Áudios do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) sobre ucranianas continuam repercutindo negativamente.
"É tão asquerosa que nem merece comentário." Essa foi
a resposta do presidente
Jair Bolsonaro (PL) quando perguntado por um apoiador neste
domingo (6), em Brasília, sobre a declaração do deputado estadual Arthur do
Val (Podemos-SP), conhecido como Mamãe Falei, acerca das mulheres
ucranianas. Bolsonaro chegava ao Palácio da Alvorada, residência oficial da
Presidência da República, depois de
uma visita ao general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, quando foi questionado sobre o assunto. Mamãe
Falei, que é do MBL (Movimento Brasil Livre), foi à Ucrânia junto com o
coordenador nacional da organização, Renan Santos. Em áudio vazado nas redes
sociais, ele afirma que as "ucranianas
são fáceis porque são pobres", entre outras declarações consideradas machistas.
As afirmações de Mamãe Falei já
foram repudiadas pelo colega de partido e pré-candidato à Presidência da
República Sergio Moro, que diz que não vai dividir palanque com o deputado nem
apoiá-lo. Namorada do parlamentar, a enfermeira Giulia
Blagitz terminou o relacionamento com ele à distância depois das declarações.A
ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, pediu,
via Twitter, a cassação
imediata do mandato do parlamentar. Veja: A ex-embaixatriz
da Ucrânia no Brasil, Fabiana Tronenko, fez o mesmo pedido: O deputado
federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) anunciou em suas redes sociais que acionará
o Ministério Público contra o parlamentar. Líderes do
Podemos, partido de Mamãe Falei, esperam o pedido de desfiliação do político, que chegou a ser
pré-candidato ao governo de São Paulo pela legenda, mas desistiu depois que os
áudios foram divulgados. O partido já
abriu processo disciplinar para apurar os fatos. No último sábado (5),
a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados divulgou nota de repúdio ao
parlamentar estadual. Leia a íntegra:A
Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, formada pela Coordenadoria
dos Direitos da Mulher e pela Procuradoria da Mulher, vem a público manifestar
esta NOTA DE REPÚDIO pelas declarações ofensivas e desrespeitosas às mulheres
ucranianas e brasileiras, feitas pelo deputado estadual Arthur do Val
(Podemos/SP), também conhecido como “Mamãe Falei”, amplamente divulgadas na
sexta-feira (5 de março de 2022).Segundo as notícias — e repercussão
de áudios vazados — o deputado se referiu às mulheres ucranianas de
maneira leviana, proferindo palavrões e termos chulos. Os comentários sexistas
se referiam às policiais de fronteira, e ele também compara às brasileiras.Os
referidos áudios — compartilhados em aplicativos de mensagem — mostram
que o deputado enviou ao menos quatro mensagens, com comentários sexistas
referindo-se às policiais ucranianas. Em um deles, Arthur do Val — que
informou ter ido à Ucrânia “para ajudar os refugiados e mostrar a realidade de
uma guerra” —, utiliza inclusive, termos escatológicos. Chegou a dizer
sobre as ucranianas “que são fáceis porque são pobres” e que são capazes de
“fazer de tudo”. Sequer é possível, nesta Nota, reproduzir outros termos
citados, de tão ofensivos.A Secretaria da Mulher, como tem feito em inúmeras
oportunidades, não deixará de se manifestar e repudiar quaisquer manifestações
que aprofundem as desigualdades, o desrespeito, o preconceito e a violência
contra as mulheres.Como órgão político e institucional que atua em benefício e
defesa da população feminina brasileira, a Secretaria da Mulher reforça que
todos os esforços continuarão sendo feitos em defesa dos avanços alcançados por
meio de políticas públicas de proteção e empoderamento das mulheres. É preciso
registrar, repudiar e insistir que manifestações de violência contra as
mulheres, como estas proferidas pelo parlamentar, não serão aceitas. O combate
à violência contra as mulheres continuará constante, para que se garantam seus
direitos e não ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais alcançadas
pela efetiva equidade.Por fim, a Secretaria da Mulher, por meio da Procuradoria
da Mulher, acionará os órgãos responsáveis, inclusive a Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo, para que sejam tomadas as providências cabíveis.( Fonte
R 7 Noticias Brasil)