Wladimir Canuto (foto) invadiu a Sala Vermelha da Unidade Básica de Saúde de Felício dos Santos (MG).
BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - A Prefeitura de Felício
dos Santos (MG) publicou uma nota de repúdio após o vereador Wladimir Canuto
(Avante) invadir a Sala Vermelha da Unidade Básica de Saúde da cidade na última
segunda-feira (3). Um homem morreu durante a ação. O
vereador entrou na Sala Vermelha de maneira "abrupta e
injustificada", informou a prefeitura. A nota também afirma que Canuto
realizou "agressões verbais contra servidores públicos" e que agrediu
"fisicamente uma servidora pública no exercício de sua função". O
homem nega as agressões físicas. Uma pessoa morreu após o vereador entrar na
sala, que atende pacientes sob o risco de morte. "A ação desencadeou
tumultos diversos na instituição, desestabilização psicológica de toda uma
equipe", informou a prefeitura. A identidade do paciente não foi revelada.
Vereador afirma que tem o dever de fiscalizar em prol da população. Em vídeo
publicado nas redes sociais, ele diz que entrou na área restrita porque vários
pacientes aguardavam atendimento há mais de 2 horas na recepção do centro de
saúde e precisava saber o que estava acontecendo por ser "fiscal do
município". "O salário que todos os funcionários da prefeitura
recebem, eu fiscalizo. Eu tenho que ver se eles estão trabalhando de acordo e
se são merecedores do salário que recebem", afirmou o vereador. Segundo
Wladimir, uma enfermeira havia dito que os dois médicos presentes na unidade
estavam atendendo a duas emergências. O acompanhante de uma paciente que
aguardava atendimento teria dito a ele que essas duas pessoas já haviam sido
transferidas e, portanto, não estariam mais na unidade. Com essa informação, o
vereador voltou a questionar a enfermeira, que reiterou o atendimento a duas
emergências. Ele, então, se aproveitou do momento em que a mulher entrou na
área restrita e foi atrás dela. Ao entrar no local, ele teria constatado que um
dos médicos estava sozinho em uma sala, mexendo no celular. "Eu falei
'doutor, a menina falou que o senhor está atendendo uma emergência. O senhor
está atendendo online? Tem uma emergência online, é isso?'", disse. Depois,
Canuto teria perguntado sobre onde estaria o outro médico da unidade. A
enfermeira apontou a sala onde ele estava e alertou que o vereador não poderia
entrar ali. Canuto ignorou o aviso e abriu a porta. "Eu simplesmente abri
a porta, eu não entrei. Aí eu vi que tinha muita gente lá dentro. Eu só
perguntei: 'tem médico aqui nessa sala?' A médica falou assim: 'eu sou a
médica', eu falei 'obrigado', fechei a porta e sai", disse Wladimir
Canuto, em vídeo na rede social. Médica se indignou com fala de vereador. Em
comentário na publicação do político, Larissa Vieira afirmou que estava
"realizando o atendimento de alta complexidade". Ela ressaltou que
"a sala [foi] invadida em um momento de um procedimento que exigia total
atenção no meu paciente". Larissa também disse que não tem como provar o que
aconteceu "perante a justiça dos homens". A médica finalizou:
"Fale como quiser, mas eu não dormiria com consciência tranquila depois de
ter feito o que o senhor fez." A prefeitura afirmou que irá tomar
"todas as providências cabíveis, sejam elas administrativas e judiciais,
para a devida responsabilização dos fatos". A nota também diz que o órgão
espera providências da câmara municipal, classificando as atitudes do vereador
como "levianas" e "criminosas”. (Fonte Justiça ao Minuto Notícias)
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