O lançamento
do projeto de fruticultura irrigada no Vale do Paranã, Nordeste de Goiás, que
ocorreu no mês passado, abriu a perspectiva de se colocar o Estado
entre os principais produtores de frutas no Brasi8l. O modelo segue o
exemplo do que já ocorre em grande parte do Vale do São Francisco, de onde sai
a maior parte das frutas exportadas para todo o mundo, o que garante a
sustentabilidade para centenas de famílias e fortalece o produto interno bruto
de uma região até há algumas décadas, com insuficiência econômica para oferecer
melhor qualidade de vida para a população.
O projeto
de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã foi lançado pelo Governo de
Goiás e de acordo com o edital, vai selecionar 138 famílias de produtores
rurais oriundos da reforma agrária e tem como objetivo a inclusão produtiva, o
fomento e o desenvolvimento socioeconômico na região Nordeste do Estado de
Goiás, por meio da promoção da agricultura irrigada. A iniciativa prevê
aumentar a produtividade agrícola, incentivar a geração de emprego e a melhoria
da qualidade de vida dos agricultores familiares, por meio da implantação de
infraestrutura hidroagrícola, transformando a região Nordeste do estado no
maior polo de fruticultura de Goiás. Outras regiões Mas, não é só a
região do Rio Paranã que se despertou para essa vertente do agronegócio. Outros
municípios goianos já operam essa modalidade econômica, dentre eles, Anápolis.
Embora não muito divulgado, o Município é campeão na produtividade em diversas
vertentes da fruticultura em Goiás e no Brasil. É o que acontece no caso da
mexerica, ou, tangerina. Anápolis está na liderança desse cultivar, conforme
levantamento do IBGE. Trata-se da produção de 6.511,740 toneladas, distribuída
em 85 estabelecimentos. Nerópolis ocupa a segunda posição em produção,
com 1.496,332 toneladas. Anápolis está à frente, também, na produção de
bananas. São mais de 22 mil toneladas/ano. O Município é líder, ainda, no
cultivo de abacate e quarto colocado em maracujá. E, como se não bastasse, o
número de estabelecimentos produtores (chácaras, sítios, fazendas e
assemelhados) que colocam frutas no mercado é o maior de Goiás. São, segundo o
IBGE, 235 unidades. Tem-se como certo que a fruticultura bem desenvolvida
e com tecnologia, é um excelente nicho para a economia de qualquer país. No
caso do Brasil e, muito pontualmente em Goiás, a qualidade do solo e o clima
favorável em praticamente o ano todo, permitem excelentes colheitas e garantem um
mercado consumidor muito atraente, como Europa, Ásia e América do Norte. Produção nacional Um levantamento global
sinalizou que o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de produção de
frutas. Fica atrás, apenas, da China e da Índia. O setor responde por 16%
de toda a mão de obra do agronegócio, conforme a Associação Brasileira dos
Produtores Exportadores de Frutas e Derivados. Número oficiais apontam que as
exportações de fruticultura em 2023 foram de US$ 1,35 bi (um bilhão e 350
milhões de dólares) o maior da série histórica. Desde 2019 as vendas externas
brasileiras de frutas suplantam a cifra de US$ 1 bilhão, com um aumento de
24,5% no ano passado. O principal destino da fruticultura brasileira é a União
Europeia. Cerca da metade de todo o valor exportado em frutas pelo Brasil é
direcionado ao bloco europeu. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações
Internacionais, as principais frutas exportadas pelo Brasil em 2023 foram: –
Mangas: 266 mil toneladas. A maior parte das exportações vai para a União
Europeia que adquiriu 65,5% do valor exportado (US$ 205,82 milhões). Logo em
seguida estão os Estados Unidos (US$ 58,61 milhões; +100,9%); e Reino Unido
(US$ 20,57 milhões; +26,9%); – Melões: 228 mil toneladas. As vendas,
também, estão concentradas para a União Europeia que adquiriu em 2023 US$
127,11 milhões, o equivalente a 67,2% de todo o valor exportado pelo Brasil de
melões frescos. Outros importadores Além da União Europeia, os principais
importadores são o Reino Unido (US$ 53,0 milhões; +4,4%) e o Canadá (US$ 3,00
milhões; -11,9%); – Uvas: 73 mil toneladas, com as vendas concentradas em
três mercados: União Europeia (US$ 76,48 milhões; +62,7%); Estados Unidos (US$
58,15 milhões; +116,9%); e Reino Unido (US$ 37,38 milhões; +27,1%); – Limões e
limas: 166 mil toneladas. A União Europeia, também, é o principal mercado
de consumo dessas frutas brasileiras, para onde foram exportados US$ 140,94
milhões em 2023. Este valor significou 81,0% de todas as exportações
brasileiras de limões e limas. Outros mercados com mais de US$ 1 milhões foram:
Reino Unido (US$ 25,78 milhões; +13,0%) e Canadá (US$ 2,04 milhões). De acordo
com o Projeto Frutas do Brasil, a maior produção de mangas está localizada
no Nordeste. Os melões, no Rio Grande do Norte. Já as uvas têm
produção concentrada no estado de São Paulo, região Sul e alguns estados
do nordeste, como a região do Vale do São Francisco. ( Fonte Jornal Contexto Notícias)