Índice calculado pela FGV aponta para variação de 5,39%
no preço dos produtos específicos para a data comemorativa.
A inflação do Natal deste ano mostrou variação de 5,39% no
acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com dados divulgados nesta
segunda-feira (13) pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV
(Fundação Getulio Vargas). Ela ficou abaixo da inflação medida pelo IPC (Índice
de Preços ao Consumidor), da FGV, (9,88%) de dezembro de 2020 até novembro
deste ano. Embora o resultado seja inferior ao apurado no mesmo período do ano
passado, quando atingiu 13,51%, ele superou o de anos anteriores: 3,81% em
2019; 3,37% em 2018; e -2,30%, em 2017. Segundo Matheus Peçanha, economista do
Ibre e responsável pela pesquisa, o fator que mais puxou a inflação foi o
aumento dos alimentos, com variação média de 7,93%, apesar de ter ficado bem
menor do que no mesmo período do ano anterior (28,61%).Nos últimos 12
meses, o frango inteiro, por exemplo, subiu 24,28%, liderando a lista dos itens
que mais pressionam o bolso do consumidor. Em seguida, aparecem ovos (17,79%),
azeitona (15,13%), carnes bovinas (14,72%), farinha de trigo (13,7%) e azeite
(13,26%). No sentido inverso, houve queda nos preços do arroz (-8,27%) e
do pernil suíno (-1,27%). Peçanha lembrou que os problemas nos custos de
produção, “que sofremos desde o ano passado, com secas, geadas, alta nos preços
dos combustíveis e energia elétrica, ainda se fazem sentir, sobretudo, nas
proteínas. O câmbio alto, favorecendo a exportação das carnes, também
contribuiu para manter os preços das proteínas em alta”. Ele disse, entretanto,
que o retorno gradual das chuvas já tem normalizado a dinâmica de diversos
preços de alimentos como arroz, frutas, hortaliças e legumes. Presentes Em relação aos presentes para o fim de ano, o
economista destacou que quem não antecipou as compras durante a Black Friday,
em novembro, vai desembolsar neste Natal um pouco mais do que no ano passado. A
média da variação de preços dos presentes mais procurados ficou em 3,39%, ante
1,39% de 2020, 1,28% em 2019, 1,71% em 2018 e 1,02% em 2017.Vestuário (4,80%),
acessórios (2,57%), recreação e cultura (2,13%) e eletrodomésticos e
eletrônicos (1,73%) foram os segmentos que mais subiram. Peçanha alertou que os
produtos que mais variaram também são os de menor valor. Por isso, recomendou
que o consumidor deve ter cautela ao gastar, uma vez que o mercado de trabalho
apresenta desemprego e renda reprimida e o cenário no país ainda é de
incertezas elevadas.O economista avaliou que o momento é de retorno gradual,
“ainda que a variante Ômicron já esteja no radar, e é natural ver o movimento
da população de realizar um consumo que foi frustrado nessa mesma época do ano
passado, mesmo com um cenário de emprego e renda não convidativos. É importante
ter cautela, planejar bem o consumo e usar o crédito de modo responsável.”Ele
recomendou que, para economizar, o consumidor deve pesquisar muito. “Hoje, a
tecnologia facilita muito isso com buscadores de ofertas. Vale aproveitar
descontos e, de repente, juntar com familiares, amigos ou vizinhos para fazer
compras em quantidade e ganhar desconto no atacado”, finalizou.( Fonte R 7
Noticias Brasil)