Execução de jovem xiita na Arábia
Saudita gera acusação de julgamento “falho”.
O jovem xiita Mustafa al-Darwish
teria sido preso ainda menor de idade, em 2015, por integrar ‘rebelião’, acusa
Riad.
O
anúncio da execução do jovem xiita Mustafa al-Darwish, nesta terça (15), gerou
protestos contra a Arábia Saudita. Conforme a organização internacional de
direitos humanos Reprieve,
o julgamento foi “profundamente falho”. Al-Darwish foi preso em 2015, aos 17
anos, e sua família não recebeu qualquer comunicação oficial sobre sua morte,
na cidade de Dammam. “Eles souberam que Mustafa havia sido executado ao ler as
notícias”, diz a nota.
As autoridades o acusaram de participar de uma “rebelião” liderada pela minoria
muçulmana xiita entre 2011 e 2012 – um dos episódios dos protestos da Primavera Árabe.
Preso, foi confinado em solitária e perdeu a consciência diversas vezes em
intermináveis seções de tortura. Em seu julgamento, o jovem relatou ter
confessado as acusações apenas para “encerrar a violência”. Apesar de a corte
ter concordado que Mustafa era menor de idade à época da prisão, juristas o
sentenciaram à morte. Embora o governo saudita afirme que o jovem cometeu os
supostos crimes aos 19 anos, a ficha de acusação do detido não especifica a
data das violações. Os protestos coincidem com o momento em que Mustafa ainda
não teria completado 18 anos. As manifestações classificadas por Riad como
“rebeliões” foram os movimentos liderados por jovens xiitas na província
oriental de Qatif. A minoria
muçulmana foi às ruas para exigir mais oportunidades de
empregos e o fim da discriminação das instituições sauditas – exclusivamente
sunitas. Conforme o “The Guardian”,
que teve acesso à acusação, Al-Darwish foi declarado culpado de formar uma
célula terrorista armada para monitorar, atacar e matar policiais. Outras
acusações incluem a participação em rebelião armada contra o governo,
provocação do caos e lutas sectárias. Pena capital A
medida chama a atenção para a maneira com que a Arábia Saudita lida
com a pena capital, em especial contra a população xiita. Em 2019, Riad ordenou
a execução de 37 cidadãos por terrorismo, sendo 34 identificados como xiitas. Em
2016, a execução em massa de 47 cidadãos em 2 de janeiro incluiu o proeminente
clérigo xiita Nimr al-Nimr – fator que gerou protestos desde o Paquistão até o
Irã. O caso acelerou a deterioração nas
relações entre Riad e Teerã. Todas as penas de morte da Arábia
Saudita passam pelo aval do príncipe herdeiro Mohammed bin
Salman, disse a Anistia
Internacional. Só em 2021, o reino já executou 26 cidadãos, conforme
a Organização Saudita Europeia Para os Direitos Humanos. Em 2020, que terminou
com 27 execuções por pena de morte,
Riad suspendeu a execução de pessoas por crimes cometidos quando menores de
idade. “A morte de Mustafa mostra novamente que a promessa do reino de eliminar
a pena capital em crimes cometidos por menores de idade não é verdadeira”,
reiterou a Reprieve.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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