O CONTEXTO
abre uma série de reportagens alusivas ao cinquentenário da Base Aérea de
Anápolis.
A unidade, hoje uma das mais importantes da FAB, tem uma história
rica e que se confunde com a da cidade. Sob o lema “Ordem e Progresso”, o Brasil
passava em meados da década de 1960 e início da década de 1970, por período que
ficou conhecido como a ditadura militar ou do regime de linha dura como se
chamava na época.Um pouco antes, o então presidente Juscelino Kubistchek havia
trazido a capital para o coração do País. Brasília, uma cidade planejada, sede
do poder central. Era natural que essa mudança despertasse a necessidade de que
a nova capital teria que ter uma proteção e essa proteção seria por terra e ar,
já que no planalto central não há proximidade com o mar. No final da década de
1960, teve início o projeto visando a implantação de uma base da Força Aérea
Brasileira (FAB), que seria o marco de apoio à
missão de defesa aeroespacial que, então, se desenhada para o País.A partir de
então, foram feitas várias prospecções, para se buscar o lugar onde a unidade
estratégica fosse se instalar.No dia 10 de agosto de 1969, o então ministro da
Aeronáutica, marechal do ar Márcio de Souza e Mello (nome hoje dado ao complexo
principal da BAAN), anunciou a cidade escolhida: era Anápolis.A escolha,
segundo relatos históricos, teve dois fatores determinantes: a localização
estratégica, inclusive, devido à proximidade de Brasília; e o clima, favorável
para a realização de operações aéreas.Dessa forma, iniciava-se a “gestão” do
projeto da primeira unidade de interceptação da América do Sul, com a missão
principal de apoiar a defesa do espaço aéreo brasileiro e, em especial, a
defesa da capital da República.No dia 10 de março de 1970, nove meses depois, a
Aeronáutica anunciava que o avião a ser utilizado na missão seria o F-103
Mirage, moderno caça francês e a primeira aeronave supersônica incorporada pela
FAB.Em 09 de fevereiro de 1972, foi ativado o Núcleo da Primeira Ala de Defesa
Aérea (Nulada). Nessa mesma época, começaram a surgir as primeiras edificações
do complexo aeronáutico, assim como das residências dos militares.No dia 05 de
abril de 1972, houve uma solenidade na Base Aérea e, para alguns historiadores,
essa é considerada a data de aniversário da unidade. Muito embora, há registros
de que o aniversário seria no dia 23 de agosto daquele mesmo ano, quando se deu
a conclusão da pista de pousos e decolagens.Datas a parte, a BAAN teve, a
partir de então, marcos importantes, como a criação 1º GDA- Grupo de Defesa
Aérea, que abrigou o Esquadrão Jaguar.Voltando um pouco na história, não há
como passar em branco o papel dos pioneiros da aviação de caça no Brasil, que
foram chamados de “Dijon Boys”, os pilotos que foram à cidade de Dijon, na
França, fazer treinamento e receber as primeiras unidades do F-103 Mirage. Em 2010, o CONTEXTO registrou a visita de parte desse
grupo, que veio à Base Aérea de Anápolis para a solenidade de inauguração do
Monumento Mirage, bem na entrada do complexo, à margem da BR-414.
Na ocasião, estavam presentes: Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ivan Moacyr da Frota,
Coronel-Aviador Jorge Frederico Bins, Coronel-Aviador Ivan Von Trompowski Douat
Taulois, Coronel-Aviador Thomas Anthony Blower e Coronel-Aviador José Isaías
Villaça. Fizeram parte também do time dos Dijon Boys: Coronel Aviador Antônio
Henrique Alves dos Santos, Tenente Coronel Aviador Ivan Moacir da Frota, Major
Aviador Ronald Eduardo Jaeckel e Major Aviador Lúcio Starling de Carvalho.A
Base Aérea de Anápolis, devido a sua importância estratégica e operacional, foi
também escolhida para abrigar, a partir de 18 de janeiro de 2000, o 2º/6º Grupo
de Avião, com as modernas aeronaves R 99, na época, integrando o programa
Sistema de Proteção da Amazônia.A BAAN também encorpou um grupamento de
artilharia antiaérea e, mais recentemente, incorporou os gigantes KC-390
Millenium, produzidos pela Embraer. A aeronave multimissão, inclusive, já
participou de importantes atividades sociais no Brasil e mesmo no exterior.
Recentemente, inclusive, o KC-390 trouxe brasileiro que estavam na região de guerra
entre a Rússia e a Ucrânia.Agora, a expectativa é que este ano, cheguem os
primeiros Gripen, produzidos pela SAAB, da Suécia, a nova geração de caças com
alta tecnologia. Daí, é mais uma história que vai se abrir no livro da BAAN.(
Fonte Jornal Contexto Noticias GO)