A vacina brasileira RNA MCTI CIMATEC HDT contra a Covid-19 entrou na primeira fase de testes, nesta quinta-feira (13/01), em Salvador (BA).
No Brasil, o estudo está sendo conduzido pelo
Senai Cimatec, e o desenvolvimento da tecnologia é feito pelos pesquisadores do
Instituto Senai de Inovação de Sistemas Avançados de Saúde em parceria com a
HDT Bio Corp (Seattle, EUA), empresa de biotecnologia sem fins lucrativos, e
com a RedeVírus MCTI. O projeto conta com financiamento do Governo
Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Participam desta fase 90 voluntários, com idades entre 18 e 55 anos. A pandemia da
Covid-19 acelerou processos e desenvolvimento da tecnologia brasileira. O
diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, destaca que as parcerias internacionais
têm um importante papel no fomento a inovação brasileira. A vacina é composta
por duas plataformas tecnológicas: o replicon de RNA (substância ativa) e uma
formulação lipídica (LION). Por meio dessas duas plataformas inéditas e
inovadoras, repRNA e LION, espera-se que a vacina seja capaz de gerar uma
imunização robusta e duradoura com uma dose menor de imunizante. A repRNA
(replicon de RNA) é o primeiro imunizante que utiliza essa tecnologia a ter uma
fase de estudos realizada no Brasil. O replicon de RNA é capaz de se
autoamplificar e ser reconhecido pelo organismo como um RNA mensageiro, que,
por sua vez, ensina o corpo humano a produzir respostas contra o vírus
(anticorpos). O imunizante integra um plano de desenvolvimento global que está
sendo realizado no Brasil, Estados Unidos e Índia, por meio da parceria entre
as três instituições: Senai Cimatec, HDT Bio Corp e Gennova Biopharmaceuticals
(Índia). O estudo de Fase I custará R$ 6 milhões.Segundo o médico
infectologista e professor titular do Senai Cimatec, PhD em Imunologia e
Doenças Infecciosas, Roberto Badaró, o objetivo principal desta etapa é avaliar
a segurança e a reatogenicidade do novo imunizante, ou seja, a capacidade de a
vacina gerar reação adversa (ou colateral) local ou sistêmica no organismo.
“Serão testadas três diferentes concentrações de dose, verificando-se qual
delas se mostrará mais promissora na produção de resposta imune humoral e
celular contra o vírus SARS-CoV-2. Além disso, a expectativa é que essa vacina
possa proteger contra todas as variantes da Covid-19 existentes, até o
momento”, explicaAinda de acordo com Roberto Badaró, a tecnologia utilizada no
imunizante RNA MCTI CIMATEC HDT é uma grande oportunidade para a produção de
outras vacinas não só para o coronavírus. Essa tecnologia poderá atender a
produção nacional de vacinas para a prevenção de doenças como dengue, zika,
febre amarela, podendo ser adaptada também para o câncer.“O impacto na
morbidade das doenças que avassalam a humanidade vai ser muito grande, a ciência
dá um salto muito grande para criar medicamentos específicos para as pessoas
utilizarem”, ressalta.( Fonte Jornal Contexto Noticias Brasil GO)