Saída ocorre antes do avanço das tropas da Ucrânia, uma operação
considerada pelo país como uma 'deportação da população'.
A Rússia anunciou nesta sexta-feira (28) que
concluiu a retirada de civis da região ucraniana ocupada de Kherson antes do
avanço das tropas da Ucrânia, uma operação considerada pelo país como uma
"deportação" da população.O Exército ucraniano está se preparando
para uma batalha feroz para tentar recuperar a cidade de Kherson e as áreas ao
redor da cidade, que antes da guerra tinham cerca de 288 mil habitantes. A
cidade está ocupada pela Rússia desde os primeiros dias da guerra e suas
autoridades prometeram transformá-la em uma "fortaleza" para resistir
à ofensiva ucraniana nessa região, que o Kremlin afirma ter sido anexada.Desde
13 de outubro, as autoridades russas de ocupação em Kherson pediram a retirada
da população para o lado menos exposto do rio Dnieper, antes do avanço dos
ucranianos.Nesta sexta-feira eles afirmaram que a transferência foi concluída.
"O trabalho de organizar a partida dos habitantes... para regiões seguras
na Rússia está concluído", disse Sergey Aksionov, líder da Crimeia, a
península vizinha de Kherson, anexada por Moscou em 2014, na noite de
quinta-feira. "Fico feliz que aqueles que queriam deixar o território
bombardeado pelos ucranianos com rapidez e segurança conseguiram fazê-lo",
disse Aksionov no Telegram, onde postou uma foto ao lado do vice-diretor da
administração presidencial russa, Sergei Kiriyenko.Na quarta-feira, um
funcionário responsável pela ocupação russa de Kherson, Vladimir Saldo, disse
que pelo menos 70 mil moradores conseguiram deixar suas casas na área em menos
de uma semana.Por seu lado, o comando militar ucraniano informou nesta
sexta-feira no seu relatório diário das últimas 24 horas que "continua a
chamada 'retirada' do território temporariamente ocupado de Kherson".Vítimas chechenas Uma indicação da
intensidade dos combates é que o líder da república russa da Chechênia, Ramzan
Kadyrov — cujas forças estão lutando na Ucrânia — anunciou a morte de 23 de
seus soldados em um bombardeio ucraniano que deixou 58 feridos.Enquanto isso,
na linha de frente, as autoridades ucranianas denunciaram que o bombardeio
russo danificou dois prédios residenciais e uma padaria em Mikolaiv, no sul,
deixando um ferido.No leste, na região de Donetsk, cinco pessoas morreram e
nove ficaram feridas nas últimas 24 horas, especialmente na cidade de Bakhmut,
que é outro ponto-chave que as forças russas tentam tomar desde meados do ano,
disse o governador ucraniano, Pavlo Kirilenko.Enquanto isso, Aksionov e
Kiriyenko anunciaram que visitaram na quinta-feira a usina nuclear de
Zaporizhzhia, a maior da Europa e que está sob ocupação russa desde março. Moscou
e Kiev se culpam há meses por bombardear as instalações da usina, uma área que
fica em uma das quatro regiões ucranianas que a Rússia reivindica como
territórios anexados.Nas últimas semanas, a Rússia multiplicou os bombardeios
contra as infraestruturas energéticas ucranianas, o que provocou um
racionamento de energia elétrica em grande parte do país.O presidente russo,
Vladimir Putin, acusa a Ucrânia de preparar um ataque com uma "bomba suja" com
resíduos radioativos, acusações que tanto Kiev quanto seus aliados no Ocidente
classificam como "absurdas" e afirmam que podem servir de pretexto
para Moscou escalar o conflito.Em um discurso em um fórum político na
quinta-feira, Putin pediu à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que
envie uma missão à Ucrânia "o mais rápido possível". Esse órgão de
controle nuclear da ONU disse que realizará "uma verificação
independente".Putin afirmou ainda que o mundo está entrando na "década mais perigosa, imprevisível
e ao mesmo tempo importante desde o fim da Segunda Guerra Mundial",
descrevendo o conflito na Ucrânia como uma luta global contra a hegemonia
ocidental.( Fonte R 7 Noticias Internacional)