De janeiro a novembro, foram registrados 97.434 boletins de ocorrência de ameaça contra mulheres.
Em 2024, uma ameaça contra a mulher foi registrada a cada 5
minutos no estado de São Paulo, segundo dados divulgados pela Secretaria da
Segurança Pública (SSP). De janeiro a novembro, foram registrados 97.434
boletins de ocorrência de ameaça contra mulheres. Os dados de dezembro não
foram divulgados até o momento. No mesmo período de 2023, foram 97.920 registros de ameaça contra
mulheres. Em todo o ano, o número chegou a 114.083 boletins. Os números não só
refletem a gravidade dos casos de violência contra a mulher, mas servem ainda
como um alerta para todas as autoridades de segurança pública e do sistema de
justiça, segundo análise da advogada Ianca Santos, especialista nos direitos
das mulheres e integrante do Projeto Justiceiras. “É lamentável que ainda
tenhamos um número assustador como esse. Sabemos que existem muitas mulheres
que não denunciam. Então, o número é ainda maior do que isso”, ressaltou a advogada,
em entrevista à Agência Brasil. Ianca Santos disse que é comprovado que o
crime de ameaça é um dos mais praticados no âmbito da violência contra a
mulher. “É importante mencionar que o crime de ameaça é uma forma que o
agressor tem para tentar intimidar a mulher, para que ela se sinta com medo,
seja a ameaça em relação aos filhos, seja em relação ao trabalho, e a questões
financeiras, à família”. “Eles usam dos pontos fracos da mulher para
intimidá-la e minar a autoestima dessa mulher, deixando-a com medo”,
acrescentou. Por causa da intimidação, ainda há mulheres que sofrem
caladas e não denunciam por medo das consequências e de que essas ameaças sejam
concretizadas, alerta a advogada. Conscientização Ianca Santos avalia que, para solucionar e diminuir os crimes praticados
contra as mulheres, não só o de ameaça, são necessárias ações de prevenção,
conscientização e educação da população. “Nós precisamos da contribuição
dos órgãos públicos, das escolas, das empresas, que são formadores de opinião,
para levar conhecimento a toda a sociedade”, defendeu. A especialista citou
como exemplo os dias de jogos de futebol, quando há um aumento significativo de
violência contra as mulheres. Isso porque, em caso de insatisfação com o
resultado do jogo, há homens que descontam em suas companheiras, com gritos,
ameaças e, por vezes, agressões físicas. “Nós precisamos acabar com essa visão
estrutural, que ainda é predominante, de tratar a mulher como propriedade do
homem e que ele pode fazer o que quiser com ela. Isso reflete nesses casos de
ameaça, pois deixam as mulheres com medo, e a maioria paralisada, e não
procuram ajuda. Portanto, o investimento em conhecimento, em educação é de suma
importância”, disse a advogada. Importância em denunciar A advogada ressalta a importância de se denunciar casos de ameaças
contra mulheres, inclusive como forma de interromper o ciclo de violência. “Nós
sabemos que não é fácil denunciar uma pessoa muito próxima, como um marido, um
namorado, mas é importante essa denúncia justamente para que isso não se escale
para um crime mais grave, como o crime de feminicídio.” Os casos de feminicídio
tiveram aumento de 15,89%, de 2023 para 2024. Até novembro de 2024, foram 226
boletins de ocorrência do crime. No mesmo período de 2023, foram 195 registros.
Ainda que os dados de dezembro não tenham sido divulgados, os feminicídios
cometidos em 2024 já ultrapassaram o número total do ano imediatamente
anterior, com 221 registros. Para denunciar uma ameaça, a mulher deve ir a uma
delegacia de polícia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência.
