BEIJING AFIRMOU QUE OS
AVIÕES,QUE ENTRAM NA ZONA DE INDENTIFICAÇÃO DE DEFESA AÉREA DA COREIA DO SUL
POR CERCA DE 10 MINUTOS, REALIZAVAM UM EXERCÍCIO.
A força aérea da Coreia do Sul entrou
em ação na última semana para responder a uma incursão não anunciada de
aeronaves da China e da Rússia na zona de
identificação sul-coreana. O Estado-Maior de Seul afirmou na sexta-feira (19)
que os aviões foram detectados perto na costa leste do país, a nordeste das
ilhas Dokdo, que são reivindicadas também pelo Japão. As informações são da
rede alemã Deutsche Welle (DW).
As
aeronaves teriam permanecido na zona de identificação por cerca de dez minutos,
sem, no entanto, invadir o espaço aéreo sul-coreano. A zona de identificação
fica habitualmente além do território e do espaço aéreo de uma nação e serve
para dar tempo de identificar possíveis operações estrangeiras hostis. Embora
as incursões nessas áreas não sejam irregulares, é praxe anunciá-las
previamente. Ações semelhantes tornaram-se comuns e fazem parte das ações
beligerantes da Rússia e sobretudo da China na Ásia. O objetivo
nem é tanto provocar a Coreia do Sul, ou mesmo outras nações asiáticas, e sim o
principal aliado militar de Seul, os Estados Unidos, cujas relações
com Beijing e Moscou estão bastante estremecidas. China x
Filipinas No mesmo dia em que a Coreia do Sul anunciou a incursão aérea,
Washington fez um alerta a Beijing devido ao uso de canhões de água por
embarcações da guarda costeira chinesa contra barcos de reabastecimento das
Filipinas que se dirigiam a um atol ocupado pelo país no Mar da China Meridional,
palco de reivindicações
territoriais por parte da China e de outras nações.O governo
norte-americano classificou a ação
chinesa como “perigosa, provocativa e injustificada”, ressaltando
que um ação hostil da China levaria a uma reação militar, com base em um
compromisso de defesa mútuo firmado entre Washington e Manila. Ned Price,
porta-voz do Departamento de Estado, afirmou em comunicado oficial publicado
pela agência Reuters que
a tensão provocada pela China “ameaça diretamente a paz e a estabilidade
regionais”.O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, por sua vez, reafirmou
o compromisso com Manila e prometeu “apoiar nossos aliados filipinos”, em uma
conversa telefônica com seu homólogo nas Filipinas, Delfin Lorenzana. “Eles
concordaram com a importância vital da paz e da estabilidade no Mar da China Meridional
e prometeram manter contato nos próximos dias”, disse o Pentágono em
comunicado.Por sua vez, o governo das Filipinas condenou “com veemência” as
ações, atribuídas a três embarcações da guarda costeira da China.Por que isso
importa?O fortalecimento militar chinês gera preocupação entre os
norte-americanos e é assunto de interesse global, em função sobretudo da questão
de Taiwan e das ações tidas como colonialistas da China na
Ásia. Como os EUA são o principal aliado militar de Taiwan e de muitas nações
asiáticas, uma ação hostil de Beijing na região sempre gera a ameaça de um
conflito entre as duas superpotências.Em caso de guerra com a China, a
supremacia militar dos EUA não é uma garantia, considerando o alto investimento
de Beijing no setor. Analistas e líderes militares ouvidos pela rede
norte-americana Voice
of America (VOA) afirmam inclusive que o exército chinês pode superar
os Estados Unidos como detentor da mais poderosa força aérea do
mundo na próxima década.Em setembro, durante uma conferência militar, o general
Charles Brown Jr., chefe do Estado-Maior da força aérea norte-americana, já
havia qualificado o exército chinês como detentor das “maiores forças de
aviação do Pacífico”. E disse que o posto foi alcançado “debaixo de nosso
nariz”, sem uma resposta
à altura. Mais: ele projetou que a China pode assumir a supremacia
aérea militar global em 2035.No mesmo evento, o tenente-general S. Clinton
Hinote manifestou opinião semelhante e advertiu que os EUA não acompanham os
avanços da China. “Em algumas áreas importantes, estamos atrasados. E falo
‘nesta noite’. Esse não é um problema de amanhã. É de hoje”. Posteriormente, em
conversa privada com jornalistas, reforçou a opinião de que os chineses já
igualaram os avanços tecnológicos norte-americanos no
setor.O arsenal
nuclear da China também tem aumentado num ritmo muito maior que
o imaginado anteriormente, levando a nação asiática a reduzir a desvantagem em
relação aos Estados Unidos nessa área. Relatório recente do Pentágono
sugere que Beijing pode atingir a marca de 700 ogivas nucleares ativas até
2027, tendo a meta de mil ogivas até 2030.Por ora, o poder de fogo nuclear da
China não se compara ao dos Estados Unidos, que têm cerca de 3,8 mil ogivas e
não planejam ampliá-lo. Na verdade, o arsenal norte-americano foi drasticamente
reduzido nos últimos anos, considerando que em 2003 eram cerca
de 10 mil dispositivos ativos. Porém, se mantiver o projeto de longo prazo, a
China planeja igualar ou mesmo superar tais números até 2049.( Fonte A
Referencia Noticias Internacional)