Os
brasileiros não podem culpar, tão somente, a crise internacional, ou, a
covid-19 pela situação de penúria em que vive grande parte da população
nacional.
O desemprego, a falta de dinheiro e o
crescente endividamento de pessoas físicas e jurídicas têm outras
justificativas menos simplórias. E, um desses motivos é, sem dúvidas, o
descontrole econômico/financeiro que tem como pilares a questão logística, a
malversação dos recursos públicos e, principalmente, a falta de uma economia
mais planejada no sentido macro. Como “o Brasil é um país sobre rodas”,
seria desnecessário dizer que o custo do transporte é o que mais pesa na
balança econômica nacional. Se o transporte for caro, o produto final, também,
o será, proporcionalmente. E, por certo, o custo do transporte estará,
diretamente, atrelado aos valores cobrados pelos combustíveis, mais
pontualmente, a gasolina, o diesel e o etanol. É sabido de todos
que, embora se apregoe aos quatro ventos, o Brasil, ainda, não é
autossuficiente na produção de petróleo. Compramos muito dos produtores
internacionais, principalmente americanos e árabes. E, compramos em dólar.
Somos escravos da moeda norteamericana até nisso. Se o petróleo sobe no mercado
internacional, os reflexos são imediatos no Brasil. Mas, a grande surpresa é
que, embora se trate de um produto importado, a gasolina não seria, a
princípio, o elemento complicador dos reajustes nos preços dos transportes
neste País. Este elemento é por demais conhecido dos brasileiros, até porque, é
um produto nacional. Falamos do etanol, ou, o álcool hidratado. Para nossa
surpresa, os combustíveis ficaram entre os principais vilões da inflação no ano
passado. E, na liderança, com a maior alta de preços entre todos os itens
pesquisados pelo IBGE, aparece o
etanol, que ficou 62,23% mais caro. Já, a gasolina subiu 47,49%, enquanto que o
óleo diesel teve alta de 46,04%. Com isso, os combustíveis para veículos subiram, em média, 49,02%
no ano passado. Foram eles, por sinal, os principais responsáveis pela
alta média de 21,03% nos custos com transportes em 2021. O Proálcool, criado
como a “salvação da lavoura” quando da crise internacional do petróleo nos anos
80, de há muito, deixou de ser um orgulho nacional. Isto porque, a cada dia que
passa, os preços do etanol se aproximam, mais, dos preços da gasolina. A
indústria automobilística que correu na frente e produziu motores movidos a
álcool (ou etanol) já não faz a mesma coisa. Tem optado pelos motores flex,
certamente, por não confiar na exclusividade do combustível originário da cana
de açúcar. Desta forma, ou o Governo muda a política de combustíveis para
tornar o etanol mais competitivo e mais buscado, ou, a tendência é que ele
desapareça aos poucos. Do jeito que está, com certeza pode-se afirmar se trata
de uma tragédia anunciada. A venda direta do produto da usina para os donos de
postos, projeto em andamento, é apontada como uma das soluções. Tomara que seja.(
Fonte Jornal Contexto Noticias Brasil GO)