A Ucrânia também enfrentou um "bombardeio maciço" no norte promovido por Belarus, país aliado da Rússia.
O exército russo completou neste
sábado (25) a conquista da cidade ucraniana de Severodonetsk e conseguiu entrar
nos bairros vizinhos de Lysychansk, após semanas de uma ofensiva devastadora
para tomar a região do Donbass, no leste do país.A Ucrânia também enfrentou um
"bombardeio maciço" no norte promovido por Belarus, país aliado da
Rússia, que poderá equipá-la "nos próximos meses" com mísseis capazes de transportar ogivas nucleares,
conforme anunciado pelo presidente russo Vladimir Putin.Severodonestk estava
"totalmente ocupada pelos russos", disse o prefeito da cidade,
Oleksandre Striuk, um dia depois que as autoridades ucranianas anunciaram uma
retirada da cidade para defender Lysychansk.Os separatistas pró-Rússia
anunciaram pouco antes a tomada da fábrica de produtos químicos Azot em
Severodonetsk e a "retirada" de 800 civis que se refugiaram lá. O
governador da região de Luhansk, da qual Severodonetsk faz parte, disse que
"90% da cidade está danificada e 80% das casas terão que ser
demolidas".Os separatistas também anunciaram que suas forças e as do
exército russo entraram em Lysychansk, onde estavam ocorrendo "combates de
rua"."Algumas empresas na
cidade já foram tomadas. No momento, está acontecendo combate de rua",
disse um representante dos separatistas pró-Rússia, o tenente-coronel Andrei
Marochko, no Telegram.A queda dessas duas cidades poderia facilitar o avanço
das tropas russas em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste na região
de Donetsk. Luhansk e Donetsk compõem o Donbass, uma área já parcialmente
controlada por pró-russos desde 2014."Arrastar Belarus para a guerra"No
norte, "um bombardeio maciço de mísseis atingiu a região de
Chernihiv", disse o comando norte das tropas ucranianas. "Vinte
foguetes atingiram a cidade de Desna, lançados do território bielorrusso e do
ar", acrescentou, especificando que os ataques atingiram a infraestrutura,
mas não causaram vítimas.Belarus até agora não se envolveu oficialmente no
conflito, mas forneceu apoio logístico à invasão russa, que começou há quatro
meses. Assim como a Rússia, foi sujeita a sanções ocidentais.À tarde, Putin
anunciou, depois de se reunir com seu homólogo bielorrusso Alexander
Lukashenko, que a Rússia equipará seu aliado com mísseis capazes de transportar
ogivas nucleares e adaptará seus aviões para que possam transportar cargas
nucleares."Nos próximos meses vamos transferir para Belarus os sistemas de
mísseis táticos Iskander-M, que podem usar mísseis balísticos ou de cruzeiro,
em suas versões convencionais e nucleares", disse Putin no início de sua
entrevista com Lukashenko em São Petersburgo, transmitida pela televisão russa."O
bombardeio de hoje está diretamente relacionado aos esforços do Kremlin para
arrastar Belarus para a guerra na Ucrânia como co-beligerante", disse a
direção-geral dos serviços de inteligência ucranianos, sob o Ministério da
Defesa, no Telegram.Esses anúncios chegam antes de uma reunião do G7 de
potências econômicas ocidentais que começa no domingo na Alemanha e uma cúpula
da Otan de terça a quinta-feira em Madri para discutir como reforçar o apoio à
Ucrânia em uma guerra que não deve acabar tão cedo.A Ucrânia pede armas pesadas
para neutralizar o avanço russo e "estabilizar" a situação no
Donbass. "Guerra lenta" Os avanços russos no leste não implicam uma
reviravolta radical na guerra, apontam especialistas."A visão geral - uma
guerra lenta de posições entrincheiradas - quase não mudou", disse à AFP
Ivan Klyszcz, pesquisador da Universidade Estoniana de Tartu."A retirada
provavelmente foi planejada com antecedência e pode ser considerada
tática", disse ele, enfatizando que a resistência ucraniana permitiu que
Kiev consolidasse sua retaguarda.Os líderes da União Europeia (UE) concederam à
Ucrânia e à Moldávia, outra ex-república soviética, o status de candidatos a
ingressar no bloco na quinta-feira.O governo russo viu nessas decisões uma
manobra ocidental para conter Moscou geopoliticamente.A iniciativa da UE
"confirma que a tomada do espaço da CEI [Comunidade de Estados
Independentes, que agrupa várias ex-repúblicas soviéticas] continua ativamente,
a fim de conter a Rússia", disse a porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.( Fonte R 7 Noticias Internacional)