Brasileiros em Israel contam como país está lidando com a pandemia.
Rotina deve ser normalizada, após diversos confinamentos e uma campanha
de vacinação que já atingiu 80% da população.
Enquanto o mundo avança
lentamente na imunização contra a covid-19, enfrentando problemas com a distribuição e
fabricação de vacinas, Israel desponta como o país com o maior número de
vacinados. O pequeno país já vacinou mais de 7 milhões dos seus 8,6 milhões de
habitantes, ou cerca de 81% da população, segundo dados sobre a vacinação
compilados pelo Our
World in Data, até o dia 18 de fevereiro. Os EUA, país mais
afetado pela pandemia causada pelo novo coronavírus, aplicou mais de 57 milhões
de doses, o que corresponde a 17% da população norte-americana. No Brasil, são
6 milhões de imunizados em uma nação de mais de 212 milhões de pessoas. A campanha
de vacinação em Israel começou em 20 de dezembro,
voltada para idosos e profissionais da saúde, mas agora todos os cidadãos com
mais de 16 anos receberam a orientação para se vacinar. “A vacinação começou
com a ordem de prioridade faixa etária, que diminuía a cada uma semana e meia
mais ou menos. Eu e minha esposa nos vacinamos antes de ser liberado para a
nossa idade, porque escutamos de muita gente que em um centro de vacinação em
Haifa sobravam vacinas e estavam descartando no final do dia. Então, eles
começaram a liberar para qualquer um que chegasse lá”, conta o brasileiro
Leonardo Gewertz, que já recebeu as duas doses da vacina contra covid-19 da
Pfizer. Luta contra a desinformação Assim
como em outras partes do mundo, as notícias falsas sobre a vacina circularam em
Israel. A discussão sobre eficácia e segurança, as informações incorretas sobre
efeitos colaterais e as teorias da conspiração ganharam repercussão pela
internet e afetaram a confiança da população sobre o imunizante. O publicitário
brasileiro e sargento da reserva do Exército de Israel, David Elmescany, é dono
de uma página sobre a vida no país e fez publicações falando sobre a vacina e a
imunização em Israel, como uma forma de conscientizar os seguidores sobre o
assunto. Enquanto recebeu elogios de parte do público, ele diz que também foi
criticado por apoiar a vacina contra covid-19. “Alguns seguidores da minha
página me enviam constantemente mensagens falsas, e quando fiz um vídeo falando
da vacinação recebi muitas críticas de pessoas que ainda acreditam que faz
mal”, diz Elmescany. O Ministério da Saúde do país criou uma central de
combate à fake news. Segundo o sargento, o governo está tentando aprovar leis
para punir quem está divulgando ou compartilhando informações falsas. As impressões da vacina Mesmo com
tentativas de desestimular as pessoas a tomar a vacina, a população de Israel
seguiu em massa para os centros de vacinação. O governo israelense fez
campanhas e incentivou jovens e adultos a receberem as doses. “Desde que a
campanha começou, eu estava com a intenção de tomar a vacina. Assumo que
momentos antes da vacinação eu pestanejei um pouco, mas não o suficiente para
me impedir de tomar”, diz o brasileiro Ricardo Nigri. Os três entrevistados
ouvidos pelo R7 afirmam que não tiveram efeitos
colaterais depois de tomar a vacina. “Na primeira dose eu me senti um pouco
cansado por algumas horas e na segunda não senti absolutamente nada”, conta
David. Imunizado, Ricardo diz que é “fortemente a favor de que todos tomem a
vacina”. “Eu acredito que os melhores cientistas do mundo estão lutando em
conjunto para criar a melhor vacina possível. Os dados provam a efetividade da
vacina (Pfizer) que estamos tomando e o governo do Estado de Israel faz questão
que todos os seus cidadãos tomem”, pondera. Para David, é importante que as
pessoas “parem de ter dúvidas sobre a vacina e corram para se vacinar o mais
rápido possível, pois só assim poderemos ter nossas vidas de volta ao normal”. A vida na pandemia Israel enfrentou
diversos confinamentos ao longo do ano. Conforme os números indicavam uma queda
no registro de novos casos, o governo relaxava as medidas de restrição, mas os
contágios subiam novamente e o comércio voltava a ser obrigado a fechar. Com
essa inconstância, a economia foi fortemente impactada e milhares de pessoas
ficaram desempregadas durante a pandemia, como o caso de Ricardo Nigri. “Eu
perdi o meu trabalho e muitos dos meus amigos que moravam aqui, voltaram para o
Brasil. Tentando olhar pelo lado positivo, eu acredito que esta pandemia me fez
crescer como pessoa. Todo este tempo em casa me fez refletir e amadurecer meus
pensamentos e minhas relações interpessoais”, analisa o brasileiro. Há pouco
mais de 4 meses no país, Leonardo conta que a chegada foi difícil e precisou
passar 14 dias de quarentena em um hotel, com tudo pago pelo governo. Logo
depois, o Israel decretou um novo
confinamento no final de dezembro. “Não foi fácil pra
ninguém, estudávamos e trabalhávamos de casa, sem mudar o nosso cenário. Mas
conseguimos correr e fazer exercícios na rua, isso aliviava um pouco. Agora com
a vacina, acredito que tudo vai melhorar, as pessoas estão querendo voltar a ir
a restaurantes, lojas, sair para a rua!”, diz, otimista. Para David,o último
ano foi “um verdadeiro pesadelo para todos por aqui. Sem sair de casa, tudo
fechado, sem poder viajar.” Agora, cidadãos vacinados receberam identificações
que comprovam que eles estão imunizados e poderão retomar algumas atividades,
como ir a museus e a eventos culturais. ( Fonte R 7 Noticias Internacional)