Houve recuo da liberdade de
imprensa em 70% dos países, aponta ranking.
Dados indicam ‘deterioração
dramática’ no acesso à informação durante a pandemia; Brasil caiu quatro
posições.
O Índice Mundial de Liberdade de Imprensa de
2021, compilado pela RSF (Repórteres
Sem Fronteiras) e divulgado nesta terça (20), aponta que houve perda de
liberdade de imprensa em 73% dos 180 países classificados pela organização. Conforme
o levantamento, 73 países tiveram a atuação jornalística “totalmente bloqueada
ou seriamente impedida” em 2020, enquanto outros 59 restringiram a
função. Os dados refletem uma “deterioração dramática” no acesso à
informação durante a pandemia, afirmou a RSF. Conforme o levantamento,
jornalistas enfrentam cada vez mais
dificuldades em investigar e relatar histórias delicadas nas
Américas, Oriente Médio e Ásia. O Brasil, por sua vez, caiu
quatro posições e passa o ocupar o 111º lugar no índice. Outros países, como
Irã e Venezuela, caíram uma
posição – para 174º e 148º lugares, respectivamente. Como ficou o
índice O ranking da
liberdade de imprensa global nunca teve tão poucos países pintados de branco
desde 2013, após a adoção do método de avaliação. A cor sinaliza países com uma
situação boa ou ótima de liberdade
jornalística. A classificação é liderada pela Noruega, em primeiro lugar
pelo quinto ano consecutivo.Apenas 12 dos 180 países do índice oferecem um
ambiente favorável para o jornalismo – em 2019 eram 13. Quem desce de nível é a Alemanha, que caiu duas
posições e agora figura em 13º lugar após ataques a dezenas de jornalistas por
extremistas e adeptos a
teorias da conspiração contrárias às restrições impostas pela
pandemia.No ranking (abaixo), o sinal cinza claro representa
uma “situação boa”, o amarelo aponta uma “situação favorável” e a cor laranja
uma “situação problemática”. Países representados em vermelho sinalizam para
uma situação “difícil” e, em preto, para um contexto “muito grave”. Já os EUA, em 44º lugar, caíram apenas uma posição
apesar de o último ano do mandato de
Donald Trump ter registrado cerca de 400 agressões a
jornalistas e mais de 130 prisões de profissionais da mídia, um recorde para os
norte-americanos. O Brasil, por sua vez, passa a integrar o grupo de países em
vermelho, junto de Índia (142º
lugar), México (143º)
e Rússia (150º).
No final da lista, já na classificação de cor preta, estão a China (177º),
o Turcomenistão (178º),
a Coreia do Norte (179º) e, pela primeira vez, a Eritreia (180º), que
caiu duas posições em 2020. “Independente do continente, esses países mantêm
controle absoluto sobre todas as notícias e informações do país”, apontou a
RSF. Quedas e melhoras O país com a maior
queda no ranking foi a Malásia,
que saiu da 101ª posição para a 119ª. O governo do país decretou uma lei
“contra notícias falsas”, que permite impor a sua própria versão da verdade.
Comores, na África Oriental, desceu nove níveis até o 84ª lugar. Um pouco à
frente está El Salvador,
que caiu oito lances até a 82ª posição. A África, por sua vez, se destacou como
o continente com maiores ganhos no ranking. Apesar de ainda integrar a zona
vermelha, Burundi subiu 13
posições e agora figura o 147º lugar. Serra Leoa deixou a 85ª posição e agora
figura no número 75. O Mali, apesar do golpe e
de conflitos internos, saiu da posição 108 e ocupa agora a 99. A RSF alerta que
a medida do nível de liberdade do jornalismo é apenas 0,3% menor em 2021 em
comparação com 2020. “No entanto, a estabilidade relativa do ano passado não
deve desviar a atenção do fato de que se deteriorou em 12%, uma vez que este
indicador foi criado em 2013”, diz o relatório.( Fonte A Referencia Noticias
Internacional)