Apenas cinco partidos tiveram aumento de deputados estaduais na janela partidária; três são da base do presidente Jair Bolsonaro.
Após a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL (Partido
Liberal), partidos do chamado Centrão, que integram a base do presidente,
aumentaram de tamanho durante a janela partidária não só na Câmara Federal, mas
também nos estados. Levantamento feito pelo R7 identificou que o PL teve o maior aumento
proporcional – passou de 53 deputados estaduais para 109, crescimento de
pouco mais de 105%.A janela partidária é o prazo em que deputados
federais, estaduais e distritais podem trocar de partido para concorrer às
eleições deste ano sem o risco de perder o mandato. Depois do PL, o
Republicanos foi o partido com maior crescimento proporcional nos estados,
passando de 50 para 77 deputados nas assembleias legislativas (54% de aumento).
Ao todo, apenas cinco partidos cresceram nas assembleias legislativas. Além do
PL, Republicanos e PP, o PSD e o PT também tiveram resultado positivo. Dos
cinco, três integram a base de sustentação do presidente Bolsonaro na Câmara
(PL, PP e Republicanos). O chefe do Executivo e o Republicanos (que
abriga a base evangélica) chegaram a
se estranhar durante a janela, mas a situação foi resolvida
com a filiação de dois
então ministros (Tarcísio Freitas e Damares Alves) à legenda. No
evento de filiação, o presidente da legenda, deputado federal Marcos Pereira
(SP), afirmou que o Republicanos nunca cogitou se afastar do governo.O segundo
vice-presidente nacional da sigla, senador Mecias de Jesus (RR), disse ao R7 que
o crescimento do partido na janela partidária não se deveu ao fato de a sigla
ser hoje aliada do chefe do Executivo. "É claro que o Republicanos tem o
maior carinho pelo presidente Bolsonaro. Acredito que a grande maioria vai
apoiar Bolsonaro, mas nos estados eu não acredito que tenha feito efeito [a
aliança com o presidente]", afirmou. O vice-presidente da legenda diz que
o crescimento do partido nos estados ocorreu por outras razões. "Isso se
dá pela organização do partido, pelo compromisso que o presidente Marcos
Pereira tem", afirmou. Segundo ele, a aliança com Bolsonaro ajudou o partido
de outra forma. "Ele foi importante para a consolidação. O gesto do
Tarcísio consolidou o que a gente já tinha trabalhado. A vinda do general
[Hamilton] Mourão foi fundamental para dar robustez ao nosso partido",
disse. Com mais deputados estaduais e federais do que conseguiu eleger
em 2018, o cenário que se mostra é de uma "fatia" de recursos menor
para a campanha de cada parlamentar. Mecias garante, no entanto, que os
deputados "não se filiam a um partido simplesmente pelo fundo
partidário". "O que a gente busca é um partido que represente o nosso
pensamento, que dê para nós a segurança de um discurso político, econômico,
social", expõe.No caso do PL, o crescimento acentuado das bancadas lembra
o salto vivenciado pelo PSL, que na eleição passada foi da condição de partido
pequeno à de segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, com votos puxados
pelo prestígio do então candidato Jair Bolsonaro, o mais ilustre filiado à
sigla.Após a saída do chefe do Executivo, a legenda voltou a ser nanica e se
uniu ao DEM, criando o União Brasil, cuja bancada na Câmara hoje é de 53
deputados. Vice-líder do PL na Câmara, Bibo Nunes (RS), que também era do PSL e
mudou de legenda após a filiação de Bolsonaro, afirmou que os dois partidos são
muito diferentes. Ele disse não ver possibilidade de o partido diminuir em caso
de uma eventual saída de Bolsonaro da sigla, como ocorreu no PSL. O analista
político André César, da Hold Assessoria Legislativa, afirma que no caso do
PSD, terceira legenda que mais cresceu nos estados e que na Câmara ganhou mais
de dez deputados federais, esse resultado se deu pela atuação do presidente
nacional da sigla, Gilberto Kassab. "Ele joga de uma maneira mais discreta
e eficaz. Não dá aquele salto, mas vai subindo de forma consistente. Devagar e
sempre", salienta.A quinta e última sigla que teve crescimento nas
assembleias legislativas foi o PT, com a figura do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva na disputa presidencial. O petista tem aparecido bem nas
pesquisas, na frente de Bolsonaro, e o cenário atrai mais filiados, agregando
mais nomes ao grupo fiel que já acompanha a legenda desde o primeiro governo da
legenda.( Fonte R 7 Noticias Brasília)