Entorpecentes sintéticos feitos em laboratório são letais e chamados de
'crack do futuro' por especialistas.
As drogas do tipo K — também
conhecidas como "supermaconha”, Spice, Space, Zen, Crazy Monkey — estão se
popularizando cada vez mais entre os usuários de drogas, principalmente da Cracolândia,
no centro de São Paulo. Especialistas ouvidos pelo R7 dizem
que esse entorpecente é considerado “o crack do futuro”. As drogas K são
feitas em forma líquida, com uma mistura de substâncias químicas, e são
borrifadas em diversos meios para o consumo. Quando no papel, é chamada de K2;
quando em tabaco, é K4; quando misturada a outras drogas, como crack, cocaína e
maconha, é chamada de K9, sendo essa a mais letal de todas. “É um efeito
viciante. Parece crack, é viciante mesmo”, relatou um usuário da K9 em
entrevista à Record TV. Devido à ação do entorpecente, a droga chegou
a ser proibida pela facção que comanda o crime organizado em São Paulo, mas
voltou a ser distribuída de forma descontrolada na região central. Drogas K Diferentemente da maconha
orgânica, que é a planta Cannabis em sua forma natural, a
maconha sintética é um composto químico semelhante aos derivados da planta,
porém produzido em laboratório e com efeitos muito mais potentes no organismo. O
psiquiatra Fabio Scaramboni afirma que esse entorpecente não é derivado da
planta Cannabis, mas uma substância sintetizada em laboratório e
que causa ainda mais dependência química, assim como o crack. Ela é “até cem
vezes mais potente que a maconha natural”, de acordo com o especialista. Esses
compostos são feitos de grandes quantidades de THC (tetrahidrocanabinol), a
principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero Cannabis.
“O objetivo inicial do desenvolvimento das variações era entender a ação da
molécula no organismo; porém, hoje os compostos são utilizados para fins
ilícitos”, explica a especialista em farmacologia e mestre em farmácia Maéli
Civa. A profissional ainda explica que elementos que não são totalmente
conhecidos acabam sendo misturados com plantas alucinógenas e outras drogas
sintéticas, como ecstasy. Assim, os efeitos são muito potentes e duradouros e
podem ter atuação oposta nas pessoas. Efeitos
das drogas K A farmacêutica diz que o THC presente na droga apresenta
efeitos duplos: "Algumas pessoas podem ter quadros de euforia, alucinação
e paranoia, com alteração de consciência; e outras podem ter sonolência,
tontura, relaxamento muscular, ansiedade e convulsões severas”. Os efeitos dos
entorpecentes são devastadores, podem durar horas e, inclusive, levar à morte.
"Esses efeitos do THC sintético danificam o sistema cerebral e
desencadeiam convulsões extremamente severas, o que pode levar os usuários a
óbito", explicou Maéli.
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A dependência das drogas K é imediata, de acordo com o
psiquiatra Fabio Scaramboni, e já no primeiro uso as consequências são
gravíssimas, principalmente no caso de crianças que ainda estão desenvolvendo
as funções cerebrais. “Esses entorpecentes ocasionam maior potencial de
toxicidade neuropsiquiátrica e risco de morte, com consequências devastadoras em
crianças e adolescentes, visto que, nessa faixa etária, essa
população ainda se encontra em processo de amadurecimento de estruturas
cerebrais e redes neurais”, explica Wélissa Moura, psiquiatra do Caps (Centros
de Atenção Psicossocial). Apoio a pessoas viciadas A Prefeitura de
São Paulo, por meio da SMS (Secretaria Municipal da Saúde), disponibiliza 470
UBS (Unidades Básicas de Saúde) e Caps (Centro de Atenção Psicossocial) da
capital como portas de entrada para o cuidado em saúde mental, sendo os Caps
Álcool e Drogas e os Caps Infantojuvenil referências no atendimento de pessoas
com problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas em suas
respectivas faixas etárias. De acordo com a SMS, em 2022 foi realizado
mais de 1,95 milhão de procedimentos nas unidades do Caps. O serviço de saúde é
de caráter aberto e comunitário, formado por uma equipe multidisciplinar
composta de médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos,
assistentes sociais, educadores físicos e outros profissionais que avaliam o
quadro clínico de cada paciente e indicam o tratamento adequado. Os casos
tratados são previamente agendados e espontâneos. "A fim de evitar a
dependência química, os Caps atuam com foco na informação de riscos e
consequências, prevenção e tratamento de comorbidades psiquiátricas e suporte
social adequado", explicou a SMS. Para procurar uma unidade
credenciada, CLIQUE AQUI!.( Fonte R 7 Noticias Brasil) * Estagiária
do R7, sob supervisão de Fabíola Glenia