Relatora
de estudo cobra recursos federais para garantir internet na educação
O representante do
Conselho Nacional de Educação, Luiz Roberto Curi, defendeu na Câmara dos
Deputados a reformulação dos currículos de graduação, com a inclusão da
mediação tecnológica, para reverter o quadro atual de evasão, tornando a
universidade mais atraente e útil para os alunos. Ele participou de reunião
virtual do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara (Cedes), nesta
quinta-feira (19), para discutir o uso de tecnologias na educação superior.Dados
do Censo Educacional realizado em 2019 mostram que a evasão nas universidades
particulares é de 60% no ensino presencial e de 64% na modalidade a distância,
e nas universidades públicas é de 47% no ensino presencial.Para Luiz Roberto
Curi, essa mediação deve se voltar para a criação de pedagogias, e não apenas
de práticas tecnológicas. "A mediação tecnológica tem que produzir
práticas pedagógicas, tem que produzir aprendizado”, disse. Aprendizagem
ativa O presidente do Conselho de Reitores, Waldemiro Grewski,
destacou que a inclusão da tecnologia no aprendizado vai fazer com que os
alunos sejam autores no processo, tornando a aprendizagem mais ativa. “Temos
que tornar a nossa instituição uma organização alinhada com os desafios do
século 21, ágil, relevante e atuando como agente poderoso de transformação
social, política e econômica”, disse. Bárbara Coelho defendeu a inclusão da
inteligência artificial no processo de ensino A representante da Federação dos
Sindicatos dos Professores de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e
Tecnológico, Barbara Coelho, afirmou que é preciso incluir também a
inteligência artificial no processo de modificação do ensino em todo o País. Para
ela, essas tecnologias não podem obedecer ao mercado e devem manter a ética e o
pensamento crítico para poderem ser utilizadas nos ambientes educacionais. Já a
presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Flávia Calé, defendeu que
as novas tecnologias sejam integradas aos currículos para garantir a formação
continuada dos alunos atuais, que precisarão lidar com tecnologias que ainda
estão em construção. Veto à internet Em março deste ano, o
presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente a proposta aprovada pelo
Congresso Nacional que assegurava acesso à internet para alunos e professores
das escolas públicas. A deputada Professora Dorinha Seabra
Rezende (DEM-TO), uma das relatoras do estudo do Cedes sobre o uso das
tecnologias da informação e comunicação na educação, lembrou que o veto foi
derrubado pelo Congresso Nacional. No entanto, o governo entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade para questionar a
legitimidade da medida (Lei
14.172/21) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao mesmo tempo em que
foi enviada uma medida provisória com o mesmo teor da lei, mas sem os valores e
os prazos estabelecidos na proposta original. “Nós queremos a garantia dos
tempos e prazos para a internet 5G da fibra ótica, dos diferentes modelos de
acessibilidade com qualidade nas escolas e nos espaços de educação”, disse a
deputada. O projeto que disponibilizava internet para alunos e professores foi
uma iniciativa da União Nacional dos Estudantes (UNE). Segundo a representante
da UNE, Thais Falone, por falta de acesso à internet muitos alunos evadiram das
escolas de educação básica e das universidades. Para ela, não adianta falar em
tecnologia enquanto os problemas estruturais de acesso a essas tecnologias não
forem solucionados. Fonte: Agência Câmara de Notícias Reportagem – Karla
Alessandra Edição – Roberto Seabra