Enquanto o atual líder da Casa se alia ao governo
eleito, o ex-ministro de Bolsonaro conta com a bancada eleita do PL para se
eleger.
A disputa para ocupar o cargo mais alto do
Senado Federal deve ser entre o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), e o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN). Enquanto Pacheco tem
o apoio do PT, Marinho é o nome que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem
articulado para lançar a candidatura. Ex-ministro do Desenvolvimento
Regional e ex-secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, Marinho foi indicado por Bolsonaro esta semana durante um almoço com
as lideranças do PL, conforme apurou a reportagem. Inicialmente, a disputa
interna era entre ele, Eduardo Gomes (PL-TO) e Carlos Portinho (PL-RJ). "Tanto
eu como o senador Eduardo Gomes estávamos cotados, inclusive colocamos à
disposição abrir mão para apoiar um nome que seja consenso", afirmou
Portinho, líder do PL no Senado, ao R7.A eleição está prevista para
ocorrer em 1º de fevereiro de 2023, quando os novos congressistas tomam
posse. Para ganhar a disputa, o candidato precisa de ao menos 41 votos dos
81 senadores da Casa. A ideia do PL é fazer um contraponto à reeleição de
Pacheco. No ano que vem, o partido terá a maior bancada — 14 senadores, contra
12 da atual legislatura. Portinho acredita que haverá uma eleição "vencida
por uma diferença pequena". Pelas contas dos senadores do PL, Marinho já
entra na disputa com aproximadamente 25 votos. O partido de Bolsonaro não abre
mão de concorrer ao principal cargo do Senado, sustentando que, como maior
legenda da Casa, tradicionalmente deveria ficar com a liderança. "Vejo
uma conta apertada de placar, com uma definição na última semana, com pressão
popular contando", disse Portinho. Na avaliação do senador, há uma
demanda da sociedade por representatividade na Presidência do Senado, outra
razão pela qual a base de Bolsonaro vai partir para a disputa. Para
consolidar o nome, os senadores do PL já iniciaram a campanha junto a
Republicanos, PSC e ao PP, partidos da base do atual governo. Conversam, ainda,
com lideranças de legendas como União Brasil e MDB, na tentativa de angariar
mais votos. Lançar o candidato próprio, no entanto, não é uma decisão
simples. O PL arrisca, com isso, ficar sem espaço garantido na Mesa Diretora e,
assim, ter o protagonismo derrubado, mesmo sendo a maior bancada da próxima
legislatura. A hipótese não é temida por Portinho. "Não é a maneira que a
gente deve se mover", afirmou. Apoio a Pacheco Na outra ponta, o governo de transição
do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), indica apoio
a Pacheco. Uma das condicionantes para que a bancada vote no atual presidente
do Senado é que ele facilite a tramitação da PEC do estouro. A reportagem
apurou que há pelo menos 12 partidos com indicação de apoio a Pacheco. O
senador Davi Alcolumbre (União-AL) é um dos articuladores para a reeleição. Mas
a tendência é que as conversas se intensifiquem a partir do ano que vem, com a
posse de Lula. ( Fonte R 7 Noticias Brasília)
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