A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados promoveu nesta quinta-feira (21) um encontro de representantes de estados e municípios para a troca de experiências sobre a implantação do Orçamento Sensível a Gênero.
A secretária
nacional de Planejamento do Ministério do Planejamento e Orçamento, Virgínia de
Ângelis, afirmou que a marcação que o governo federal faz hoje das políticas
direcionadas para as mulheres ajuda a detectar desigualdades na alocação dos
recursos orçamentários. “Quando a gente olha os gastos que são destinados às
políticas para as mulheres, nós vemos que uma parcela muito pequena do
Orçamento, no caso do governo federal, da União, é destinada a políticas de
promoção da igualdade de gênero. Então, sim, há desigualdade. Medir essa
desigualdade é o primeiro passo para que a gente possa combatê-la”, disse
Virgínia. O coordenador do Programa de Planejamento e Orçamento Público da
Fundação Tide Setúbal, Pedro Marin, acredita que os esforços de avaliação das
políticas também contribuem para gastar melhor o dinheiro do governo em um
cenário de restrição fiscal. “A gente precisa começar a pensar em como usar o
dinheiro melhor, de forma mais eficiente, contribuindo para que as pessoas
tenham mais autonomia, tenham seus direitos garantidos, alocando recursos de
forma a reduzir desigualdades”, afirmou. Violência contra mulher
A secretária da Mulher de Pernambuco, Juliana Gouveia, disse que um dos
principais gastos orçamentários relacionados às mulheres no estado é com o
enfrentamento à violência. Já a secretária nacional de Planejamento, Virginia
de Ângelis, explicou que já foi identificada a necessidade de uma maior
quantidade de espaços públicos específicos para acolher as mulheres vítimas de
violência. A assessora técnica da Secretaria da Mulher da Câmara, Danielle
Gruneich, explicou a importância de olhar todas as verbas previstas no
Orçamento de uma maneira diferente. “Já tem várias pesquisas dizendo que o
homem usa o transporte público, geralmente casa-trabalho, trabalho-casa. A
mulher, como muitas vezes é responsável pelo cuidado, ela tem que sair da sua
casa, deixar a criança na escola, depois vai para o trabalho, depois ao posto
de saúde, depois tem que passar no mercado, depois ela tem que pegar a criança
na escola de novo, depois volta para casa e, se duvidar, ela dá uma passadinha
na mãe ainda para saber como a mãe está. Ou seja, se você não olhar o
transporte público compreendendo que não é todo tipo de linha que vai favorecer
uma mulher em razão dessas condições, você não vai conseguir atender aquela
mulher de forma efetiva”, disse a assessora. Danielle Gruneich também afirmou
que o debate desta quinta-feira pode servir como referência para os novos
prefeitos que entram em 2025. Participaram do encontro sobre o Orçamento
Sensível a Gênero cerca de 40 representantes de estados e municípios, além dos
que acompanharam pela internet. Reportagem – Silvia Mugnatto Edição – Pierre
Triboli Fonte: Agência Câmara de Notícias
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