao mesmo em que não esconde a sua preocupação com os rumos da licitação. Um retrocesso pode colocar Anápolis entre as centenas de cidades brasileiras que sofrem com a falta de qualidade do transporte publico.(fonte Diário da Manhã)