Integrantes do Ministério Público afirmam que há
antecedentes que podem constituir prova de suborno de Sebastián Piñera.
O Ministério Público do Chile
informou nesta sexta-feira (8) a abertura de uma investigação de ofício contra
o presidente do país, Sebastián Piñera, após os vazamentos dos Pandora Papers
revelarem supostas irregularidades na venda de suas ações em um megaprojeto de
mineração em 2010 nas Ilhas Virgens Britânicas."O Ministério Público
decidiu abrir uma investigação criminal de ofício sobre os fatos associados aos
Pandora Papers", anunciou a diretora anticorrupção do Ministério Público
Nacional, Marta Herrera. Segundo a funcionária, "há antecedentes que podem
constituir prova de suborno, com a sua correlação de suborno, e possíveis
infrações fiscais".O ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas
Investigativos) revelou no domingo (3) que a empresa Minera Dominga foi vendida
em 2010 ao empresário e amigo da família presidencial Carlos Alberto Délano, em
uma transação de US$ 152 milhões (aproximadamente R$ 837 milhões) feita em
parte no paraíso fiscal caribenho.O pagamento deveria ser feito em três
prestações, mas a última estava condicionada à não declaração de proteção
ambiental da área, embora a mina ameaçasse uma reserva natural com pinguins
únicos, de acordo com o ICIJ. A proteção ambiental dependia de Piñera, que
tinha tomado posse para o seu primeiro mandato poucos meses antes da venda do
projeto, atualmente aprovado por um tribunal ambiental regional, mas pendente
de recursos da Suprema Corte. O objetivo central do inquérito é
determinar se o contrato de venda previu a controversa cláusula da última
prestação, uma questão que não foi incluída na investigação que o próprio
Ministério Público abriu em 2017 e acabou sendo rejeitada."O contrato em inglês
nas Ilhas Virgens Britânicas não foi incorporado na investigação [de 2017],
motivo pelo qual é um novo antecedente", indicou a procuradora.Piñera, que
tem uma das maiores fortunas do Chile e
deixará o cargo em março de 2022, disse nesta semana que se desassociou das
suas empresas antes de se tornar presidente, "há mais de 12 anos", e
que a informação publicada — incluindo a cláusula controversa — já era
conhecida e foi investigada em 2017. Segundo o presidente, a venda da empresa
de mineração, que envolve um investimento de US$ 2,5 bilhões (aproximadamente
R$ 13,7 bilhões) e se situa
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