Dados divulgados pelo ONS mostram que apesar de carga
ter aumentado, chuvas próximas reduzem chance de racionamento.
A retomada da economia
coincidindo com a falta de chuvas no país ligou o alerta dos especialistas do
setor de energia: se continuasse assim, a crise hídrica comprometeria as
hidrelétricas e levaria ao racionamento
de energia. Nesta semana, o ONS (Operador Nacional
do Sistema) ajudou a alimentar a discussão com uma boa e uma má notícia.A ruim
foi a de que em agosto de 2021 o setor aumentou a carga em 4,7% na comparação
com o mesmo mês de 2020 por causa da retomada dos serviços e o reaquecimento de
parte das indústrias. No acumulado dos últimos 12 meses, a carga
apresentou variação positiva de 5,2% em relação ao período anterior. A
boa foi que, segundo os meteorologistas, deve chover no país nos próximos
meses, o que afastaria o fantasma da escassez de água nos reservatórios. "A
conjuntura meteorológica avaliada no fim de setembro em reunião do grupo de
trabalho para acompanhamento do atendimento ao Sistema Interligado Nacional
indicou que começa a se configurar a transição para o período úmido, em
princípio dentro dos padrões normais", afirma o ONS. O professor de
Engenharia elétrica da FMU Cesar Loureiro afirma que não está descartado o
risco de colapso do sistema elétrico."A retomada das atividades econômicas
é responsável por aumentarmos o consumo, o que era esperado. Mas, além disso, é
importante ressaltar que um eventual retorno agressivo do setor industrial pode
impactar significativamente no consumo total, o que pode sugerir aumento no
risco de racionamento", diz.Em seu comunicado sobre o aumento da carga em
agosto, o ONS explicou que a alta se devia em parte às altas temperaturas, que
impulsionam os gastos de luz. "Então, com a chegada da primavera e a
elevação das temperaturas, é esperado maior consumo", conclui Loureiro.O
órgão afirmou na sexta-feira (1º) que a tendência é que o período úmido, que
dava a entender que poderia ser adiado no país por causa da falta de chuvas,
venha no prazo normal também em 2021. Todos os cenários estudados, diz o ONS,
apontam que não haverá déficit de energia mesmo em novembro, período em que cai
a produção de usinas eólicas e solares.No entanto, será necessária a
"utilização parcial da reserva operativa, ou seja, de utilizar parte dos
recursos que ficam à disposição do sistema para atender a demanda em casos de
falhas em equipamentos ou de desvios de previsão" Em outras palavras, mais
aumento na conta de luz..O professor da FMU corrobora com o otimismo do
operador nacional do sistema a informação de que o consumo de energia foi de
4,7% em todo o país, mas de 3% nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, locais nos
quais a crise hídrica tende a ser mais grave.Os subsistemas Norte e Nordeste
aumentaram a demanda em 7,8% e a região Sul, 5,9%.( Fonte R 7 Noticias Brasil)