Ianca recomenda que as vítimas deem preferência a delegacias de defesa da
mulher. “Ela precisa juntar as provas, indicar suas testemunhas, sejam testemunhas
diretas ou indiretas”, orientou. “Nos crimes de violência contra a mulher, que
geralmente acontecem entre quatro paredes, não tem testemunha [direta]. Mas a
testemunha indireta vale. Por exemplo, a mulher que foi agredida contou para
uma amiga. Essa amiga é sim uma testemunha dos fatos”, explicou a advogada
sobre as testemunhas indicadas quando o boletim de ocorrência é registrado. Segundo
Ianca, além de conscientizar para que as mulheres registrem as denúncias, é
preciso que os casos sejam investigados a fim de evitar que crimes como ameaças
se desdobrem em feminicídio. “Ainda enfrentamos uma questão de contingente para
averiguar essas demandas. É necessário um maior investimento nas delegacias de
defesa da mulher para ter um atendimento mais célere e rápido, com maior
deferimento de medidas protetivas, visando sempre a proteção dessa mulher”,
defende. Em 2024, uma ameaça contra a mulher foi registrada a cada 5 minutos no
estado de São Paulo, segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança
Pública (SSP). De janeiro a novembro, foram registrados 97.434 boletins de
ocorrência de ameaça contra mulheres. Os dados de dezembro não foram divulgados
até o momento. No mesmo período de 2023, foram 97.920 registros de ameaça
contra mulheres. Em todo o ano, o número chegou a 114.083 boletins. Os números
não só refletem a gravidade dos casos de violência contra a mulher, mas servem
ainda como um alerta para todas as autoridades de segurança pública e do
sistema de justiça, segundo análise da advogada Ianca Santos, especialista nos
direitos das mulheres e integrante do Projeto Justiceiras. “É lamentável que
ainda tenhamos um número assustador como esse. Sabemos que existem muitas
mulheres que não denunciam. Então, o número é ainda maior do que isso”,
ressaltou a advogada, em entrevista à Agência Brasil. Ianca Santos disse
que é comprovado que o crime de ameaça é um dos mais praticados no âmbito da
violência contra a mulher. “É importante mencionar que o crime de ameaça é uma
forma que o agressor tem para tentar intimidar a mulher, para que ela se sinta
com medo, seja a ameaça em relação aos filhos, seja em relação ao trabalho, e a
questões financeiras, à família”. “Eles usam dos pontos fracos da mulher para
intimidá-la e minar a autoestima dessa mulher, deixando-a com medo”,
acrescentou. Por causa da intimidação, ainda há mulheres que sofrem
caladas e não denunciam por medo das consequências e de que essas ameaças sejam
concretizadas, alerta a advogada. Ianca Santos avalia que, para solucionar e
diminuir os crimes praticados contra as mulheres, não só o de ameaça, são
necessárias ações de prevenção, conscientização e educação da população. “Nós
precisamos da contribuição dos órgãos públicos, das escolas, das empresas, que
são formadores de opinião, para levar conhecimento a toda a sociedade”,
defendeu. A especialista citou como exemplo os dias de jogos de futebol, quando
há um aumento significativo de violência contra as mulheres. Isso porque, em
caso de insatisfação com o resultado do jogo, há homens que descontam em suas
companheiras, com gritos, ameaças e, por vezes, agressões físicas. “Nós
precisamos acabar com essa visão estrutural, que ainda é predominante, de
tratar a mulher como propriedade do homem e que ele pode fazer o que quiser com
ela. Isso reflete nesses casos de ameaça, pois deixam as mulheres com medo, e a
maioria paralisada, e não procuram ajuda. Portanto, o investimento em conhecimento,
em educação é de suma importância”, disse a advogada. A advogada ressalta a
importância de se denunciar casos de ameaças contra mulheres, inclusive como
forma de interromper o ciclo de violência. “Nós sabemos que não é fácil
denunciar uma pessoa muito próxima, como um marido, um namorado, mas é
importante essa denúncia justamente para que isso não se escale para um crime
mais grave, como o crime de feminicídio.” Os casos de feminicídio tiveram
aumento de 15,89%, de 2023 para 2024. Até novembro de 2024, foram 226 boletins
de ocorrência do crime. No mesmo período de 2023, foram 195 registros. Ainda
que os dados de dezembro não tenham sido divulgados, os feminicídios cometidos
em 2024 já ultrapassaram o número total do ano imediatamente anterior, com 221
registros. Para denunciar uma ameaça, a mulher deve ir a uma delegacia de
polícia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência. Ianca recomenda
que as vítimas deem preferência a delegacias de defesa da mulher. “Ela precisa
juntar as provas, indicar suas testemunhas, sejam testemunhas diretas ou
indiretas”, orientou. “Nos crimes de violência contra a mulher, que geralmente
acontecem entre quatro paredes, não tem testemunha [direta]. Mas a testemunha
indireta vale. Por exemplo, a mulher que foi agredida contou para uma amiga.
Essa amiga é sim uma testemunha dos fatos”, explicou a advogada sobre as
testemunhas indicadas quando o boletim de ocorrência é registrado. Segundo
Ianca, além de conscientizar para que as mulheres registrem as denúncias, é
preciso que os casos sejam investigados a fim de evitar que crimes como ameaças
se desdobrem em feminicídio. “Ainda enfrentamos uma questão de contingente para
averiguar essas demandas. É necessário um maior investimento nas delegacias de
defesa da mulher para ter um atendimento mais célere e rápido, com maior
deferimento de medidas protetivas, visando sempre a proteção dessa mulher”,
defende. Leia Também: Mortes confirmadas por dengue
em São Paulo dobram em 72 horas.(Fonte Justiça ao Minuto Notícias)
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